Por Da Redação
Atualizado em 22 jul 2021, 12h06 - Publicado em 15 ago 2014, 12h10
Na instável história política brasileira diversas vezes o povo foi impedido de ir às urnas. Da fundação da Vila de São Vicente, em 1532, até a reabertura democrática da Constituição de 1988, esse direito já sofreu diversas restrições, como a exigência de uma renda mínima e a exclusão feminina. Conheça dez momentos dessa história no Brasil.
1555 – VOTO CENSITÁRIO
No Brasil colonial já existiam eleições, embora os eleitores fossem pouquíssimos. Em 1555, a vila de Santo André da Borda do Campo tinha juiz, vereador, inspetor e procurador escolhidos pelo voto.
1821 – CORTE LUSA
Em 1820 houve uma rebelião pela monarquia constitucional em Portugal. Dom João VI convocou eleições em 1821 – a nova corte tinha 72 vagas para a elite do Brasil.
1881 – TÍTULO DE ELEITOR
Em 1881 foram estabelecidas eleições diretas para câmaras e assembleias. Podiam votar eleitores com renda mínima anual de 200 mil-réis (menos os analfabetos). Foi nesse ano que nasceu o primeiro título de eleitor.
1891 – VOTO DE CABRESTO
Com a República, foram ratificadas as eleições diretas, inclusive para presidente. Só que assim nasceu o voto de cabresto: em 1904 uma lei estabeleceu que, além da cédula que ia para a urna, outra seria preenchida, datada e rubricada por um fiscal eleitoral – intimidação que duraria toda a Primeira República.
1932 – VOTO FEMININO
Foi só em 1932 que as mulheres brasileiras passaram a ter direito ao voto. Dois anos mais tarde, a idade mínima para votar foi reduzida de 21 para 18 anos
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1950 – SEM MAIORIA
A Constituição de 1946 não exigia maioria absoluta dos votos para representantes do Executivo. Três presidentes foram eleitos sem ter mais da metade do eleitorado: Getúlio Vargas em 1950, Juscelino Kubtischek em 1955 e Jânio Quadros em 1960.
1955 – CÉDULA
Em 1955 nasceu a cédula oficial de votação, que passou a ser responsabilidade da Justiça Eleitoral.
1963 – REFERENDO
Em 1963 os eleitores brasileiros votaram o seu primeiro referendo. E escolheram a volta do presidencialismo, que tinha sido deixado de lado para garantir a posse de João Goulart, após a renúncia de Jânio Quadros. Essa, no entanto, foi a última votação popular antes da ditadura que se instalou com o golpe de 1964.
1989 – ELEIÇÕES DIRETAS
Após 21 anos de ditadura militar, o Brasil comemorou a volta à democracia. A Constituição de 1988 determinou que Presidente, governadores e prefeitos de grandes cidades seriam eleitos em dois turnos. Jovens com mais de 16 anos, analfabetos e maiores de 70 anos ganharam direito facultativo ao voto. Em 1989, após 29 anos de escolhas feitas pelo Congresso, houve eleição para presidente.
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1996 – URNA ELETRÔNICA
Após experiências feitas desde 1989, 57 cidades com mais de 200 mil habitantes passaram a ter urna eletrônica na eleição municipal. Em 2000, na primeira eleição totalmente informatizada do mundo, 110 milhões de pessoas escolheram prefeitos e vereadores de 5559 municípios.