O ser humano é talhado para aprender a linguagem desde o nascimento (ou até antes). Quando a gente chega na escola, porém, começa um aprendizado formal, ou seja, passamos a entender racionalmente como a nossa língua materna funciona. Um elemento básico da língua é o verbo. Tão básico que, apesar da enorme diversidade que marca as cerca de 7 mil línguas vivas existentes, não se conhece uma única que não tenha verbos.
Entenda melhor essa classe de palavra e uma de suas classificações.
O que é verbo
O verbo pode ser definido como uma palavra usada para expressar a ação numa frase: “João atravessou a rua”. Para ser mais exato, ele é usado para expressar ação, estado (“A água está gelada”) ou fenômeno (“Chove forte”).
Nas sentenças, os verbos são o núcleo do predicado, ou seja, são o elemento fundamental que explica a atuação do sujeito da frase. Para entender melhor a relação dos verbos com os outros elementos dentro de uma sentença, eles são classificados como transitivos, intransitivos ou verbos de ligação.
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Verbos intransitivos
Os verbos podem ser intransitivos quando não precisam de qualquer complemento para que a frase tenha sentido completo. Por exemplo: “A laranjeira do quintal morreu”. Naturalmente, a informação pode ser mais detalhada (morreu do quê? quando? por culpa de quem?), mas o verbo “morrer” encerra sentido pleno.
Outro exemplo: “Estou almoçando”. Eu poderia explicar mais: onde estou almoçando, por quem estou acompanhado, o que estou comendo etc. Mas caso alguém me peça para fazer algo imediatamente, o verbo “almoçar” tem, por si só, sentido para responder que eu não posso ir agora.
Verbos transitivos
Verbos que precisam de complemento para que a frase tenha sentido são verbos transitivos. Por exemplo: “Meu irmão pegou a bola”. Em nenhum caso teria sentido encerrar a frase com “meu irmão pegou”. É necessário explicar o que foi pego. Nesse caso, “bola” é o que dá sentido pleno a “pegou”. Outro exemplo: “Maria entregou um presente para a mãe”. É claro que a frase “Maria entregou…” precisa de complementos (ou objetos) para ganhar sentido: neste caso, não só o que foi entregue (“um presente”) como para quem foi entregue (“a mãe”).
Os verbos transitivos são classificados basicamente como transitivo direto e transitivo indireto. A diferença entre os dois está no fato de que, no verbo transitivo direto, o complemento (objeto direto) aparece sem preposição (“O pedreiro concluiu o muro”), enquanto no verbo transitivo indireto há uma preposição fazendo uma ponte entre o verbo e o objeto indireto (“O menino bateu no irmão menor”).
Note que a diferença de classificação não tem uma relação direta com o sentido. Afinal, verbos cujo sentido é semelhante podem ter diferença sintática: “João ama Maria” (amar é transitivo direto); “João gosta de Maria” (gostar é transitivo indireto).
Alguns verbos podem ser transitivos diretos e indiretos quando exigem dois complementos (objetos direto e indireto) para ter o seu sentido completo. Veja: “O padeiro doou pão doce às crianças do bairro”. O verbo “doar” exige que se explicite “o que” foi doado e “para quem” houve a doação. É preciso atentar para o fato de que, em vários casos, é possível haver muita informação depois de um verbo. Mas, para caracterizar um verbo transitivo direto e indireto é necessário que haja ao menos dois objetos obrigatórios para o sentido da frase.
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Verbos de ligação
Há ainda os verbos de ligação, que servem basicamente para ligar o sujeito da frase a um estado ou característica: “André é alto” ou “A cidade parece vazia”. O verbo “é”, na primeira sentença, serve apenas como ligação, não expressa uma ação. O mesmo vale para “parece”: não se trata de uma ação, mas de um estado da cidade.
Esta característica ao qual o verbo está ligando o sujeito, que pode ser permanente ou passageira, é chamada de predicativo do sujeito. No primeiro exemplo, a palavra “alto” é o predicativo do sujeito “André”.
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