Já pensou se no hino nacional a letra fosse “ouviram do Jenipapo”, ao invés de “ouviram do Ipiranga”? Quando se fala em história do Brasil e independência, os holofotes vão todos para Dom Pedro I e o grito às margens do rio Ipiranga. Porém, outra parte do país seguiu lutando pela liberdade depois do “independência ou morte”, durante o confronto que ficou conhecido como Batalha do Jenipapo, no Piauí.
O massacre, que quase nunca é lembrado pelo restante do país, foi o único conflito armado que aconteceu pela independência e um dos mais sangrentos. Conheça o confronto entre os soldados treinados da coroa portuguesa e a população do Piauí que aconteceu em 13 de março de 1823, ponto chave para o Brasil se tornar um país, finalmente, independente de Portugal.
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A Batalha do Jenipapo
O confronto levou o nome de “Batalha do Jenipapo” pois ocorreu ao leito do rio Jenipapo na cidade de Campo Maior, no estado do Piauí. A cidade em si ainda não existia. O motor para a luta foi o desejo de Portugal de manter as regiões Norte e Nordeste do Brasil sob seu poder após a proclamação da independência.
Os brasileiros não tinham um exército. Eram um grupo de lavradores, artesãos, escravizados libertos, roceiros e vaqueiros armados com facas, facões, enxadas, foices, machados e pedaços de madeira contra a artilharia treinada portuguesa.
De acordo o historiador Laurentino Gomes, eram dois mil sertanejos contra 1.600 soldados de Portugal acompanhados de 11 canhões. Pelo menos 200 brasileiros morreram e 500 ficaram feridos, sendo aprisionados. Do lado de Portugal, se acumularam 116 mortos e 60 feridos. Os números reais são discutidos até hoje.
“A Batalha do Jenipapo tem dois aspectos muito importantes: primeiro é o caráter nacional da independência do Brasil. Cearenses, piauienses e também maranhenses morreram lutando pela independência do Brasil na Batalha do Jenipapo. O segundo aspecto é derrubar um mito de que a independência do Brasil foi um processo pacifico, quase como se fosse uma negociação entre o pai, Dom João VI e o filho Dom Pedro I”, explica o escritor em entrevista ao jornal TV Cidade Verde.
A batalha durou ao todo cinco anos. Mesmo perdida pelos brasileiros, foi crucial para que o exército português mudasse seus planos de ir para a capital do Piauí e seguir com a divisão do país. Hoje, há um monumento em Campo Maior em homenagem aos heróis anônimos da independência.
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