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As dicas do MEC que podem ser tema da redação do Enem 2022

Levantamos possíveis dicas de temas publicadas nas redes sociais do Ministério da Educação e do Inep; estratégia já funcionou em anos anteriores

Por Karolina Monte
Atualizado em 1 nov 2022, 18h51 - Publicado em 27 out 2022, 17h10

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Essa não é bem uma novidade: já contamos aqui no GUIA DO ESTUDANTE que é comum que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira) e o MEC (Ministério da Educação) deem alguns spoilers sobre o tema de redação do Enem ao longo do ano. É claro que estamos lidando com suposições, mas qualquer dica que acalme a ansiedade do estudante a esta altura é bem-vinda.

E olha, apesar das apostas não serem 100% certeiras, há quem diga que a estratégia funcionou em anos anteriores. Em 2017, quando o tema da redação foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”, o Ministério da Educação havia anunciado meses antes que aquela seria a primeira edição da prova com atendimento especializado para participantes com surdez ou deficiência auditiva.

+ As apostas de tema da professora que teve 3 alunas nota mil na redação do Enem

Geralmente, esses spoilers do MEC e do Inep chegam por meio das redes sociais. São posts no Instagram, no Twitter ou mesmo no Facebook dessas instituições que divulgam iniciativas e levantam discussões. Basta, então, interpretar quais temas de redação poderiam sair dali.

Selecionamos quatro postagens um tanto suspeitas do Ministério da Educação e do Inep e convidamos Gabrielle Cavalin, coordenadora de redação do Poliedro, para nos ajudar a decifrá-las.

“Os temas colocados a partir de postagens oficiais do governo podem sim se transformar em temas do Enem, mas sempre dada a relevância da discussão no cenário atual, ou seja, da recorrência dos temas na mídia. Precisamos particularizar cada um dos temas e entender a problemática que cada um deles traz”, explica Gabrielle.

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Confira a análise da professora!

O papel das plataformas digitais na educação

Basicamente, as plataformas digitais são sites que promovem interações entre os usuários e permitem a atualização constante de conteúdos. Na educação, elas podem ser utilizadas para hospedar cursos online ou mesmo para facilitar a interação entre estudantes e professores. Está achando essa história familiar?

Durante a pandemia de covid-19, as plataformas se tornaram um meio de lidar com o ensino à distância, e parecem ter vindo para ficar – afinal, pesquisas mostram o crescimento do EaD (Ensino à Distância) frente à modalidade presencial.

Ao longo do ano, o Ministério da Educação fez diversas postagens sugerindo os benefícios das plataformas digitais na formação de estudantes e professores. Confira:

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Gabrielle Cavalin aponta que, dentro deste tema, “a solução que se espera dos alunos é que eles pensem alternativas e benefícios das plataformas digitais na educação”. Portanto, para ela, se este assunto surgisse como tema seria relacionado às consequências da pandemia para a área da educação ou os desafios na formação dos jovens e dos professores na contemporaneidade“.

Afinal, os desafios educacionais neste cenário pós-pandemia e o crescimento do Ensino à Distância são temas bastante contemporâneos e importantes no campo da educação.

Gabrielle explica que as tecnologias digitais e as plataformas de ensino podem entrar como uma alternativa para a educação, já que quando bem orientadas e bem empregadas auxiliam muito no processo de formação educacional.

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No entanto, o estudante deve ficar atento com os exemplos usados para argumentar dentro deste tema, afinal, estamos sofrendo um processo chamado por Gabrielle de “TikTokzação” educacional. Aqui, a problematização é que cada vez mais profissionais não qualificados passam a oferecer formação acadêmica por meio das redes sociais e plataformas.

O candidato também deve ponderar, portanto, a respeito da qualidade do ensino oferecido por este meio.

+ Pela primeira vez, ingresso na graduação à distância passa o presencial

Educação financeira

Seja nas escolas ou em canais com milhares de inscritos no Youtube, a educação financeira é sem dúvidas o assunto da vez – e o MEC e o Inep não ficariam de fora.

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“Muitos canais digitais surgiram nos últimos anos para suprir essa demanda pelo conhecimento financeiro, especialmente por parte da população jovem. Isso é atribuído à falta de noções básicas de educação financeira, atrelado ao consumismo que cada vez mais incita a juventude a realizar-se por meio de compras”, explica a coordenadora do Poliedro. Diante deste estímulo constante, Gabrielle afirma que o tema se torna extremamente relevante. 

Outro elemento que precisa entrar nesta conta é o fato da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) prever a educação financeira como um dos temas transversais a serem trabalhados nas diferentes disciplinas da educação básica.

Já existem, inclusive propostas para incluir o ensino financeiro nas salas de aula, como o programa de capacitação de professores intitulado “Educação Financeira na Escola”.

+ O ensino da educação financeira e o impacto na vida das pessoas

Letramento digital na educação básica

Assim como na dica sobre as plataformas digitais, aqui vale um olhar atento para os efeitos da pandemia na educação. Com a migração forçada para o ambiente digital, milhares de alunos e professores que não estavam habituados a este meio sentiram dificuldade em manter a constância e qualidade do ensino e aprendizado.

Este episódio recente, aliado ao fato de que vivemos uma transformação digital, coloca o ensino de computação nas escolas como uma forte aposta para este ano.

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A inclusão digital também está prevista na BNCC, e cabe aos estados, municípios e o Distrito Federal garantirem a implementação da inclusão digital em todo país.

Gabrielle nos explica que, a partir deste assunto, a problemática que tem mais chances de aparecer seria a falta de profissionais capacitados para lidar com a tecnologia. A revolução técnico-científica e a chegada do “trabalhador 4.0” também impactam nesta adaptação da educação básica.

O candidato poderia defender que o Brasil, assim como diversos países emergentes, ainda vive uma defasagem na educação tecnológica, o que se torna também um problema social. Caberia também dissertar sobre a falta de estrutura física para promover este letramento digital, já que falta investimento no Ensino Básico do país.

É exatamente isso que a redação do Enem gosta de cobrar: problemas e dilemas sociais e os caminhos para solucioná-los.

Educação ambiental e economia verde

A ideia de uma economia mais sustentável, que inclua a todos e gere menos prejuízos ao meio ambiente, tornou-se pauta em todo o mundo. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a economia verde é “alternativa ao modelo econômico dominante que vivemos atualmente, o qual exacerba as desigualdades, incentiva o desperdício, desencadeia escassez de recursos e gera ameaças ao meio ambiente e a saúde humana”.

Ou seja, é uma ideia que engloba questões não apenas de ordem ambiental, mas social e econômica.

Em publicação recente, o MEC levantou a pauta em publicações sobre educação sustentável e economia verde:

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Para Gabrielle, a problemática que pode ser proposta a respeito deste tema está relacionada aos caminhos para a construção de uma economia verde, baseada na preservação ambiental.

“Afinal, é só pensarmos no cenário atual e nas discussões: desmatamento, agronegócio, exportação de produtos e como eles precisariam estar atrelados ao compromisso ambiental”, reflete. 

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