Professores dão dicas para o vestibular da UFRGS
As provas não são conteudísticas ou com pegadinhas, mas é preciso administrar suas energias para essa maratona de 18 horas com 225 questões e redação
Faltam poucos dias para o vestibular da prestigiada Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Serão quatro dias de provas, e o “ansiômetro” vai lá pra cima. Para comentar a prova e dar dicas para encará-las, conversamos com professores de dois cursinhos pré-vestibular gaúchos: o professor de matemática, fundador e coordenador pedagógico do cursinho Mottola, Paulo Mottola, e o professor de história e coordenador pedagógico do Anglo Vestibulares no estado, Alexandre Schiavoni.
Antes de mais nada, uma radiografia das provas, que se destacam por sua forma. A UFRGS tem um vestibular de fase única, ou seja, não tem provão de acesso. Também não tem vestibular de meio do ano. Os alunos do segundo semestre são escolhidos na mesma prova. O vestibular acontece sempre em janeiro, com quatro dias de provas, de domingo a quarta-feira. São dois dias com três disciplinas, e dois com duas, alternados, em provas de 4h30 de duração. São 25 questões de múltipla escolha para cada disciplina. Essas são intercaladas de forma a não carregar em disciplinas naturais. A única prova escrita é a de redação. Veja o calendário de provas 2017:
DATA | PROVAS |
08/1/2017 – Domingo | Física, Literatura de Língua Portuguesa e Língua estrangeira |
09/1/2017 – Segunda | Língua Portuguesa e Redação |
10/1/2017 – Terça | Biologia, Química e Geografia |
11/1/2017 – Quarta | História e Matemática |
Todas as provas têm duração de 4 horas e meia, totalizando 18 horas de provas com 225 questões, mais a prova de redação. Fácil, fácil, “né não”?
Os professores Mottola e Schiavoni elogiam a qualidade da prova. Mottola, particularmente, durante quinze anos foi um dos formuladores das provas de matemática da banca da Comperse, a Comissão Permanente de Seleção, que faz o vestibular da universidade. “É uma prova feita com responsabilidade e com consideração para com o candidato, que se prepara um ano inteiro e não merece um provão eliminatório, provas difíceis, com pegadinhas, que não dá tempo de resolver. A prova da federal não é uma prova conteudística. Ela procura avaliar as capacidades do estudante”, diz Mottola.
“As provas permitem resolver as questões no prazo”, concorda Schiavoni. “Eles [da UFRGS] conseguem fazer essa discriminação melhor pela quantidade de questões. Em cada disciplina eles cobrem um amplo espectro de cada uma, em todas as provas. Ali, na federal, de algum modo o aluno consegue se exercitar, mostrar o que ele sabe.”
Sugestões
Mottola faz uma sugestão para preparar-se: “A essa altura, quando falta pouco tempo até a data das provas, creio que o melhor a fazer é pegar as duas ou três últimas provas e tentar resolver as questões. Mas não para ver se acerta ou erra. Não é isso: procure compreender o que cada questão envolve, quais aspectos da disciplina são implicados”.
Ele sugere, em matemática, encarar as questões na ordem em que estão, e só pular aquelas em que o candidato percebe que vai se enroscar, já que todas as questões têm o mesmo valor.
Schiavoni também destaca que a prova da UFRGS não é conteudística, mas que vale a pena observar os conteúdos definidos para elas. Em física, por exemplo, a universidade pede eletrostática, o que é pouco comum em vestibulares. “Em matemática, as primeiras cinco questões são de matemática básica: álgebra, porcentagem, notação, algumas progressões. O estudante do ensino regular consegue fazer. São entre sete e oito questões consideradas fáceis, seis a sete médias e apenas dez um pouco mais difíceis”, diz.
O professor lembra que o candidato deve estar preparado para distribuir e administrar suas energias para os quatro dias, e chama a atenção para o quarto dia de provas. “Está todo mundo cansado da maratona no último dia. E o que acontece? Como a prova de matemática é considerada mais difícil, os candidatos estudaram bastante. Já em história, aparece um certo desleixo: ‘História eu estudo um pouquinho e me saio bem’. Mas as bancas, quando fazem a prova, estão pensando nessas estratégias do aluno médio. A prova vem com questões em que o candidato tem de demonstrar que de fato estudou. O mesmo vale para as perguntas sobre os livros e músicas obrigatórios, que não dá para responder apena lendo resumos”, avalia Schiavoni. Ele avalia que o mesmo acontece com as provas do terceiro dia, com um certo relaxo em relação a geografia, que depois aparece nas notas.
1 – ÉRICO VERÍSSIMO – O Continente
2 – CHICO BUARQUE E PAULO PONTES – Gota d’Água
3 – CAIO FERNANDO ABREU – Morangos Mofados
4 – CLARICE LISPECTOR – A Hora da Estrela
5 – FERNANDO PESSOA – Coletânea: 1. Autopsicografia; 2. Isto; 3. Pobre velha música; 4. Qualquer música; 5. Natal…Na província
neva; 6. Ela canta, pobre ceifeira; 7 Não sei se é sonho, se realidade; 8. Não sei quantas almas tenho; 9.Viajar! Perder países!;
10. Liberdade; 11. Lá fora vai um redemoinho de sol os cavalos do carrossel… (poema V de Chuva Oblíqua); 12. O maestro
sacode a batuta (poema VI de Chuva Oblíqua); 13. Padrão (Mensagem); 14. Noite (Mensagem); 15. O infante (Mensagem); 16. Mar português (Mensagem); 17. Nevoeiro(Mensagem)
6 – ALUÍSIO AZEVEDO – O Cortiço
7 – MACHADO DE ASSIS – Dom Casmurro
8 – PADRE ANTÔNIO VIEIRA
Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda
Sermão da Sexagésima
Sermão de Santo António aos Peixes
9 – CAETANO VELOSO, GILBERTO GIL, MUTANTES E OUTROS – Tropicalia ou panis et circensis (álbum/disco).
10 – LÍDIA JORGE – A noite das mulheres cantoras.
11 – TABAJARA RUAS – O amor de Pedro por João.
12 – SERGIO FARACO – Dançar tango em Porto Alegre. Lista de contos do livro: 1 – Dois guaxos; 2 – Travessia; 3 – Noite de
matar um homem; 4 – Guapear com frangos; 5 – O vôo da garça-pequena; 6 – Sesmarias do urutau mugidor; 7 – A língua
do cão chinês; Idolatria; 8 – Outro brinde para Alice; 9 – Guerras Greco-Pérsicas; 10 – Majestic Hotel; 11 – Não chore,
papai; 12 – Café Paris; 13 – A dama do bar Nevada; 14 – Um aceno na garoa; 15 – No tempo do trio Los Panchos; 16 –
Conto do inverno; 17 – Dançar tango em Porto Alegre.