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Enem digital: presidente do Inep esclarece dúvidas sobre a prova

Pela primeira vez na história, quase 100 mil candidatos farão a avaliação no computador – mas a redação continuará no papel. Veja detalhes

Por Wender Starlles
Atualizado em 23 dez 2020, 17h38 - Publicado em 23 dez 2020, 17h29

A primeira versão em formato digital do Exame Nacional do Ensino Médio 2020 (Enem) acontecerá nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021. Quase 100 mil candidatos devem fazer a prova. Esse número representa quase 1,7% do total de 5,8 milhões de inscritos.

O  Ministério da Educação (MEC) prevê que a aplicação do Enem se torne 100% digital até 2026. De acordo com Alexandre Lopes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), isso permitirá a realização de mais provas ao longo do ano e em um número maior de municípios.

Em entrevista ao GUIA, Lopes explicou que existem diversos benefícios que favorecem a implementação da versão digital. Porém, nesta edição piloto, o exame terá um custo mais alto por aluno e teve que se adequar para garantir a igualdade de disputa entre todos os candidatos do Enem. Por esse motivo a prova não será totalmente digitalizada. A redação, por exemplo, ainda estará no modelo tradicional.

Para tirar suas dúvidas sobre aplicação digital, confira os principais trechos da entrevista:

GUIA – O MEC fechou o contrato para realização do Enem digital?

Alexandre Lopes – É o mesmo consórcio aplicador que atua nas três provas (Enem digital, regular e PPL). Neste ano, tanto a parte da prova quanto a da covid-19 estão no mesmo aditivo. Isso fez com que a gente tivesse que ficar acompanhando ao longo do ano a evolução da pandemia para estabelecer quais seriam as condições necessárias de aplicação. Questões como quantidade de pessoas em sala de aula, limpeza e higienização. Isso não dava para prever em agosto, mas agora que os procedimentos de aplicação e saúde já estão estabelecidos, só falta a parte burocrática. O edital sairá nos próximos dias.

GUIA – Qual o custo estimado para a realização desta edição piloto?

Alexandre Lopes – A covid-19 trouxe um gasto bem maior em questão de aplicação. Mas, neste momento, o Enem digital é bem mais caro do que a aplicação em papel por vários motivos. Primeiro, pela estrutura de aplicação. Segundo, por ser uma edição piloto, estamos investindo em técnicos de informática em todas as salas. Isso aumenta o nosso custo, mas a gente quer garantir a aplicação. São custos diferentes, mas a versão digital ainda é mais cara.

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GUIA – Como funciona o esquema de segurança do Enem? Há alguma novidade para essa edição? 

Lopes – Estamos sempre revisando os procedimentos. Temos uma parceria com a Polícia Federal, que atua em todas as etapas, não apenas quando acontece alguma situação atípica. Todos os anos ela faz uma vistoria nas gráficas para assegurar a segurança. Além disso, está sempre monitorando as redes para identificar quadrilhas que tentam fraudar a prova. Para reforçar a segurança, o aluno vai voltar a marcar a cor do caderno de prova no gabarito. 

GUIA – E como será a segurança da prova digital?

Lopes – É importante lembrar que o aluno não vai fazer a prova no computador pessoal. Elas serão aplicadas em locais previamente escolhidos pelo Inep através do consórcio aplicador. O candidato não vai conseguir acessar a internet ou outros programas durante a aplicação do Enem digital. 

GUIA – O ambiente na sala de provas estará organizado de que maneira?

Lopes – A disposição dos computadores dependerá do local de prova, alguns ficarão em formato de “u”.  Em outros casos, haverá uma cabine de papelão, como se fosse uma urna eletrônica, para evitar que os alunos olhem as telas de outros candidatos. Além disso, o candidato não vai poder escolher qual computador usará. Isso já está previamente definido pelo Inep.  

GUIA – Como ocorrerá a transmissão de dados da prova? 

Lopes – As provas não estarão nos computadores. Quando der o horário, ela será transmitida via internet, mas essa conexão depois se encerrará. Existem uma série de procedimentos e sistemas de criptografia para garantir a segurança da transmissão de dados. Adotamos todos os protocolos necessários, o Inep está tranquilo em relação a isso.  

GUIA – Quais as vantagens de fazer a prova digital?

Lopes – Na versão digital, assim como observamos no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) e outros exames internacionais, é possível fazer melhor as questões da prova, cobrando mais habilidades e competências em um único item. Porém, por enquanto, temos que garantir a igualdade entre a prova regular e a digital. Para esta versão piloto, reproduzimos o que acontece no Enem regular. Isso não foi por limitação técnica, apenas queremos garantir o efeito de comparabilidade entre os candidatos.

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GUIA – Os estudantes terão que preencher um gabarito online? 

Lopes – Nos dois dias de prova, o aluno vai receber uma folha de rascunho para anotar as respostas que marcou no gabarito, caso queira levar para casa. Nas questões de cálculo também haverá uma folha para fazer as contas. Nosso sistema de aplicação permite que o aluno marque a alternativa, pule a questão, avance e volte quantas vezes quiser. Igual a fazer a prova no papel. Sobre o gabarito, quando chegar ao final, o candidato vai conseguir conferir as questões que marcou. Depois, basta confirmar.

GUIA – E a redação será online?

Lopes – Para garantir a comparabilidade entre os candidatos do Enem regular e digital, a redação também será no papel.

GUIA – O que pode ser feito se acontecer algum problema técnico?

Lopes – Ele pode mudar de computador, porque em todos laboratórios estamos deixando pelo menos uma máquina disponível para eventuais problemas. Se não der para fazer isso, o candidato vai para a reaplicação em fevereiro. Se faltar energia, por exemplo, o computador vai desligar e ao reiniciar volta a partir de onde o candidato parou. O sistema vai salvando as etapas. 

GUIA – A meta do MEC é transformar o Enem em 100% digital até 2026. Isso é realmente possível?

Lopes – Sim, é possível. O MEC está fazendo investimentos para estimular a conexão nas escolas. Estamos vendo vários estados falando em informatização das unidades de ensino. 

Veja bem, a proposta é justamente os estudantes não fazerem a prova todos no mesmo dia. Este ano temos mais de 5 milhões de participantes inscritos, mas gente não precisa ter essa quantidade de computadores instalados. Podemos fazer o Enem em vários fins de semana, por exemplo, e usar apenas um milhão de computadores.

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