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13 dicas para montar um plano de estudos perfeito para os vestibulares

Confira as melhores estratégias e técnicas para criar um cronograma personalizado, realista e equilibrado

Por Julia Di Spagna
Atualizado em 8 fev 2022, 08h24 - Publicado em 7 fev 2022, 17h56

O ano de vestibular exige muita disciplina: são meses dedicados a leituras, resolução de exercícios, aulas e simulados. E a melhor maneira de conquistar um bom desempenho nas provas é por meio de uma boa rotina de estudos. Com um cronograma assertivo, equilibrado e alinhado ao perfil de cada um, fica menos custoso realizar as tarefas ao longo das semanas e progredir. Sem contar que, quando o estudante estabelece uma rotina e consegue mantê-la, sua confiança é impulsionada pela sensação de dever cumprido. 

Para te ajudar a montar um plano de estudos perfeito, conversamos com João Pitoscio Filho, coordenador pedagógico do Curso Etapa, Márcio Guedes, coordenador do Poliedro Curso de São José dos Campos, e Alfredo Terra Neto, orientador de estudos e professor do Oficina do Estudante, que deram 13 dicas infalíveis para organizar a rotina para o Enem e outros vestibulares. Confira: 

1. Agenda de estudos

Todo vestibulando deve ter uma agenda, física ou virtual, na qual as atividades do dia estejam listadas com horários. “O calendário é o que ancora o estudante.  Precisa ter uma estrutura montada, de segunda à sábado, contabilizando a aula, estudos em casa e simulados”, diz Guedes. 

A dica do coordenador é que o estudante priorize o estudo das disciplinas que ele teve aula no dia, focando na parte teórica primeiro e, depois, nos exercícios. 

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2. Seja realista

Uma boa rotina de estudos precisa estar alinhada ao perfil e à realidade de cada um. Não adianta criar metas mirabolantes, querer resolver 200 exercícios por dia ou passar 12 horas seguidas estudando. Isso só gera frustração, ansiedade e a vontade de deixar o cronograma de lado. Por isso, monte um planejamento que seja possível de ser realizado. 

Analise com sinceridade quantas horas do seu dia você quer – e pode – dedicar aos estudos. 

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Além disso, se você é uma pessoa que funciona melhor depois das 8h, não adianta se programar para iniciar os estudos às 5h. O autoconhecimento é fundamental nesse momento.

3. Tempo para descanso e intervalos

Imagine que você montou uma rotina impecável, separou uma hora do dia para cada assunto, programou-se para realizar um determinado número de questões a cada dia da semana e conseguiu preencher cada minuto dos seus dias com estudos. Não se esqueceu de nada? 

Muitos estudantes entopem as horas com as obrigações e esquecem alguns fatores básicos da rotina, como refeições, banho, o tempo de deslocamento entre sua escola/cursinho até a casa, tarefas domésticas e descanso. Se tudo isso não for considerado na sua agenda, vai ser impossível cumprir o cronograma. O resultado será apenas frustração, estresse e desmotivação.

Além disso, durante a montagem do cronograma, deve-se deixar pequenas pausas ao longo do dia para evitar a exaustão. “Um erro muito comum é montar um cronograma que leve em conta apenas os estudos, deixando de lado as demais atividades que darão equilíbrio à vida nesse período. Separar um tempo para os momentos de lazer ajuda no aprendizado. Um estudante feliz aprende mais e melhor”, diz João Pitoscio Filho.

Também é muito importante descansar entre o estudo de cada uma das disciplinas. A sugestão de Alfredo Terra Neto é que, para cada hora de estudo, o estudante faça um intervalo de 10 minutos. “E o período de descanso não deve ser usado para a entrada em redes sociais, pois haverá um grande gasto de energia e certamente esse intervalo acabará sendo desrespeitado”, completa o coordenador. 

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4. Prioridades

Outro aspecto importante é considerar a carreira que deseja seguir, pois, dependendo da escolha, a estratégia de estudos muda principalmente se o vestibular escolhido tiver uma fase com disciplinas específicas. “A escolha da faculdade também deve ser levada em conta. Vestibulares diferentes, de um modo geral, possuem estruturas diferentes, desde o número de fases, passando pelo tipo de questões (objetivas ou dissertativas) e por quais disciplinas têm mais ou menos peso na nota dos candidatos. E isso influencia o cronograma de estudos”, diz o coordenador do Etapa.

Então, veja se o seu plano de estudos é compatível com as suas prioridades. Também é importante saber onde está pisando, ou seja, pesquise se o curso escolhido é mais ou menos concorrido, qual é nota de corte e a média que os candidatos tiram para entrar em determinada faculdade. 

Lembre-se também que as universidades costumam atribuir pesos diferentes para cada área do conhecimento do Enem de acordo com o curso. Por isso, leia o edital da universidade e, com ele em mãos, veja o que merece mais a sua atenção, dando ênfase às disciplinas que têm maior peso.

5. Revisões

“Outro aspecto importante é entender que o cronograma deve se adaptar aos períodos da preparação para os exames. Em geral, os principais vestibulares acontecem no final do ano. Logo, é essencial ter um espaço na agenda para revisões periódicas, o que deve ser intensificado com a proximidade das provas”, diz João Pitoscio Filho.

Essas revisões podem ocorrer a cada 3 a 6 semanas, separando sempre as prioridades, que são as matérias e questões que têm mais dificuldade e chance de cair. O que você já domina pode ficar para o final da fila da revisão.

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6. Redação

A redação é uma das etapas mais importantes e temidas do vestibular. Desse modo, o cronograma deve conter espaços para a produção periódica de textos. A recomendação é que seja elaborada uma por semana.

7. Simulados

As provas de vestibular não testam só o conhecimento do candidato, mas também como esse estudante consegue lidar com a adversidade, com a pressão e com o tempo.

Por isso, fazer simulados e provas dos anos anteriores faz toda a diferença na preparação para qualquer exame. A sugestão é cronometrar três minutos para cada questão e, depois, olhar os erros e checar se foram cometidos por ansiedade, falta de controle de tempo, distração ou falta de conhecimento. 

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8. Imprevistos e flexibilidade

Imprevistos acontecem. E seu plano de estudos precisa englobar isso. Seja por algum problema pessoal, uma consulta médica, o trânsito no deslocamento ou até uma tarefa atrasada porque você estava muito cansado: sua rotina precisa prever que algumas matérias ou exercícios podem ficar pendentes por conta do imprevisível.

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Por isso, é importante separar um tempinho semanalmente para recuperar o que ficou faltando. 

Além de estar preparado para imprevistos, também é importante ser flexível em algumas situações. Quando se monta um plano de estudos, por exemplo, é preciso inserir as matérias e seus horários, mas os especialistas alertam que não se deve colocar um tempo fixo por matéria. “Se você teve mais dificuldade em certo tema dentro da matéria em uma semana, não quer dizer que terá a mesma dificuldade na próxima. Portanto, a flexibilidade não pode ficar de fora do bom planejamento, cada semana terá uma distribuição de tempo para cada matéria. O plano precisa ser orgânico, de acordo com cenário de estudo daquele momento”, explica Márcio Guedes. 

9. Tempo para dúvidas

Aquele candidato que chega no vestibular com seus conhecimentos plenos, embasados e concretizados, com seu ‘calcanhar de Aquiles’ revisado, aumenta muito a chance de sucesso nas provas. Por isso, deixar um tempo na sua semana para resolver as dúvidas é fundamental.

10. Alimentação e sono

Como já mencionado, suas refeições precisam fazer parte do plano de estudos. A alimentação também deve ser equilibrada, evitando excessos e restrições severas. Para o bom funcionamento do cérebro, é necessário consumir nutrientes presentes em todos os grupos alimentares. 

O planejamento também contribui para você não precisar virar noites estudando – afinal, noites mal dormidas levarão ao esgotamento físico e mental. Além disso, o processo de memorização e consolidação da aprendizagem ocorre durante o sono profundo.  

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11. Revisite o plano ao longo das semanas

Outra indicação é revisitar o plano ao longo da execução – “Como estou? Estou rendendo bem? Como está o sono? O que está me deixando mais cansado? Estou irritado? Estou com uma alimentação boa?”

É importante olhar para trás e ver o que foi feito, o que produziu e como estudou. E também olhar para a frente, para o futuro daquele plano, e ver o que falta. Nesse momento, o estudante desenvolve o autoconhecimento e entende seu ritmo de produção. 

Ter um olhar crítico sobre o cronograma facilita a correção de estratégias que não estão funcionando para você. Quando detectar um problema, tente fazer pequenos ajustes para melhorar o rendimento. Além disso, seguir a mesma rotina com muita rigidez durante um ano inteiro é cansativo. Adaptações bem pensadas ao longo do caminho ajudam a manter o ritmo e o ânimo.

Mas nada de ficar mudando o plano o tempo todo. “Se o estudante mudar o plano com frequência, ele pode se desviar muito e, às vezes, até por questões emocionais, usar isso como se fosse uma espécie de fuga. Sem perceber, o jovem acaba criando uma armadilha física e mental”, explica o coordenador do Poliedro.

12. Plano de estudos do ano passado

E se for seu segundo ano vestibular e você já tiver um plano de estudos? Será que vale mais a pena repeti-lo ou começar do zero? Segundo os especialistas, nenhuma das opções. 

O primeiro passo é analisar seu antigo plano de estudos de forma crítica e realista, considerando seu comportamento e seus resultados. Você conseguiu cumpri-lo? Quais foram as maiores dificuldades? Nas provas, seus erros foram por não saber o conteúdo de quais disciplinas? Essas matérias receberam a devida atenção no último ano?

Com esse tipo de questionamento, fica mais fácil ver o que pode ser melhorado e fazer os ajustes necessários. Sem contar que uma mudança na rotina pode ser o que estava faltando para aumentar sua motivação. “Pequenas mudanças são fundamentais para que o segundo ano de preparação não seja muito maçante”, afirma Terra Neto. 

13. Preparação mental

Com todas essas dicas, em termos técnicos, você está mais do que preparado para elaborar um plano de estudos perfeito. Mas seu trabalho não acaba por aqui. Existe mais um fator que é fundamental para o cronograma sair do papel: a questão comportamental. 

“O estudante precisa moldar sua cabeça e preparar-se emocionalmente e racionalmente para um ano de pré-vestibular, esteja ele matriculado em um cursinho ou não. Antes de tudo, é necessário entender que esse é um projeto que vale a pena investir”, diz Márcio Guedes. 

Ou seja, vai ser preciso abrir mão de algumas coisas e levar o plano a sério com foco e comprometimento. A dica do coordenador é se esforçar bastante nas primeiras seis semanas. Depois desse tempo, o estudante já se habitua e consegue manter a disciplina, ditando o ritmo do ano e se aproximando cada vez mais da aprovação. 

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