A força de Olga Benário e a influência nazista no Brasil
Olga Benário foi assassinada em uma câmara de gás com mais 199 prisioneiras do regime nazista
Em 23 de abril de 1942, Olga Benário foi assassinada em uma câmara de gás com mais 199 prisioneiras do regime nazista. Judia e esposa do revolucionário Luís Carlos Prestes, foi entregue pelo governo brasileiro aos alemães em 1936. Saiu do Brasil grávida de sete meses. Apesar dos protestos, o presidente Getúlio Vargas não decretou indulto e Olga foi torturada e deportada.
Depois de entregue à Gestapo, a polícia política de Hitler, ela foi enviada para um campo de concentração, onde deu à luz Anita Leocádia Prestes. A menina foi resgatada da Alemanha por sua avó, Leocádia, e sua tia. Viveu até os 8 anos no México e só conheceu o pai e o Brasil em 1945, quando acabou a ditadura Vargas.
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Juventude
De família judaica, Olga nasceu em Munique, na Alemanha, em 1908. Desde muito jovem se interessou pelo movimento comunista e aos 18 anos já militava no Partido Comunista alemão. Força e resistência eram duas características da moça. Ela falava quatro idiomas, sabia pilotar aviões, saltar de pára-quedas e era uma amazona habilidosa.
Seu caminho se cruzou com o do brasileiro revolucionário Luís Carlos Prestes em 1931. Ele estava na União Soviética estudando marxismo-leninismo e trabalhava como engenheiro. Olga tinha fugido para o país e participava da Internacional Comunista. Por conta de suas habilidades, foi destacada para fazer parte do grupo de estrangeiros que acompanhou Prestes em seu retorno ao Brasil. Juntos, eles liderariam a Intentona Comunista no Brasil, uma revolta de cunho político e militar que tentou derrubar Getúlio Vargas, mas não teve sucesso.
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Nazismo no Brasil
Durante o governo Vargas, o Brasil deu sinais de simpatia ao nazismo. Em 1936, policiais e militares brasileiros visitaram a Alemanha, onde treinaram com a Gestapo. Em retribuição, o governo brasileiro entregou a eles comunistas e judeus alemães residentes no Brasil, como Olga Benário, Erna Krüger, Elise e Arthur Ewert. Naquele momento, parecia que Getúlio estava muito mais próximo de apoiar o Eixo que os Aliados, na guerra que se aproximava e que começaria em 1939.
A Aventuras na História publicou uma reportagem em 2006 que mostrou a influência do nazismo na sociedade brasileira e como essa ideologia era vista pelas nossas autoridades na época. É um texto que vale a pena ser lido!