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Estudo

JEAN-PAUL SARTRE

O existencialismo de Sartre foi uma das correntes mais importantes do pensamento francês

por Guia do Estudante Atualizado em 18 ago 2017, 16h12 - Publicado em
16 ago 2017
13h02

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Jean-Paul Sartre

ORIGEM

Paris (França) (1905-1980)

CORRENTE FILOSÓFICA

Existencialismo

PRINCIPAIS OBRAS

A Náusea; Os Caminhos da Liberdade; O Ser e o Nada; O Existencialismo É um Humanismo; Entre Quatro Paredes

FRASE-SÍNTESE

“A Existência precede a Essência.”


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BIOGRAFIA

Jean-Paul Sartre nasceu em Paris, em 21 de junho de 1905. Criado pela mãe e pelo avô, estudou na Escola Normal Superior, onde conheceu a escritora Simone de Beauvoir, em 1924, com quem estabeleceu uma relação afetiva até sua morte. De 1931 a 1945 lecionou filosofia em várias escolas secundárias. Recrutado em 1939 para a II Guerra Mundial, acabou prisioneiro dos alemães entre 1940 e 1941. Depois de libertado, voltou a lecionar e se integrou à Resistência Francesa, de oposição ao nazismo, fundando o Movimento Socialismo e Liberdade.

Após a guerra, aproximou-se dos comunistas. Em 1945 cria com outros intelectuais a revista Les Temps Modernes, que exerceu grande influência sobre a intelectualidade francesa. Foi o primeiro diretor do hoje tradicional jornal esquerdista Libération. Em 1956 rompeu com o modelo socialista russo após a intervenção das tropas soviéticas na Hungria. Na década de 1950 abraçou o comunismo maoísta – dizendo ser o marxismo “a filosofia inevitável de nosso tempo” – e posicionou-se publicamente em defesa da libertação da Argélia, da Revolução Cultural da China e dos movimentos estudantis de 1968. Morreu em Paris, em 1980.

 

“A realidade humana não tem desculpas: somos responsáveis pelo mundo, porque o elegemos. O homem é o único legislador de sua vida, e a única lei de sua existência diz apenas: ‘escolhe-te a si mesmo’. Ou então, ‘fazer e, ao fazer, fazer-se’. A cada momento o homem deve escolher o seu Ser, lançando-se continuamente a seus possíveis e constituindo pouco a pouco a sua essência, através dessas escolhas, contando, para agir, somente com a voz de sua consciência.”

A FILOSOFIA DE SARTRE

Jean-Paul Sartre
Jean-Paul Sartre (Reprodução/Reprodução)
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O existencialismo de Sartre foi uma das correntes mais importantes do pensamento francês, ganhando força, sobretudo, nas décadas de 1950 e 1960, com forte repercussão na filosofia, na literatura, no teatro e no cinema. Considerado por muitos o símbolo do “intelectual engajado”, Sartre adaptava sempre sua ação às suas ideias, e o fazia sempre como ato político. Foi aquele intelectual cujo pensamento influenciou tendências e atitudes, pronunciando-se sobre acontecimentos políticos, sociais e culturais de seu tempo (maitre à penser). O termo sartriano tornou-se sinônimo de livre-pensador.

Para Sartre, o homem é um tipo diferente de ser, pois pode pensar sobre a própria consciência e sobre o mundo ao seu redor. Para o homem que se define por sua autoconsciência, existir e refletir são a mesma coisa. A consciência humana não tem uma essência definida, não tem um criador que tenha dado uma finalidade a priori para sua vida: “O homem é um ser pelo qual o nada vem ao mundo”.

O que resta ao homem? Sua liberdade, consequência básica dessa constatação. A única opção é criar. É durante a própria existência que o homem define, a cada momento, o que ele é. Em outras palavras, o homem constrói os significados de sua vida, seus objetivos, metas, valores, sua visão de mundo, seu sentido. O homem é o único responsável por seus atos e escolhas, criador de sua existência autêntica. Vivemos presos numa teia de significados que nós mesmos criamos diante de um mundo que, sozinho, nada significa. Não há nenhuma ética pronta, anterior a nós mesmos, para nos guiar. Não há tábuas de apoio ou pretextos. Por isso, no homem, “a existência precede a essência”.

Sartre tinha plena consciência de como essa filosofia é extremamente angustiante: em vez de aceitarmos valores prontos dados pela Igreja ou por uma tradição qualquer, somos completamente responsáveis por nossos atos, por nossas escolhas, valores e sentidos. Em vez de consumir éticas enlatadas, temos que produzir a nossa própria. Viver é uma escolha: são as escolhas de cada homem que definirão a sua essência. E mais: essas escolhas podem afetar, de forma irreversível, o próprio mundo. A angústia, portanto, vem da própria consciência da liberdade e da responsabilidade em usá-la de forma adequada: “O homem está condenado a ser livre”.

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O melhor para sermos felizes, então, não seria assumir um sentido para a vida pronto, como uma religião qualquer ou a busca pelo dinheiro? Não. A filosofia de Sartre defende a liberdade e a autenticidade de cada ser humano como essenciais, não obstante a angústia que tal liberdade pode nos trazer. Sartre chama de má-fé a atitude daqueles que, renunciando à própria liberdade, assumem um papel pronto na sociedade; aqueles que não são sujeito, mas objeto da própria vida.

Sartre hoje

Qual a relação entre os intelectuais e as massas? Sartre consolidou-se como intelectual engajado, porta-voz de uma época, cuja opinião era sempre consultada. Na época de Sartre, o intelectual era visto por muitos como a “vanguarda” da sociedade. Atualmente, muitos, em contraposição, enxergam a posição do intelectual de outra forma. O sociólogo português Boaventura de Souza Santos, por exemplo, defende a ideia de que o intelectual deve estar na “retaguarda” da sociedade, atuando junto aos movimentos sociais, sem a intenção de dirigi-los.

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