História ilustrada: Meia-noite em Paris
Novo filme de Woody Allen brinca com ícones da cultura mundial
Boa parte das pessoas que moldaram a cultura do século passado morou na Paris dos anos 1920, cenário do filme mais recente de Woody Allen. Gil, um roteirista de cinema que despreza seu trabalho, é o protagonista.
Ele viaja no tempo e conhece alguns de seus ídolos, enquanto flana pela vida boêmia da Rive Gauche, a região na margem sul do Sena, onde Hemingway, Scott Fitzgerald e companhia tomavam seus tragos. Depois, dá um pulo na capital francesa do século 19, lar dos ídolos de seus ídolos. Conheça melhor os dois cenários.
Belle époque – O mergulho no século 19
Os protagonistas são convidados a entrar no cabaré Le Moulin Rouge e encontram o pintor Toulouse-Lautrec, que retratava a boemia de Paris de seu tempo. Em seguida, aparecem Paul Gauguin, famoso pelas pinturas na Polinésia, e Edgar Degas, o pintor e escultor, conhecido pela série de esculturas e pinturas de bailarinas. Degas se tornou colecionador, comprando obras de Gauguin, Cézanne e Van Gogh.
Anos 1920 – Os tempos em que Paris era uma festa
Trilha Sonora
O compositor de Lets Do It, Lets Fall in Love,Cole Porter, chegou a Paris em 1917, antes da fama – depois de passar pela Legião Estrangeira. Ele anima as festas da turma ao piano. Josephine Baker faz o mesmo dançando.
Casal da moda
Espécie de Casal 20 dos anos 1920, traz para o filme as mazelas do relacionamento na vida real. Autor de O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald era um grande amigo do escritor Ernest Hemingway, que desaprovava seu casamento com Zelda.
Os brutos também amam
Ernest Hemingway ficou famoso por seu estilo viril dentro e fora da ficção. Seu amigo Juan Belmonte virou personagem em dois de seus livros. O toureiro, uma lenda de seu tempo, matou-se como Hemingway: com um tiro na cabeça.
Núcleo literário
Gertrude Stein era uma ricaça que reunia a intelligentsia em seus saraus. Suas críticas criavam e destruíam reputações. Vivia com Alice. Leo Stein e Djuna Barnes eram críticos influentes. Já T. S. Elliot é simplesmente o maior poeta de língua inglesa do século 20.
Amigos e rivais
Henri Matisse era um dos pintores mais reconhecidos de seu tempo e mantinha uma amizade nem sempre cordial com Pablo Picasso, que vivia seus primeiros anos de Paris.
Os surrealistas
O pintor Salvador Dalí, o cineasta Luis Buñuel e o fotógrafo Man Ray são três expressões distintas, e geniais, do movimento. Os diálogos com o protagonista do filme bebem na fonte do surrealismo.
Caminhos da arte
A evolução da pintura nos anos de Meia-Noite em Paris
Pós-impressionismo (de 1880 a 1890)
Entre o impressionismo, com Claude Monet, e o início do cubismo. Cansados das limitações do impressionismo, pintores passaram a registrar a ilusão da realidade. Surgiu na efervescência dos cabarés da belle époque
Fauvismo (de 1904 a 1908)
Com pinceladas violentas e valorização da cor pura, o fauvismo (do francês fauves, “feras”) foi lançado em 1905. Seus principais representantes eram Henri Matisse e Georges Braque (que depois virou cubista).
Cubismo (de 1907 a 1914)
O marco inicial é o quadro Les Demoiselles d’Avignon, de Picasso, em 1907. Assim como o fauvismo, teve seu termo cunhado pelo crítico de arte Louis Vauxcelles.
Modernismo (década de 1920)
No período pós 1ª Guerra, surgiu um movimento com elementos de desilusão e fragmentação. O modernismo encontrou seus expoentes em escritores radicados em Paris nos anos 1920, a “geração perdida”.
Surrealismo (de 1920 a 1969)
Surgiu em Paris nos anos 1920, fortemente influenciado pela psicanálise de Freud. O movimento artístico e literário buscava a arte inconsciente, que a razão destrói.