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A Cidade e as Serras aponta problemas urbanos

Eça de Queirós criou narrador que conta a história de um amigo com toques de fina ironia

Por Redação do Guia do Estudante Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
18 nov 2009, 12h54 • Atualizado em 11 abr 2018, 19h48
  • A Cidade e as Serras aponta problemas urbanos

    A Cidade e as Serras (1901), de Eça de Queirós, aponta problemas da vida urbana. “Não tão diretamente quanto Capitães da Areia e O Cortiço. Mas fala do jogo de aparências, da infelicidade e de outros temas da cidade”, avalia Fernando Marcílio Lopes Couto, professor de literatura do Sistema Anglo de Ensino.

    A Cidade e as Serras encaixa-se no realismo. O narrador, José Fernandes, conta a história de seu amigo, Jacinto, que vivia infeliz em Paris (apesar de rodeado por riqueza e desenvolvimento). Em dado momento, ele larga tudo e se muda para uma região provinciana de Portugal, onde reencontra sua vitalidade. Essa transição marca o contraponto entre a cidade e as serras, explica Couto.

    A linguagem do livro, detalha o professor, caracteriza-se pela ironia que Eça de Queirós empregou magistralmente em toda sua obra. Os juízos de valor emitidos por Grilo, criado de Jacinto, evidenciam essa ironia. “O que ele diz sobre o patrão faz muito sentido: primeiro, diz que ele é infeliz, depois, que renasce”.

    Mas José Fernandes também carrega um tom irônico, principalmente quando se refere aos planos de vida que tanto entusiasmam Jacinto. “Isso caracteriza o distanciamento do narrador”, avalia o professor.

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    Outra peculiaridade do livro, diz Fernando Couto, são os recursos linguísticos destoantes da cena realista. “É extraordinário. O Eça de Queiroz agregou elementos que fogem do realismo convencional. Variou seu estilo, usando expressionismo e impressionismo para descrever a deformação moral dos habitantes da cidade e o ambiente das serras. Fala de cores, de harmonia e do clima”, explica Couto.

    Segundo o professor, a intenção de Eça neste livro foi mostrar a “superioridade das serras em relação a cidade”. Nesse sentido, destaca-se a relação de espelho entre os dois mundos por onde Jacinto oscila.

    Isso fica claro com a participação das duas ‘Joanas’ no enredo. A Joana da cidade, amante de Jacinto, é superficial e tem comportamento luxurioso. Na serra, “ele encontra outra Joana, que é pura, tem comportamento irrepreensível e não é fútil”, distingue Couto.

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