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Enem 2020: maior abstenção da história e “sucesso”, segundo ministro

Foram 51,5% de ausentes, mais que o dobro do ano anterior; ministro destaca "segurança" na realização

Por Luccas Diaz, Giulia Gianolla
Atualizado em 18 jan 2021, 12h05 - Publicado em 17 jan 2021, 21h11
Entrada do Enem 2020 na faculdade Santa Úrsula, com pouco movimento de alunos
Local de prova em Botafogo, no Rio, teve movimento abaixo do esperado (Letícia Sorg/Guia do Estudante)
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Em coletiva de imprensa após a aplicação da primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio 2020, o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, e o presidente do Inep, Alexandre Lopes, divulgaram que mais da metade dos estudantes inscritos não compareceram aos locais de prova. Neste domingo (17)  a prova aplicada tinha uma proposta de redação e 90 questões de Linguagens e Ciências Humanas.

Este ano, foram 5.523.029 inscritos para a versão impressa tradicional, dos quais 51,5% não compareceram no dia da prova. É a maior taxa de abstenção da história do Enem, que já tem duas décadas. A edição que mantinha esse recorde até então era a de 2009, ano em que o índice de faltas foi de 37,7%.

Questionado sobre a ausência de tantos estudantes, o ministro Milton Ribeiro comentou: “Qualificamos como sucesso porque, no meio de uma crise, uma pandemia, conseguimos mobilizar milhões de pessoas com segurança, pra mim isso é um sucesso”. Ele  lembrou o índice do ano anterior foi o menor da história: 23%. “Uma situação normal do Enem tem em torno de 20% de abstenção. Esse momento não é normal.”

Ele citou também como uma das causas para a frequência mais baixa nesta edição o movimento #AdiaEnem: “Um trabalho de mídia contrário ao Enem, muito injusto. Não foi o mesmo trabalho de mídia feito, por exemplo, contra a Fuvest.” A Fuvest reuniu 130 mil estudantes no estado de São Paulo no último dia 10. Sobre a decisão de manter a data do Enem em 17 e 24 de janeiro, o ministro disse que “essa atitude demonstra a sensibilidade do MEC, que foi tido como um ministério insensível”.

Ao longo do dia, estudantes relataram nas redes sociais que houve aglomeração em alguns locais de prova e alguns chegaram a ser impedidos de fazer o exame por causa da superlotação. No entanto, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, considerou a aplicação da prova bem-sucedida e adicionou: “Não tivemos nenhum local de prova interditado por questões sanitárias. As normas de segurança do Inep foram cumpridas e as pessoas conseguiram fazer a prova com tranquilidade.” Segundo ele, a vigilância sanitária visitou a UFSC, mas “permitiu a aplicação porque percebeu que havia condições da realização. A vigilância entendeu que estávamos cumprindo as medidas sanitárias e que podíamos continuar com a prova.” No sábado, uma reportagem do Estadão revelou que havia previsão de 80% de ocupação em salas da UFSC para a aplicação da prova, o que gerou um novo pedido da Defensoria Pública da União pelo adiamento do Enem, negado pela Justiça.

A reaplicação do Enem em 23 e 24 de fevereiro deve acontecer para os 160 mil estudantes no Amazonas, estado que optou pelo adiamento da prova por causa da situação de calamidade pública e do colapso do sistema de saúde. Junto a eles, outros 8.180 participantes do país já tiveram sua transferência de data deferida pelo Inep por apresentarem sintomas de Covid-19. Segundo o Inep, ainda é possível pedir a reaplicação da prova anexando documentos comprobatórios de infecção por doenças contagiosas, entre elas a covid-19, no período de 25 a 29 de janeiro.

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