Pandemia e crise: estudantes contam como foi a preparação para o Enem 2021
O exame está marcado pela pandemia de covid-19 e a crise no Inep. Jovens contam como driblaram as dificuldades
Em decorrência da pandemia de covid-19, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá a sua segunda realização em 2021 nos dias 21 e 28 de novembro. Além das dificuldades enfrentadas pelas aulas remotas, os estudantes farão o Enem 2021 em meio a uma grande crise no Inep. Por conta disso, a segunda edição do exame neste ano tem o menor número de inscritos desde 2007.
GUIA conversou com alguns estudantes para saber como foi a preparação atípica para o exame e quais são as expectativas.
Jade
Jade Beatriz, 20 anos, mora em Fortaleza, Ceará. A jovem pretende entrar na Universidade Federal do Ceará e cursar Jornalismo. “Fiz cursinho da metade do ano para cá, com ajuda de um amigo. Mas antes disso, foi muito difícil estudar por conta própria, conciliar com trabalho e a rotina de casa”, conta.
Jade diz que a maioria dos amigos da comunidade onde vive não se inscreveram para o Enem por conta da insegurança causada pela pandemia e pela crise econômica. “Os meus poucos amigos que se inscreveram no Enem têm a mesma sensação. Eles vão fazer o exame para pelo menos saber que tentaram”. Mesmo com o contexto difícil, a jovem está confiante: “Será muito significativo ser a primeira da família a entrar na universidade. É um sonho coletivo da família”.
Luís Henrique
Luís Henrique Amaral Silva, 19 anos. Mora na Vila Gustavo, Zona Norte de São Paulo. Ele quer prestar para faculdades de Medicina Estaduais e Federais por meio do Sisu. É o terceiro Enem que ele vai fazer e o segundo ano que se prepara no curso Anglo.
“Durante a pandemia, realizei provas de Enem e vestibulares anteriores e contei com a estrutura do cursinho. Fiz aulas e simulados na forma EAD e, recentemente, presencial”, explica Luis. O estudante conta que sentiu falta das aulas presenciais “As restrições do isolamento foram muito importantes. Mas a limitação do contato entre alunos e professores reforçou a importância do sistema presencial para o aprendizado e para preservar a saúde mental e física em momentos de lazer. Meu local de estudo durante o isolamento era o mesmo de descanso, ou seja, o quarto”.
Hugo
Hugo Silva, 18 anos, mora na zona rural de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. “A pandemia afetou diretamente meus estudos. O sinal e qualidade da internet por aqui é péssimo. Por isso, minha preparação para o Enem foi conturbada. Eu divido o quarto com minha irmã e moro com outras 4 pessoas. Eu fiz simulados gratuitos nos computadores da escola porque não puder fazer cursinho. Contei com a ajuda de professores. Eles passavam atividades a mais para me preparar”, conta.
Na sua casa, o estudante é o primeiro da família a completar o ensino médio. “A expectativa da minha família é que eu seja o primeiro a entrar na universidade”. Hugo que usar a nota do Enem para cursar Direito e gostaria de entrar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Yasmin
Yasmin Barreto da Silva, 16 anos, mora em Jequié, Bahia. Ela quer estudar Direito na Universidade Federal da Bahia (UFBA). A escolha foi motivo de uma pequena crise. “Minha família tem uma expectativa muito alta. Existe uma cobrança e o desejo que eu faça Medicina. No entanto, eu amo Direito. Entendi que devo seguir aquilo que me realiza e não apenas ir pela expectativa deles. Preciso estudar e lutar por meu futuro pensando naquilo que eu sou e almejo ser”, reflete a jovem.
Ela conta que a pandemia afetou a sua tranquilidade para estudar, mas essa não foi a única preocupação na preparação do Enem. “Viver em um país onde o sucateamento da educação é constante e que existe negacionismo científico e o desmonte das nossas perspectivas afetou diretamente no estímulo para os estudos.”
“Percebo um desânimo e baixas expectativas dos estudantes. A pandemia gerou uma insegurança do nosso preparo, mas continuo torcendo por todos e com a esperança de um Brasil e um futuro melhor”, analisa.
Pedro Leite
Pedro Leite de Farias, 19 anos, reside em Sumaré (SP). Ele quer usar a nota do Enem para cursar Medicina. “Meu foco com o Enem é utilizar a nota para o Sisu. Miro as federais do Ceará, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A minha preparação foi boa. Devido ao contexto da pandemia, tive aulas online, mas foi tranquilo. Contudo, comemorei quando retornamos ao formato presencial em agosto. A covid-19 afetou bastante o nosso gradiente de estudo. O isolamento tirou nossa rotina, perdemos a forma original de estudar”, analisa.
O jovem fez uma série de simulados no cursinho para aprender a controlar e otimizar o tempo de prova. Pedro espera que a crise no Inep não modifique o exame ao ponto de prejudicar a forma como se preparou. “Fico pensando se haverá ou não alguma mudança brusca no exame, alternando um formato para o qual venho me preparando, sabe? Além do receio que na prova o conteúdo não esteja contextualizado com a verdadeira realidade atual do País.”
Confira os protocolos de segurança da covid-19 durante o Enem 2021
Como você se preparou para o Enem? Comente em nossas redes sociais. E acompanhe gabarito, comentário de professores, desdobramentos da redação e a cobertura completa aqui no Guia do Estudante 😉.
Assine o Curso PASSEI! do GUIA DO ESTUDANTE e tenha acesso a todas as provas do Enem para fazer online e mais de 180 videoaulas com professores do Poliedro, recordista de aprovação nas universidades mais concorridas do país.