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O que é cadeia alimentar?

Produtos, consumidores primários e secundários: entenda o que significa cada papel nesse delicado equilíbrio

Por Luccas Diaz
27 mar 2024, 19h00
leão olhando para zebras
 (Canva/Reprodução)
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Para entender as relações entre seres vivos, é preciso conhecer a hierarquia em que a vida animal se organiza no planeta Terra. Entre os fatores que definem essa ordem, a cadeia alimentar é um dos mais importantes. Ela determina as relações alimentares dos seres vivos a partir da posição que cada um ocupa nessa grande biosfera.

Neste texto, o GUIA DO ESTUDANTE te explica o que é cadeia alimentar e por que, por exemplo, um leão não se alimenta de borboletas.

Delicado equilíbrio

falcão
(Unsplash/Reprodução)

Vamos começar do básico. Dentro de um ecossistema, há diferentes oportunidades para diferentes organismos, com diferentes modos de vida. Pegamos uma floresta, por exemplo: alguns vão se alimentar de folhas mortas, outros de frutos que ficam no alto das árvores. Outros, ainda, serão predadores de mamíferos. Cada um desempenha um papel.

O que acontece é que o modo como cada população – isto é, grupos da mesma espécie que ocupam uma determinada área ou região – usa os recursos de um ecossistema representa diretamente um papel na balança.

Esse equilíbrio é definido justamente pelas delicadas relações entre os seres vivos e o ambiente que vivem. O tamanho de cada população é proporcional à oferta de alimento, água e energia disponível. Uma ligeira alteração na temperatura ou na umidade pode desencadear mudanças significativas – se uma planta floresce fora de época, ela ameaça a sobrevivência de insetos que dependiam dela.

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Vejamos um exemplo prático. Ce a população de tamanduás de determinada região fosse dizimada do dia para a noite, poderia ocorrer uma explosão populacional de formigas. Esse crescimento acelerado poderia levar à redução de algumas plantas e, consequentemente, da população de insetos polinizadores. Esse trágico efeito dominó poderia levar ainda ao desaparecimento de outras espécies de plantas que fossem dependentes da polinização.

Ou seja, a cadeia alimentar entra nessa bagunça toda para “organizar” os seres vivos e impedir que cenários como estes aconteçam. A partir de uma ordem, refinada por anos e anos de evolução, fica definido quem se alimenta de quem, criando-se um equilíbrio funcional.

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A cadeia alimentar

A base para todas essa relações é a energia. Ela é a gasolina para toda forma de vida no planeta, sendo o Sol a maior fonte de energia. Sendo assim, a sua energia é transmitida em série, na forma de alimento, a todos os seres vivos do planeta. O fluxo de energia solar é o que determina a ordem da cadeia alimentar.

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Nos ecossistemas terrestres, a energia solar é aproveitada, primeiramente, pelas plantas, que realizam fotossíntese. Já nos ambientes marinhos, pelos fitoplânctons e pelas algas pluricelulares das regiões costeiras. A energia absorvida por essas plantas, fitoplânctons e algas é consumida por animais herbívoros quando estes se alimentarem do material vegetal. Por fim, ela é novamente transferida quando esses animais são comidos por predadores.

Consegue enxergar o trajeto? Esse caminho percorrido pela energia é a cadeia alimentar, sendo cada degrau da cadeia um nível trófico. Isto é, um conjunto de seres vivos que integram o mesmo e ecossistema e compartilham hábitos alimentares semelhantes.

Mas não vá achando que uma única cadeia alimentar consegue comportar todos os seres vivos do planeta. Para cada ecossistema, há uma cadeia que envolve os organismos que nele habitam. A intersecção de várias cadeias é chamada de teia alimentar.

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Ainda assim, todas as cadeias alimentares têm a mesma base e topo: começam com as plantas e terminam com os superpredadores (seres vivos que não são presas de outros, como onças-pintadas, corujas, jacarés, leões e, claro, o ser humano).

Classificação dos seres vivos

Cadeia alimentar
(Guia do Estudante/Editora Abril)

Dentro da cadeia alimentar, podemos classificar os seres vivos a partir do nível trófico que se encontram, assim como o papel que desempenham. São três os principais:

  • Produtores: são os seres autótrofos, ou seja, que produzem o próprio alimento através da fotossíntese, como plantas, algas e fitoplânctons;
  • Consumidores primários: são os seres que se alimentam imediatamente dos produtores, os animais herbívoros;
  • Consumidores secundários: são os seres que se alimentam dos consumidores primários, os carnívoros que se alimentam dos herbívoros.
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Mas é importante ressaltar que a cadeia alimentar é uma visão simplificada de uma sequência complexa. Ainda que tente abordar o maior número possível de envolvidos, ela não consegue descrever tudo. Algumas cadeias podem ter consumidores terciários e quartenários. No entanto, animais consomem e são consumidos por várias espécies, e nem toda relação de consumo é feita por predadores – há também o papel dos consumidores de matéria morta.

São os decompositores: bactérias e fungos que têm um importante papel ao “reciclar” a matéria orgânica, devolvendo ao solo ou à água os nutrientes minerais que serão absorvidos e reutilizados por plantas e algas.

A energia é fluída

As plantas não captam toda a energia do Sol que chega à Terra. Os herbívoros não absorvem toda energia contida nas plantas. Os carnívoros, por sua vez, também não consomem toda a energia contida num herbívoro – eles não mastigam os ossos, por exemplo. Por isso, as cadeias alimentares raramente ultrapassam quatro ou cinco níveis tróficos, pois há pouca energia disponível para predadores de níveis mais altos.

Além disso, a energia perdida entre os níveis tróficos não retorna à cadeia alimentar, resultando em uma pirâmide de energia com uma base mais ampla. Outros métodos para representar as relações tróficas incluem a pirâmide de biomassa e a pirâmide de números. A pirâmide de biomassa representa a quantidade de biomassa de cada nível trófico, e a pirâmide de números indica a proporção entre o número de indivíduos de cada nível. Ambas podem assumir diferentes formatos.

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