Nem um minuto de tolerância. Foi pontualmente às 13h, que os portões da Unip da Unidade Vila Mariana foram fechados, deixando um grande de número de alunos que iriam prestar o primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011 para fora. Batidas no vidro, toques no interfone da nada adiantaram. Mais de dez alunos ficaram para fora do prédio.
A estudante Gisele Moreira, 25, que presta o Enem pela quarta vez, perdeu a prova por atraso pela segunda. Ela e o amigo Jhonatan Hebert, vieram do Sacomã, na região sudeste de São Paulo, mas não conseguiram chegar a tempo. O motivo alegado para o atraso: o trânsito. “Estava prestando o Enem para conseguir desconto na bolsa da universidade”, conta. Mas, após dois anos de provas perdidas, ela diz que desistiu. “Ano que vem, não presto mais”, garante.
Emily Pereira, de 18 anos, que faz o Enem pela primeira vez este ano, também chegou após o fechamento dos portões. Ela chegou com dois minutos de atraso e, em lágrimas, culpou o trânsito. “Moro no Alto do Ipiranga, que nem é tão longe daqui, mas levei quase uma hora para chegar. Estou muito triste de não ter dado tempo, mas fazer o que, não é? Ano que vem tento outra vez”, disse a garota.
Para os atrasados, o clima era de conformismo. Mesmo para aqueles que vieram de outras cidades. Rosa Maria da Silva, por exemplo, saiu às 9h da manhã de Bertioga, cidade em que vive, mas não conseguiu chegar a tempo. “Até tentei descer do ônibus e correr, mas foi em vão”, contou.
Muitos alunos, como Guilherme Pereira, e Everton Cunha, ambos, de 17 anos, que também perderam a prova, reclamaram que em outras algumas unidades onde foi aplicado o Enem em anos anteriores, houve uma tolerância de até 10 minutos. Procurada, a assessoria de imprensa do Inep esclarece que o horário de fechamento dos portões é às 13h e que não houve tolerância em nenhum dos anos anteriores.