Veja aqui dicas de quadrinhos e filmes sobre o romance Iracema, de José de Alencar, livro obrigatório para a prova da Fuvest 2018. Publicado em 1865, a obra é tipicamente romântica da corrente indigenista, que incluiu, entre outros autores, o poeta Gonçalves Dias.
– Leia trechos comentados da obra de José de Alencar
O livro conta a história de amor quase impossível entre um branco português, Martim Soares Moreno, e a índia Iracema, descrita de forma poética como “a virgem dos lábios de mel e de cabelos mais negros que a asa da graúna”.
Confira a seguir dicas de uma história em quadrinhos e dois filmes para estudar mais sobre Iracema.
Quadrinhos
A adaptação para quadrinhos da obra de José de Alencar foi feita por Jaó D’Ambrosio e Oscar D’Ambrosio, que desenharam cenários e personagens mantendo o texto original na íntegra.
Na obra dá para perceber a temática nacionalista de Alencar e que o casal Iracema e Martim, representando os índios e os colonizadores portugueses, respectivamente, são uma metáfora para a gênese do povo brasileiro.
Filmes
O filme de 1976, Iracema, a Virgem dos Lábios de Mel, reproduz na tela do cinema fielmente a história contada no livro. É uma boa pedida para relembrar a história e ver os belos cenários descritos por Alencar nas páginas do romance. Estrelado por Helena Ramos e Tony Correia, traz na trilha sonora composições de Toquinho e Vinicius de Moraes.
Outro filme, mais interessante, não traz a história fiel do livro, mas é ótimo para refletir sobre os problemas sociais do país e ainda comparar os abusos cometidos séculos atrás e na atualidade. Iracema – uma transa amazônica (não se preocupe: apesar do nome, ele pode ser assistido por menores de 18 anos) é um filme de 1976 produzido em parceria por Brasil, França e Alemanha. Dirigido por Jorge Bodanzky e Orlando Senna, conta a história de um caminhoneiro e uma prostituta que viajam juntos pela Rodovia Transamazônica, que fora recém-construída naquele Brasil da década de 1970.
Ao longo da viagem se opõem duas visões: a do caminhoneiro, que vê a estrada como sinal do progresso e tem colado em seu veículo o famoso slogan da ditadura, “Brasil: ame-o ou deixo-o”; e a da prostituta, de família indígena, representando a degradação do povo índio desprotegido e marginalizado pelas políticas públicas e que sofre com desmatamentos e violência.
O filme foi proibido pela ditadura e só foi liberado em 1981, justamente porque fazia uma crítica aos impactos socioambientais claros e grotescos causados pela construção de uma estrada que cortava a Floresta Amazônica ao meio. A ditadura defendia a construção da rodovia e a via como sinônimo de progresso e competência nacional.