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Veja como se preparar desde já para a redação do Enem

Investir a longo prazo no seu repertório e pensamento crítico é essencial para uma nota mais alta

Por Julia Di Spagna
Atualizado em 20 mar 2020, 17h39 - Publicado em 29 mar 2018, 07h00
Redação
 (Volodymyr Hryshchenko/Unsplash/Reprodução)
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Introdução, desenvolvimento e conclusão com proposta de intervenção. Esse é o pacote básico para a prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas precisa vir acompanhado de um bom repertório cultural e linguístico.  

Com o Enem sendo usado como processo seletivo por um número cada vez maior de universidades, fica difícil passar em uma carreira mais concorrida sem uma boa nota na redação.

Mas é claro que a habilidade de construir um bom texto não é algo que se consegue do dia para a noite. É preciso treino, tempo e dedicação. E pensar desde já na melhor forma de se preparar pode ajudá-lo a conquistar seu espaço na faculdade que sempre sonhou.

A construção do repertório

“Leia editoriais de jornal e veja como os temas são discutidos”. Segundo o professor de português Maurício Soares, do Anglo, a melhor maneira de começar sua preparação nos primeiros meses do ano é investir no seu repertório.

“É importante ter o que comentar, ter contato com opiniões diferentes. Alimente-se do conhecimento de forma menos pragmática e mais como um grande desenvolvimento”, completa.

Para o professor, as dicas pontuais da construção dos textos são úteis, mas precisam estar respaldadas pela sua bagagem. “Receber essas noções de como fazer a redação sem ter desenvolvido um repertório ao longo do ano é como uma casca sem recheio”.

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Simone Motta, coordenadora de português do Etapa, conta que além de acompanhar as notícias que aparecem na mídia é preciso ficar atento aos assuntos abordados. “O tema da prova gira em torno de um problema social nacional. Não necessariamente polêmico, mas algo que peça uma solução. Então é válido usar essa espécie de filtro na hora de estudar”, afirma.

A interdisciplinaridade adequada

Outro recurso que muitos alunos gostam de utilizar é a filosofia ou a sociologia: eles dizem o nome do pensador e abordam superficialmente sua principal ideia. Os professores alertam, no entanto, que essa não é a melhor estratégia.

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Segundo Simone, apenas citar um nome não é o suficiente. “Se quiser abordar esses temas é preciso estudar, pois os pensamentos precisam ser apresentados e discutidos”.

“É necessário um contato de forma mais aprofundada”, completa Maurício. Para o professor, o aluno não deve se apegar à lógica de saber determinado assunto apenas para determinada prova.

A professora ressalta que uma estratégia é utilizar na redação os conhecimentos de história, geografia e biologia, por exemplo. “Procure temas dentro de zonas de conforto, em que se sinta seguro e possa ser sincero”.

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Periodicidade e pensamento crítico

Ambos defendem que o ideal é treinar fazendo uma redação por semana, de modo que você consiga elaborar o texto, mostrá-lo para alguém corrigir e reescrevê-lo.

Para Maurício, o importante é o treino. “Ninguém é a mesma pessoa dez textos depois”. A periodicidade dessa atividade faz com que o estudante se sinta cada vez mais confortável e apto para lidar com as redações.  E Simone completa: “Redação se aprende fazendo”.

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Para melhorar a habilidade de argumentação, o professor destaca a importância de se estar atento ao que acontece ao seu redor. “A preparação para o Enem começa hoje na hora do jantar”.

É em uma discussão com conhecidos ou na análise de uma situação cotidiana que o aluno adquire um julgamento crítico que, segundo Maurício, é a junção de opinião e argumento – ambos adquiridos em diversos ambientes no dia a dia. “Muitos alunos acham que tudo que não seja um exercício é uma perda de tempo. Mas outras atividades podem gerar uma grande articulação autoral e vão além de apenas adquirir informações”.

Maurício dá ainda outra dica: faça grupos de discussão com amigos e escolham uma notícia por semana para analisarem e debaterem. “Isso ajuda muito na formação do pensamento crítico”.

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Por fim, a proposta de intervenção é algo que não pode ser deixado de lado no exame. Fuja de abordagens vagas e clichês. “Procure redações com nota máxima e as utilize como norte”, aconselha Simone. Seja específico na proposta e pense em ações concretas.

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