Foram meses intensos de estudo e muita dedicação. Você fez exercícios, simulados, resumos e tirou suas dúvidas. Mas, infelizmente, o resultado não foi o esperado e a aprovação para a segunda fase não aconteceu. Apesar de ser um momento difícil, é preciso analisar com calma a situação e saber o que fazer a partir de agora.
Para te ajudar, conversamos com Pedro Oscar Lorencini Júnior, coordenador do Curso Poliedro, de São Paulo, e Eduardo Calbucci, um dos fundadores do Programa Semente, que trabalha com o desenvolvimento de habilidades socioemocionais em escolas.
Primeiros passos
“Em primeiro lugar, é preciso compreender que ficar desestimulado é comum nessa situação. Mas, depois de algum tempo, cabe perguntar: o que eu posso aprender com o que aconteceu? O que eu poderia fazer de diferente?”, diz Calbucci. Segundo o especialista, é muito importante não brigar com a realidade e não ficar refém das expectativas.
Tenha consciência de que foi um ano intenso e que o descanso é necessário. Aproveite as férias e, antes de retomar os estudos, faça uma reflexão sobre o último ano, listando alguns pontos que acredita terem dado errado.
“Tente estudar um pouco, em um ritmo mais leve, dê mais atenção ao que considera mais difícil. Se tiver dificuldade em Matemática, por exemplo, foque no básico para consolidar a base e facilitar o restante”, explica Lorencini.
Se decidir fazer um curso pré-vestibular, solicite o auxílio de orientadores para elaboração de um plano de estudo, que ajude a corrigir os pontos listados.
Estudos
Segundo Lorencini, o estudante precisa sempre buscar novas estratégias para resolução de provas com o objetivo de diminuir a ansiedade e o cansaço durante o período de vestibulares. Mas não se esqueça de todo o trabalho realizado no último ano. “É mais produtivo adaptar as técnicas de estudo que já foram desenvolvidas, ajustando pontos que não foram tão efetivos”, alerta.
Uma dica de Lorencini é usar esse tempo antes da retomada das aulas para ler os livros de leitura obrigatória. Realizando essas leituras nesse período, posteriormente, o candidato poderá dedicar mais tempo de estudo às disciplinas em que possui mais dificuldade, além de já iniciar o período de preparação com um repertório mais apurado.
Calbucci ressalta que, infelizmente, não existe uma fórmula mágica que garanta sua aprovação. Mas isso não significa que não há nada que possa ser feito. “O que pode ajudar é sempre reafirmar seus propósitos, seus objetivos, seus sonhos, perguntando-se por que vale a pena continuar tentando.”
Além disso, uma dica é descobrir seus pontos fracos e fortes, para trabalhar cada um da melhor forma possível.
Saúde emocional
Esse não é um momento fácil na vida de um estudante. Não ser aprovado no vestibular causa um grande impacto, que, segundo Calbucci, nasce da percepção de uma decepção e vem acompanhado de uma sensação de incapacidade.
“Nesses momentos, ocorre uma mistura de emoções desagradáveis, sobretudo aquelas do espectro da tristeza, como o desânimo e a angústia, e do medo, como a preocupação e a ansiedade”, diz. Mas ele ressalta que tudo isso é coerente com a situação vivida.
É importante também saber avaliar o que está sentindo e, se necessário, saber a hora de procurar ajuda. Calbucci aconselha que se depois de um mês o estudante ainda tiver alterações de sono ou apetite, ainda sentir desestímulo ou desesperança, talvez valha a pena procurar ajuda profissional.
Não se esqueça que essas emoções desagradáveis são transitórias e que você ainda tem muitos objetivos para alcançar. “A melhor forma de atravessar um momento difícil é, com o perdão do pleonasmo, continuar atravessando”, diz Calbucci.
Tenha consciência que houve uma evolução muito grande ao longo do ano e que não ter conquistado a vaga desejada não é sinônimo de fracasso. “É o momento de recarregar as energias e se organizar para realizar seus sonhos”, conclui Lorencini.
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