Você já deve ter estudado a famosa frase de Dom Pedro: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico”. Mas você lembra o contexto dela? Em 9 de janeiro de 1822, há 201 anos, o então príncipe regente D. Pedro I anunciou que não voltaria para Lisboa, como as Cortes portuguesas exigiam, e permaneceria no Brasil. O episódio, que foi um marco no processo de independência brasileira, ficou conhecido como o “Dia do Fico”.
O GUIA te relembra o que antecedeu o Dia do Fico. Vamos lá!
Vinda da corte portuguesa
Em 1806, o bloqueio comercial à Inglaterra imposto na Europa continental por Napoleão Bonaparte foi desrespeitado por Portugal, que dependia economicamente dos britânicos. A invasão francesa ao território lusitano, como retaliação, tornou-se iminente, e, em 1807, o regente português, o futuro dom João VI, e sua corte fugiram para o Brasil.
Assim que chegou à colônia, no início de 1808, o monarca decretou a abertura dos portos às nações amigas. Com a possibilidade de comercializar com outros países que não a metrópole, o Brasil ficou praticamente livre do pacto colonial. A novidade fez com que a elite econômica brasileira compreendesse melhor a necessidade da independência como uma maneira de aumentar seus lucros. Ao mesmo tempo, a Inglaterra, que passou a dominar nosso mercado após a abertura dos portos, viu que o fim do controle de seu aliado Portugal sobre o Brasil não impactaria as relações com nosso país. Formou-se, assim, uma espécie de aliança entre a elite brasileira e a inglesa.
A família real instalou-se no Rio de Janeiro, tornando-a capital do reino português. Em 1815, o Governo Joanino (como era conhecida a administração de dom João VI) elevou o Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves. Em sua política externa, dom João VI dominou a Guiana Francesa, entre 1808 e 1817, em represália a Napoleão, e ocupou a Cisplatina (atual Uruguai) entre 1821 e 1828.
Regência de Dom Pedro
Em 1820, em Portugal, a burguesia tomou o poder por meio da Revolução do Porto. Foi instalada uma monarquia constitucional baseada nas Cortes Constituintes (Parlamento). Elas obrigaram dom João VI a retornar a Portugal e a jurar lealdade à Constituição recém-promulgada. Ele voltou e deixou em seu lugar, como regente do Brasil, seu filho dom Pedro, que deveria conduzir a separação política, caso fosse inevitável.
Pela Constituição portuguesa eram claras as intenções do novo governo em recolonizar o Brasil. Também era exigência das Cortes a volta de dom Pedro à Europa. O príncipe regente, entretanto, resistiu às pressões, as quais considerava uma tentativa de esvaziar o poder da monarquia. Formou-se em torno dele um grupo de políticos brasileiros que defendiam a manutenção do status do Brasil de Reino Unido a Portugal.
Em 29 de dezembro de 1821, dom Pedro recebeu um abaixo-assinado de representantes da elite nacional pedindo que não deixasse o Brasil. Sua decisão de ficar no país foi anunciada em 9 de janeiro do ano seguinte.
Independência
Entre os políticos que cercavam o regente estava José Bonifácio de Andrada e Silva, ministro e conselheiro de dom Pedro. Ele lutou, num primeiro momento, pela manutenção dos vínculos com Portugal. Porém, ao perceber que o rompimento era necessário, tornou-se o principal ideólogo da independência do Brasil, entrando para a história como o Patriarca da Independência. Fora do círculo da corte, líderes liberais passaram a criticar pesadamente o colonialismo português e a defender a total separação.
Em 3 de junho de 1822, dom Pedro recusou fidelidade à Constituição portuguesa e convocou a primeira Assembleia Constituinte brasileira. Em 1º de agosto, ele declarou inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem no país. Cinco dias depois, assinou o Manifesto às Nações Amigas. Nele, defendeu a independência do Brasil.
Em protesto, os portugueses anularam a convocação da Assembleia Constituinte brasileira, ameaçaram enviar tropas e exigiram o retorno do príncipe regente. Ao receber as cartas com tais exigências, em 7 de setembro, dom Pedro proclamou a independência do Brasil. Em 12 de outubro foi aclamado imperador e, em 1º de dezembro, coroado, recebeu o título de dom Pedro I.
No início de 1823, realizaram-se eleições para a Assembleia Constituinte, encarregada de elaborar e aprovar a Constituição do Império. Entretanto, o órgão entrou em divergência com dom Pedro I e foi fechado em novembro. O texto acabou sendo elaborado pelo Conselho de Estado – instituição nomeada pelo imperador – e foi outorgado (ou seja, imposto) em março de 1824. Com a Constituição em vigor e vencidas as últimas resistências portuguesas nas províncias, a separação entre colônia e metrópole estava concluída. O reconhecimento oficial da independência pelo governo português, porém, só viria em 1825, quando dom João VI assinou o Tratado de Paz e Aliança entre Portugal e Brasil.
O conteúdo acima faz parte do Passei!, a plataforma que prepara você para o Enem.
No Passei! você tem acesso a uma videoaula sobre Brasil Colônia: Independência do Brasil, com professores do Curso Poliedro e material de apoio. Na plataforma, o estudante também tem acesso a uma seleção de reportagens de VEJA, VEJA SAÚDE, SUPERINTERESSANTE e também do GUIA para você ficar afiado nos conteúdos de Atualidades e mandar bem na Redação. Tudo isso a partir de R$ 9,90 ao mês! Saiba mais neste link.
Assine o Curso PASSEI! do GUIA DO ESTUDANTE e tenha acesso a todas as provas do Enem para fazer online e mais de 180 videoaulas com professores do Poliedro, recordista de aprovação nas universidades mais concorridas do país.