O MEC (Ministério da Educação) decidiu que não vai mais realizar a versão digital do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) a partir deste ano. A decisão foi noticiada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pela assessoria do Inep (Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais), responsável pela organização do exame. Segundo o presidente do instituto, Manuel Palácios, não há previsão para que o Enem Digital volte a ocorrer nos próximos anos.
A justificativa oficial para o fim do formato está ligada aos altos custos e à baixa adesão. Em 2022, por exemplo, foram investidos R$ 25,3 milhões para a aplicação da prova. Das 100 mil vagas ofertadas para o formato, 66 mil foram preenchidas durante o período de inscrições. Nas datas de aplicação do exame, apenas 30 mil candidatos apareceram para fazer as provas.
Os custos do Enem Digital são significativamente mais altos do que os da versão convencional da prova. Enquanto o valor por aluno do Enem tradicional é de R$ 160, o do formato digital é cerca de R$ 860.
“O exame era exatamente o mesmo, não havia nenhuma vantagem para o estudante e cada vez menos gente se interessava por ele”, afirmou Palácios em entrevista ao Estadão.
O Enem Digital foi criado em 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro. O então ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendia a implementação gradual do formato até que ele substituísse completamente a prova física em 2026. Não houve, no entanto, adesão dos estudantes.
