4 dicas de estudo do medalhista de ouro na Olimpíada de Matemática
Os conselhos são de nível olímpico - mas servem para todo mundo que quer absorver conhecimentos novos e complicados
O Brasil teve um bom desempenho na edição de 2023 da Olimpíada Internacional de Matemática, realizada em julho, no Japão: conquistamos 6 medalhas e ficamos na 16a. posição no ranking geral. Tivemos até um medalhista de ouro, o cearense Mathes Alencar de Moraes, que há anos se prepara para competições nacionais e internacionais dessa disciplina.
Aqui, você pode conhecer um pouco melhor a história do estudante, mas o que todo mundo quer saber são as estratégias de quem é um craque dos estudos. Afinal, como um estudante de alto nível se organiza para ter resultados tão surpreendentes? Quais são as dicas de quem passa os anos se preparando para provas – e não apenas para o vestibular?
Para conhecer os conselhos do Matheus, o GUIA DO ESTUDANTE conversou com ele. Eis aqui o que ele recomenda:
1. Foco no que você não sabe
“O quanto você estuda, em horas, está longe de ser o mais importante. Pelo menos é isso que eu sinto”, diz Matheus. Para ele, é muito mais eficaz tentar descobrir as áreas em que você falha e por que você falha – e então focar nelas. Ou seja, é importante pegar aquelas questões que você não consegue resolver e tentar entender qual é a sua dificuldade. E sempre ter em mente aquilo que está fora do seu alcance no momento.
2. Um passinho à frente
Uma vez detectada a dificuldade, concentre-se nela. O objetivo é sempre estudar aquilo que está alguns passos à frente do seu conhecimento atual. “Às vezes, estudando matemática, eu ficava louco de curiosidade para entender um conteúdo que só era pra eu conhecer daqui a uns 3 anos, porque uma vez eu tinha visto dois problemas que usavam aquele conceito. Mas isso não é útil”, diz o adolescente de 16 anos. O melhor é sempre focar naquilo que está um passinho na sua frente – algo que você consiga alcançar realisticamente -, do que teimar em questões que você não sabe nem por onde começar a resolver.
3. A importância do papel
Matheus é um grande defensor das anotações feitas à mão. Ele só usa o computador para procurar novas questões. “Se você pegar os papéis que ficam na minha mesa de estudos, você vai encontrar exatamente tudo que eu penso. Para mim, escrever é muito importante”, diz. A ciência corrobora os hábitos do menino. Um outro hábito que ele tem é anotar os passos do seu raciocínio em uma lousa gigante que fica na sua escola.
4. Acompanhado, mas sozinho
O medalhista de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática gosta de estudar sozinho – mas cercado de pessoas. “Às vezes, a gente até debate uma ou outra questão. Mas, no geral, eu fico sozinho dentro da minha caixinha imaginária, resolvendo meus problemas, enquanto as outras pessoas resolvem os delas”, diz Matheus. O estudante gosta de estar ao lado de gente porque a companhia o incentiva a manter o foco. “Caso eu perca a concentração e vá parar no mundo da lua, é bom ter outras pessoas por perto. Aí eu vejo os outros focados e eles me ajudam a voltar para a concentração.” Essa prática se tornou tão comum que há quem procure até a companhia de colegas virtuais para o estudo.
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