A COP 30 pode cair no Enem? O que você precisa saber sobre o tema
O evento, que acontece em Belém de 10 a 21 de novembro, pode aparecer direta ou indiretamente no vestibular!
A COP30 é a 30ª conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima. Ela reúne anualmente líderes globais, cientistas, ONGs e representantes da sociedade civil para discutir ações de combate às mudanças climáticas e, neste ano, o evento acontecerá em Belém (PA).
A confirmação do Brasil como sede trouxe grande repercussão nacional e internacional, com ampla cobertura da imprensa. E por ser algo atual e fortemente relacionado ao cotidiano, o assunto tem grandes chances de aparecer nos vestibulares. Quer saber como?
O GUIA DO ESTUDANTE conversou com Ademar Celedônio, diretor de ensino e inovações educacionais do SAS Educação, Wellington Campos, autor de Química do Sistema de Ensino pH, e Cora Conte, coordenadora de redação do Poliedro Colégio Campinas. Confira abaixo!
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E vale lembrar que a COP30 coincidirá com as datas oficiais do Enem, nos dias 9 e 16 de novembro. Por conta do impacto do evento em Belém e nas regiões próximas (Ananindeua e Marituba), o Inep fará uma edição extra do exame para os alunos locais nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro.
Mas, afinal, o que os estudantes precisam saber sobre a COP30?
Para começar, é preciso entender que a conferência traz como temática principal as questões relacionadas às mudanças climáticas, como podem ser amenizadas, quais são os impactos que causam no planeta e como que os países podem atuar em conjunto, fortalecendo alianças e projetos em âmbito global.
A primeira edição ocorreu em Berlim, em 1995, como desdobramento da ECO-92, realizada no Rio de Janeiro. Essa conferência marcou a inclusão estruturada das questões ambientais na agenda internacional, abordando aquecimento global, poluição, desmatamento, perda da biodiversidade e a conciliação entre crescimento econômico e preservação ambiental. Três anos depois, veio a primeira COP, e agora, em 2025, chegamos à 30ª edição, que terá como sede a cidade de Belém.
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“A partir disso, é importante compreender que a COP30 vai além de um simples evento diplomático e que sua realização em Belém marca a primeira vez que uma cidade amazônica sediará esse evento global – uma escolha que não é casual, pois simboliza o reconhecimento da Amazônia como elemento central nas discussões climáticas mundiais”, explica Wellington Campos, do Sistema de Ensino pH.
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COP30 no Enem
O Enem pode explorar a COP30 em diferentes áreas do conhecimento e de forma multidisciplinar. Ademar Celedônio, diretor de ensino e inovações educacionais do SAS Educação, destaca alguns exemplos em diferentes disciplinas. Veja abaixo.
Geografia: papel da Amazônia no clima global, biomas, desmatamento, justiça climática, direitos socioambientais, matriz energética brasileira, economia verde, povos tradicionais e interpretação de mapas de vulnerabilidade climática.
História e Sociologia: povos indígenas, movimentos socioambientais, acordos internacionais, disputas geopolíticas, conflitos fundiários e cidadania global.
Ciências da Natureza: ciclo do carbono, efeito estufa, biodiversidade amazônica, reações químicas ligadas aos gases poluentes, alternativas energéticas (solar, eólica, biocombustíveis), impactos das mudanças climáticas nos biomas brasileiros e relações ecológicas.
Matemática: questões que envolvam interpretação de gráficos, figuras e cálculos relacionados aos temas tratados na conferência, como problemas envolvendo cálculos de sequestro de carbono.
Linguagens: interpretação de textos jornalísticos sobre acordos internacionais ou textos científicos sobre eventos climáticos extremos.
As consequências do aquecimento global também ganham destaque, segundo o diretor: elevação do nível do mar, alteração de regimes de chuva, secas e enchentes inesperadas, além da perda da biodiversidade e impactos na produção de alimentos e na saúde. Também há aspectos geopolíticos importantes, como a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris (2015) e o Protocolo de Kyoto (1997), que marcam a trajetória das negociações climáticas.
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“No campo da geopolítica, a COP30 também expõe tensões entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Nações industrializadas foram historicamente as maiores emissoras de CO2 e agora precisam assumir compromissos mais robustos. Já os países em desenvolvimento buscam apoio financeiro e tecnológico para crescer de forma sustentável”, explica Celedônio.
O Brasil se destaca nesse cenário: além de ser sede em Belém, tem protagonismo por conta da Amazônia e por possuir uma matriz energética relativamente limpa, com grande participação da hidrelétrica, além da expansão da solar e da eólica. A escolha de Belém também carrega forte simbolismo, considerando os impactos das mudanças climáticas sobre povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas, que são os mais afetados, mesmo não sendo os responsáveis pelas emissões.
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Como a COP30 poderia aparecer na redação
Segundo Cora Conte, coordenadora de redação do Poliedro Colégio Campinas, a prova de redação Enem prioriza problemáticas sociais do contexto brasileiro e dificilmente a conferência apareceria diretamente como recorte temático na redação.
No entanto, é possível que a banca proponha temas relacionados ao evento ao exigir a produção de uma dissertação que discuta os desafios nacionais relacionados às mudanças climáticas, à sustentabilidade ou às políticas ambientais, o que permitiria que o candidato mencionasse a COP30 como repertório sociocultural para fundamentar seus argumentos, ao apresentá-la de modo articulado a uma área do conhecimento.
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“Também é uma possibilidade que a proposta de redação traga um texto motivador ligado à conferência e, assim, o estudante poderia analisar o evento como um exemplo pertinente para debater as responsabilidades coletivas, governamentais e individuais diante da crise climática”, completa a especialista.
O professor do Sistema de Ensino pH também citou alguns exemplos de propostas que pode ser uma ótima forma de testar seus conhecimentos e treinar a escrita:
- “Desafios para a implementação de acordos climáticos globais no contexto brasileiro”
- “O papel da Amazônia no equilíbrio climático mundial: responsabilidades e oportunidades para o Brasil”
- “Conciliação entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental na era das mudanças climáticas”
- “Povos tradicionais e conhecimentos ancestrais: contribuições para soluções climáticas sustentáveis”.
Saiba como estudar o tema
Segundo os professores, para se aprofundar no tema, os vestibulandos precisam ficar atentos às notícias sobre política ambiental brasileira e internacional e aos debates mobilizados sobre o evento, além de acompanhar os temas relacionados a ele, como o papel da Amazônia, fontes de energia, desmatamentos, queimadas, justiça climática e racismo ambiental.
Plataformas como o site oficial da UNFCCC e portais especializados, como o Observatório do Clima, também são excelentes fontes de informação atualizada.
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