De volta ao Brasil depois de uma viagem oficial à Índia, o presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista na chegada à residência oficial do Palácio da Alvorada. Questionado sobre os problemas do Enem 2019, ele afirmou que vai apurar se foi erro do governo, falha humana ou sabotagem, hipótese já considerada por ele em diversas outras ocasiões durante sua gestão.
“Está complicado. Tenho que conversar com ele (ministro da Educação, Abraham Weintraub) para ver o que está acontecendo. Se realmente foi uma falha nossa, se tem alguma falha humana, sabotagem, seja lá o que for. Temos que chegar no final da linha e apurar isso daí”, declarou o presidente.
Bolsonaro não apresentou evidências que poderiam embasar a hipótese de sabotagem, mas, de acordo com ele, “todas as cartas estão sobre a mesa”. “Não quero dizer que é isso para querer se eximir de uma responsabilidade que talvez seja nossa. Não sou dessa linha, não. Eu quero realmente apurar e chegar no final da linha para poder falar com propriedade. Se foi nossa, assume. Se foi do outro, mostra com provas o que houve”, afirmou.
Outro ponto muito questionado, após o erro na correção das notas do Enem que resultou na suspensão da divulgação do resultado do Sisu e das inscrições do Prouni, foi a permanência de Abraham Weintraub, que já vinha sendo criticado, no Ministério da Educação. Mas Bolsonaro afirma que nada mudou: “por enquanto, continua, sem problema algum”. Ele completa: “Eu sempre falo ‘por enquanto’ para todo mundo. O único que não é ‘por enquanto’ é o Mourão. O resto, todo mundo é ‘por enquanto'”.