10 filmes com duras – e importantes – críticas sociais
As obras podem ser ótimas ferramentas para mostrar um amplo repertório na hora da redação
Muito além do entretenimento, diversos filmes despertam reflexões sobre temas que precisam ser discutidos, como desigualdade social, racismo e violência. Assistir a certas obras pode até causar um desconforto pela força das cenas, pelas dificuldades encaradas pelos personagens ou por saber que, infelizmente, aquela realidade ultrapassa as telas e é enfrentada por boa parte da população.
Pensando nisso, separamos dez obras que irão ajudá-lo a refletir sobre a nossa sociedade, desenvolver um pensamento mais crítico e ainda ampliar seu repertório para um melhor desempenho da hora na redação. Confira:
Parasita (2019)
Nessa obra sul-coreana conhecemos a relação entre duas famílias: os Kim, que estão desempregados, vivem em um porão em uma condição de extrema pobreza passando por diversas dificuldades; e os Park, que moram em uma luxuosa mansão. Os Kim ficam encantados com a vida da segunda família e, aos poucos, tentam se infiltrar nessa nova realidade.
Indicado a seis categorias do Oscar 2020 e vencedor de quatro, incluindo Melhor Filme, Parasita aborda a questão da desigualdade e da luta de classes oscilando entre demonstrações explícitas e sutis das diferenças sociais entre as duas famílias.
Disponível no Telecine Play, no NOW e no YouTube.
Infiltrado na Klan (2018)
O filme se passa nos anos 70 e conta a história de Ron Stallworth, o primeiro policial negro que conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan. Ele se comunicava apenas por telefonemas e quando precisava se encontrar pessoalmente com outros membros enviava um policial branco no seu lugar.
Despertando uma série de reflexões, a obra aborda a questão do racismo em muitos momentos com humor, mas sem deixar de lado a seriedade do tema e até faz paralelos com a atualidade.
Disponível na Amazon Prime Video, no Google Play e no YouTube.
Cafarnaum (2018)
Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2019 e elogiado por Oprah Winfrey, a obra conta a história de um menino sírio de 12 anos, Zain, que comete um crime e decide processar os pais por o terem colocado no mundo. A difícil realidade e os desafios encarados no dia a dia da criança no Líbano expõem uma infância em xeque na luta pela sobrevivência.
Disponível no Google Play e no YouTube.
Nós (2019)
Uma família decide viajar para uma casa de praia em Santa Cruz, na Califórnia. Eles aproveitam a viagem até que um grupo misterioso com seus próprios clones começa a atacá-los.
Mas a obra vai muito além de um filme de terror, explorando questões de privilégios, injustiças, racismo, segregação social, e se tornando um prato cheio para assistir mais de uma vez e retirar diversas teorias e analogias.
Disponível no Telecine Play, no Google Play e no YouTube.
Você Não Estava Aqui (2019)
Aqui, o foco da obra está nas críticas ao trabalho informal, as condições às quais as pessoas são submetidas nesse tipo de atividade e sobretudo ao que vem sendo chamado de “uberização do trabalho”.
Uma família enfrenta dificuldades financeiras depois da crise de 2008. O pai começa a trabalhar em uma empresa de entregas sem um vínculo empregatício. Com o tempo, a autonomia de fazer seus próprios horários e ser “seu próprio chefe” acaba se tornando um pesadelo de turnos desumanos e sacrifícios financeiros para conseguir manter a família. Uma tragédia social que está na ordem do dia.
Disponível no Telecine Play.
Os Miseráveis (2019)
O policial Stéphane é transferido e se junta ao esquadrão anticrime de uma região. Junto com Chris e Gwada, dois homens de métodos pouco convencionais, ele se envolve em uma trama cheia de conflitos a partir de um furto realizado por crianças da área.
O longa mostra a realidade de uma França extremamente diversa etnicamente, que não é tão explorada pelo estereótipo de outras obras. Além da desigualdade social e do racismo, vemos uma polícia despreparada que acaba incitando ainda mais as tensões.
Disponível no YouTube.
Uma Mulher Fantástica (2017)
Marina é transexual e trabalha como garçonete enquanto sonha em se tornar uma grande cantora. Mas sua vida passa por uma reviravolta quando seu namorado morre e ela, além de enfrentar a dor pela perda, torna-se suspeita de assassinato.
A obra apresenta os diversos preconceitos que a personagem encara tanto de forma velada quanto de forma explícita por ser transexual.
Disponível na Amazon Prime Video.
Coringa (2019)
Indicado a 11 categorias no Oscar 2020 e levando duas estatuetas, o filme conta a história do grande inimigo de Batman. Após ser demitido de seu emprego como palhaço em uma agência, Arthur, o Coringa, comete uma série de assassinatos. Suas ações iniciam um movimento popular contra a elite de Gotham City.
A obra mostra as dificuldades enfrentadas pelo personagem na vida social, financeira e psicológica. Nesse contexto, existe uma forte crítica ao neoliberalismo, já que a obra provoca o espectador para questionar a falta de auxílio do estado ao personagem. Arthur responde a isso tudo com uma violência extrema que acaba sendo aclamada por uma população que só enxerga a solução para seus problemas por esse caminho.
Vale lembrar que, na época de sua estreia, apesar do sucesso de público, o filme chegou a ser criticado nas redes sociais pela violência empregada nas cenas. As discussões chegaram aos massacres com armas de fogo nos Estados Unidos – tema de extrema relevância nos dias de hoje. Muitos apontavam que o filme incitaria esse tipo de ataque.
Disponível no Google Play e no YouTube.
O Poço (2019)
Em uma prisão vertical conhecida como Poço, dois detentos dividem uma cela em cada andar. O protagonista Goreng acorda no nível 48 com o personagem Trimagasi, que o explica que todos os dias uma plataforma com os restos de comida dos outros 47 primeiros níveis chega ao andar deles.
Não se sabe o quão fundo é o poço, mas a cada 30 dias, os prisioneiros são realocados e podem chegar a níveis nos quais não tenham comida o suficiente, testando os limites de cada um em busca da sobrevivência.
A obra explora o lado mais egoísta do ser humano. As pessoas dos andares mais altos, mesmo sabendo que suas atitudes vão desencadear consequências mortais para quem está nos andares mais baixos, decidem deixar o coletivo de lado e comer o máximo possível. E além da crítica à sociedade, O Poço também faz provocações sobre o sistema no qual os indivíduos estão inseridos. Será que mesmo que se as pessoas cooperassem, ele seria justo com todos?
Disponível na Netflix.
Nóis por Nóis (2017)
Nóis por Nóis mostra a vida de jovens que vivem na periferia e encaram no dia a dia diversos tipos de violência. E como o próprio título indica, a ideia é mostrar os sonhos e a realidade do ponto de vista deles, sem um olhar externo que os colocam apenas como vítimas ou vilões. A obra explora questões, como a violência policial, o tráfico e o questionamento do que é ou não justiça.
Disponível no Google Play e no YouTube.
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