Tanto os médicos do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) quanto os da Médicos Sem Fronteiras (MSF) atuam de forma parecida: só fazem atendimento direto aos pacientes em situações excepcionais. "Normalmente, em um país estrangeiro, você não tem licença [médica]. Então, pode ajudar a fazer uma cirurgia de urgência, mas o atendimento humanitário quem faz são médicos do lugar", explica Andrés Vera, médico da Cruz Vermelha. Além disso, os profissionais locais têm conhecimento da língua e peculiaridades da saúde regional.
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Além de capacitar os médicos e outros voluntários locais a atender as vítimas em situações excepcionais, as equipes de ajuda internacional têm a tarefa de transmitir segurança. Nas zonas de conflito, essa é a grande tarefa do CICV, diz Vera. "É alguém que não tem nada a ver com o conflito. Às vezes o médico [que está atendendo] é de um grupo rival [do atendido], então você dá segurança", explica o médico.
TAREFAS
Apesar de o trabalho médico dar fama à Cruz Vermelha e à MSF, elas oferecem outros tipos de ocupação. A Médicos Sem Fronteiras, por exemplo, recruta mais dois tipos de pessoal além dos médicos: os paramedicos (que incluem psicólogos, enfermeiros, parteiras e promotores de saúde, que também trabalham com educação e comunicação) e os não-médicos (que atuam na logística, engenharia, construção, comunicação, administração, economia etc.).
Outro ponto comum entre as instituições é que suas equipes fixas, que coordenam as missões, são muito menores que as de voluntários. "De 3 mil, tem 10 que trabalham no escritório", estima o coordenador de recursos humanos da MSF, Dominique Delley. Ele mesmo – formado em enfermagem – participou de missões de campo durante 10 anos até ter a oportunidade de entrar para o staff permanente.
A história de Vera no CICV é parecida: especialista em medicina familiar, fez mestrado em saúde comunitária coletiva no Canadá, mas se formou em Medicina na Venezuela. Antes de ser contratado pelo CICV, trabalhou em hospitais e foi voluntário no Haiti e no Afeganistão, no ano 2000, pouco antes de ingressar no Comitê. Após diversas missões de campo com a organização, surgiu a oportunidade de integrar a equipe fixa e ele aceitou. "É um trabalho duro, mas a contrapartida é a satisfação", conclui Andrés.
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