Diferentemente dos demais anos, com 365 dias, em 2020 teremos 366, com um dia a mais no mês de fevereiro especificamente. Mas, afinal, por que isso acontece?
A cada quatro anos vivemos o chamado ano bissexto. A invenção foi feita para alinhar a translação da Terra (movimento que ela dá em torno do Sol) ao nosso calendário. Este movimento demora 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 56 segundos para acontecer. Ou seja, aquilo que chamamos de “ano” (a translação da Terra) não dura exatamente um ano, tem um chorinho de quase seis horas.
A ideia é que essas horas que ultrapassam os 365 dias sejam compensadas a cada quatro anos. Faça as contas: 6×4 = 24 horas = 1 dia, no dia 29 de fevereiro.
E algumas regras para você não esquecer:
- Ano bissexto ocorre de quatro em quatro anos
- Anos divisíveis por 100 não são bissextos, a menos que também seja divisível por 400 (1900 não foi bissexto, 2000 foi)
- Em termos práticos, ano de Olimpíadas é ano bissexto. A exceção, como vimos acima, foi 1900
História
Foi o ditador romano Júlio César que definiu que o calendário teria 365 dias, em 12 meses, e a cada quatro anos teria um dia extra. Na divisão, alguns meses ficaram com 30 dias e outros com 31, sendo fevereiro a exceção, com 29 dias.
César ordenou que o dia que “faltava” para o alinhamento fosse acrescentado “no dia sexto antes das calendas de março”. Ou seja, a cada quatro anos o dia 24 de fevereiro era “repetido”, e fevereiro teria 30 dias. Em latim, isso seria: “bis sextum ante diem calendas martii”. E, com o tempo, a frase originou uma: “bissexto”.
Com a morte de Júlio César, o senado romano quis homenageá-lo e um dos meses, com 31 dias, foi nomeado “julius” (julho). Posteriormente, também decidiram homenagear Augusto César (ou Otávio, sobrinho-neto de Júlio César e primeiro imperador romano) nomeando um mês de “augustus” (agosto). O problema é que o mês definido para o segundo tinha apenas 30 dias, o que tornaria as homenagens desiguais. Para corrigir isso, foi acrescentado um dia em agosto, que passou a ter 31 dias, assim como julho.
Quem pagou por isso foi fevereiro. O mês ficou com 28 dias normalmente e com 29 a cada quatro anos.
Mas o calendário juliano ainda tinha um errinho astronômico, que o atrasava lentamente em relação à realidade. Então, em 1582, o papa Gregório 13 liderou a reforma que buscou corrigir isso e introduziu a atual regra do ano bissexto, que vimos acima, o que aproximou mais a duração do calendário (365,2425 dias) da do ano solar, ou seja, a medida que leva em conta a posição do Sol no céu (365,2422 dias). Esse novo calendário, o gregoriano, é o que usamos até hoje.