Todo mundo concorda: decidir aos 18 anos o que você vai fazer para o resto da vida é um pouco desumano mesmo. Mas, a menos que se faça intercâmbio ou tire um ano sabático para refletir sobre a vida, não tem jeito, a hora é essa.
O que pode ajudar um aluno do Ensino Médio a tomar essa decisão é ter contato com a rotina prática do curso que pretende escolher, conhecer a faculdade, o estilo de colega que vai ter etc. Esse conhecimento prévio pode amenizar as surpresas que o aluno possa vir a ter durante o curso.
A Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo, ofereceu a estudantes essa experiência, no último dia 31 de outubro. A instituição recebeu cerca de 400 alunos – vindos de várias cidades do interior, como Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Campinas e Jundiaí, além da capital – para conhecer as instalações do campus e os cursos da instituição.
Quem foi, estava realmente interessado. Além de ser um sábado ensolarado, era o fim de semana que antecedia o feriado de Finados, que caiu na segunda-feira. Em vez de carinhas de sono, o que se via pelo ambiente eram olhares interessados e, nas palestras e oficinas, muitas dúvidas e perguntas.
Marina Lima, 17 anos, levou a mãe, a socióloga Ieda Lima, para conhecer a faculdade junto com ela. Marina decidiu há pouco tempo pela Publicidade, já que antes pensava em fazer Medicina. “O meu único receio com essa profissão é a ética que está em jogo, o mercado não me preocupa porque faz parte da escolha dela”, disse Ieda.
Já Gabriela Chater, 17 anos, também mudou de ideia recentemente. Desde pequena queria Arquitetura, depois Administração e, após um intercâmbio nos Estados Unidos, decidiu-se pelo curso de Relações Internacionais. “Gosto de conhecer outras culturas e lugares, R.I. tem mais a ver comigo”, afirmou.
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DÚVIDAS
Nas palestras, as questões apareciam quase seguidas umas das outras. Qual a diferença entre Marketing e Propaganda? O que o designer faz além de ilustrar? Como se cria um portfólio? Qual o perfil do profissional de R.I.? Como se manter bem informado com esse excesso de fontes que existem hoje em dia?
“A questão é, primeiramente, decidir a área em que você quer atuar ¬– Humanas, Saúde ou Exatas. Depois você pensa no curso, que é algo muito variável, já que depois da graduação pode-se especializar em um ramo complementar, mas totalmente diferente do curso original”, explicou o professor de Comunicação Social João Matta.
Ele enfatiza, ainda, que não há necessidade de se desesperar para tentar achar o curso perfeito tão cedo. “Os cursos universitários dão um empurrão na carreira, mas não a definem. Hoje em dia existem duplas graduações, pós, mestrado, não é preciso se preocupar em encontrar a profissão ideal para o resto da vida agora, tudo é muito mutante.”
DICAS
Quem pôde participar do evento saiu com informações valiosas. Procure conhecer o dia a dia da profissão em que você pretende ingressar. Vá até a faculdade que quer cursar, assista a uma aula como aluno ouvinte – informe-se se isso é possível, mas a tendência das instituições está cada vez mais voltada para um conhecimento prévio do estudante sobre o curso que se dispõe a fazer.
Converse com profissionais da área, que já tenham algum tempo de atuação. Informe-se. E, feito tudo isso, fique tranquilo, assim como Pedro Luís Gomes, 17 anos: “Escolher o curso é um ato de coragem, assim como é mudar, se depois a gente vir que se enganou. Não me preocupo com o mercado porque ele muda muito, o importante mesmo é fazer um bom curso. Depois, é enfrentar.”