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Enem: todos os temas de redação que já caíram na prova

Confira todas as propostas de dissertação já cobradas no exame, desde sua criação

Por Wender Starlles
Atualizado em 29 ago 2023, 17h03 - Publicado em 22 set 2022, 14h30

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é aplicado desde 1998, por meio dele estudantes de todo o país conseguem participar de processos seletivos como o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e ProUni (Programa Universidade Para Todos). A prova é composta por 180 questões objetivas de múltipla escolha e uma proposta de redação do enem – item que mais causa expectativas entre os candidatos. 

Em mais de 20 anos a dissertação da prova abordou temas das mais variadas áreas do conhecimento, como direitos humanos, cultura, meio ambiente, igualdade racial, tecnologia. Alguns mais complexos que outros, mas todos sempre com o mesmo objetivo: escrever um texto dissertativo-argumentativo que apresente solução para os problemas levantados. 

Uma maneira eficaz de aumentar a possibilidade de tirar nota mil na redação é estudar os temas de provas anteriores. Além de treinar a escrita dentro dos padrões esperados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o estudante consegue descartar assuntos que já foram abordados – eles não se repetem. 

As redações são avaliadas de acordo com cinco competências. Cada uma delas vale até 200 pontos. Veja quais são: 

Confira a lista de temas de redações de anos anteriores:

2022: Desafios para a valorização de povos tradicionais no Brasil

Para professores de cursos pré-vestibular, a proposta de redação de 2022 trouxe uma discussão rica e revelante para o contexto atual, com diferentes abordagens possíveis.

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“As comunidades e os povos tradicionais são as comunidades indígenas, quilombolas, caboclos, pescadores, povos ribeirinhos. Ou seja, todas as manifestações culturais brasileiras ancestrais que não se organizam de acordo com a lógica urbana e que dependem dos recursos naturais para manter a sua cultura, desenvolver suas práticas religiosas e manter seus modos de vida”, analisa Marina Rocha, professora de redação da Plataforma AZ de Aprendizagem.

“Os desafios envolvidos nessa valorização passam por uma inoperância governamental, no sentido de não serem pensadas políticas públicas eficientes para garantir o acesso à cidadania desses povos e os seus próprios aspectos culturais e religiosos.”

2021: “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”

Segundo Maria Catarina Bózio, coordenadora pedagógica e de Redação do Poliedro Colégio, o tema de redação do Enem 2021 seguiu um caminho diferente dos anos imediatamente anteriores ou falar de direitos de uma forma mais ampla. “Importante que o aluno trabalhasse com a noção da invisibilidade, do quanto é perigoso e deve ser evitado negar esses direitos a quem não não possua um registro civil”, completa, ressaltando ainda a importância de garantir a possibilidade de resgate dos registros da população em situação de rua.

Um bom texto deveria incluir três eixos do tema: visibilidade, registro civil e cidadania.

2020: “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”

David Gonçalves, professor da Plataforma AZ de Aprendizagem, afirma que, nos últimos cinco anos, o tema já era uma pauta com mais protagonismo, sobretudo com as redes sociais. Mas que, com a pandemia, com certeza, as discussões se aprofundaram. “O fato de a dinâmica social ter mudado em 2020, com grandes alterações no modo de trabalhar, estudar, ter lazer, interferiu no modo como os brasileiros lidam com a questão psicológica, com seus medos e ansiedades”. Leia aqui uma redação nota mil do Enem 2020 em que o candidato associou o filme Coringa às questões de saúde mental.

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2019: “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”

Considerado um dos mais polêmicos dos últimos anos, o tema de 2019 exigiu que o vestibulando escrevesse sobre democratização da cultura no Brasil. Segundo professores consultados pelo GUIA, a palavra “cinema” é polissêmica e abre possibilidade para mais de uma interpretação. Os alunos poderiam falar sobre a expressão artística, foco abordado nos dois primeiros textos da coletânea. Ou então, no cinema como espaço de exibição, explorados nos textos três e quatro. Toda a argumentação presente deveria estar relacionada à defesa desses pontos.

2018: “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”

De acordo com professores entrevistados pelo GUIA, o fato da proposta de redação ser longa abriu margem para que alunos tivessem dificuldade de identificar quais eram as palavras-chave. Eles tiveram que trabalhar as ideias envolvidas em: manipulação + dados + internet.

2017: “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”

Em 2015 foi aprovada a Lei Brasileira de Inclusão (13.146), por conta disso alguns estudantes já haviam trabalhado este tema na preparação para os vestibulares, mas dificilmente com o recorte educacional de surdos.

Os textos motivadores trouxeram dados sobre a educação de surdos entre 2011 e 2016, além de um trecho da Lei nº 10.436, que torna a Língua Brasileira de Sinais (Libras) a segunda língua oficial do país. Especialistas em educação também consideraram a temática da dissertação difícil devido às diversas particulares envolvidas na questão.

2016: “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”

A coletânea apresentou informações sobre a Constituição Federal, que assegura a liberdade de crença religiosa às pessoas. O texto I defende o Estado do laico e ressalta a importância de questões religiosas não interferirem na cultura, política ou perspectivas sociais.

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O tema também foi considerado polêmico porque denunciava a intolerância religiosa, sobretudo às religiões de matriz africana.

2015:  “A persistência da violência contra a mulher no Brasil”

Esse tema não permitia que o candidato apresentasse alguma ideia favor da violência contra a mulher no Brasil. A proposta era justamente discorrer, com base nos dados apresentados sobre vítimas de assassinatos, as maneiras de se combater esse tipo de agressão.

2014: “Publicidade infantil em questão no Brasil”

Em 2014, o Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), aprovou uma resolução que tornava a publicidade infantil abusiva. Isso gerou uma enorme discussão na sociedade. Por um lado, pais e ONGs apoiavam a decisão. Por outro, setores ligados ao mercado da publicidade se mostraram contra. O texto exigia que os alunos abordassem questões relacionadas à liberdade de expressão e proteção às crianças.

2013: “Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”

Cinco anos antes da prova havia entrado em vigor, em 2008, a lei 11.705 conhecida também como “Lei Seca”, que alterava o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) ao passar a proibir a condução de veiculo automotor, em via pública, por motoristas que apresentassem concentração de álcool superior a seis decigramas por litro de sangue.

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Um dos textos-base ilustrava uma campanha do governo federal que alerta para o risco de dirigir alcoolizado. O motorista poderia causar um acidente grave ou até ir preso. Na redação os estudantes precisavam analisar os efeitos positivos da lei, mas também diagnosticar que ela apenas não era o suficiente para acabar com esse problema no Brasil.

2012: “O movimento imigratório para o Brasil no século XXI”

O aluno foi pego de surpresa pela abordagem deste tema, porque muitos estavam acostumados a falar somente da fuga de cérebros e emigração brasileira. Mas os textos motivadores falavam sobre o movimento de imigração crescente de bolivianos, através da trilha da costura, e de haitianos para o Acre. O material também destacava a influência desse fenômeno na cultura brasileira.

2011: “Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado”

A ideia era discutir a respeito dos limites entre o que deveria ou não ser público e divulgado na internet. Segundo professores ouvidos pelo GUIA, muitos estudantes se confundiram na discussão e acabaram escrevendo sobre as possibilidades politicas que a internet beneficiava, porque na época a primavera árabe estava em alta.

2010: “O trabalho na construção da dignidade humana”

O texto I faz menção, apesar do fim da escravidão no Brasil, ao trabalho contemporâneo degradante que cerceia a liberdade humana. A proposta pede para que os alunos reflitam sobre as perspectivas futuras envolvidas em atividades empregatícias.

2009:  “O indivíduo frente à ética nacional”

Na edição de 2009 foi a primeira vez que o Enem passou a ser aplicado nos moldes que conhecemos hoje. A prova pulou de 63 para 180 questões e passou a ser feita em dois dias.

A proposta de redação pedia a reflexão sobre a reação popular à corrupção. No material de apoio havia uma charge de Millôr Fernandes, que questionava a escassez de pessoas honestas.

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2008: “A máquina de chuva da Amazônia”

Os textos colocavam em pauta a importância das chuvas e como o aumento do desmatamento poderia prejudicar a floresta amazônica. A proposta apresenta três possibilidades para mantê-la preservada e o estudante deveria escolher apenas uma das ações para desenvolver a redação.

2007: “O desafio de se conviver com a diferença”

Os candidatos tinham que discutir questões relacionadas ao preconceito e como a tolerância é necessária para promover o bom convívio entre os seres humanos. A coletânea trazia uma música dos Titãs e outra do Engenheiros do Hawaii, além de um trecho da Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural.

2006: O poder de transformação da leitura

Os três textos de apoio destacam a importância da leitura na vida das pessoas. Em “O poder das letras” Moacyr Scliar afirma que todo escritor é, antes de tudo, um leitor. Também ficou destacado a capacidade dos livros de transportar o leitor para diferentes locais apenas com a imaginação.

2005: O trabalho infantil na realidade brasileira

A proposta apresenta um trecho do Estatuto da Criança e do Adolescente, que explica o dever da família, sociedade e Poder Público em assegurar o cumprimento dos direitos de crianças e adolescentes. Com objetivo de ajudar a construir um panorama da situação do trabalho infantil no Brasil, há um infográfico divido por regiões com a quantidade de jovens que vivem nessa situação.

2004: “Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação”

Ao fazer a leitura do material de apoio, pode-se perceber o teor crítico que o tema carrega. Na charge está representada uma família sentada no sofá assistindo televisão. Porém, no lugar do aparelho existe uma lata de lixo. A dissertação deveria apresentar soluções para a “invasão” da imprensa na vida das pessoas e quais são as consequências da fiscalização dos meios de comunicação.

2003: “A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo?”

A prova faz a comparação entre os gastos excessivos realizados em segurança aos de livros adquiridos pelos brasileiros. Além disso, deve-se notar que o tema questiona os baixos investimentos do governo federal em serviços de saúde, educação e programas de combate à fome.

2002: “O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?”

Dezessete anos depois da redemocratização do Brasil em 1985, período que marcou o fim da ditadura militar, o Enem destaca a importância do voto para garantir o funcionamento pleno da democracia. 

2001: “Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar interesses em conflito?”

O texto pede que os estudantes relacionem maneiras de manter o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a necessidade preservação do meio-ambiente.

2000: “Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional”

A charge de Argeli faz criticas sobre como os direitos de crianças e adolescentes garantidos no artigo 227 da Constituição Federal são desrespeitados.

1999: “Cidadania e participação social”

No segundo ano do Enem, os candidatos dissertaram sobre como o potencial da juventude pode transformar a sociedade. Esta é a primeira vez que a prova destaca o papel de jovens na luta por mais direitos.

1998: “Viver e Aprender”

No primeiro ano de realização do Enem, a proposta trouxe um trecho da música “O que é, o que é”, de Gonzaguinha, para os candidatos fazerem uma reflexão sobre como é possível tornar o mundo melhor e qual o sentido da vida.

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