Liderança máxima do combate à segregação racial nos Estados Unidos, Martin Luther King – assassinado em abril de 1968, aos 39 anos – terminou o século 20 como o mais admirado norte-americano do período em seu país. Ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1964, teve o dia de seu aniversário transformado em feriado nacional em 1971.
Quando Martin Luther King tornou-se pastor-assistente, aos 17 anos, no final dos anos 1940, em estados no sul dos EUA, onde ele vivia, leis obrigavam as pessoas negras a cederem lugares nos ônibus a pessoas brancas, bem como garantiam aos brancos acesso exclusivo a determinados lugares públicos, como lojas, lanchonetes, escolas e banheiros que não aceitavam negros. E, quando sua vida chegou ao fim, já vigorava nos Estados Unidos a Lei dos Direitos Civis, que garante igualdade e proíbe a discriminação em todo o território norte-americano (prevalecendo nesse particular sobre as leis de cada Estado). O momento decisivo para essa mudança foi a Marcha a Washington, em 28 de agosto de 1963, liderada por King, que reuniu mais de 250 mil pessoas. Nele, King pronunciou o seu mais famoso discurso, no qual afirma: “Eu tenho um sonho” (“I have a dream”).
Sua vida, marcada por uma postura permanente de combate à injustiça social, tornou-se o tema de “King”, uma obra-prima das histórias em quadrinhos, publicada no Brasil em 2021. Seu autor, Ho Che Anderson, britânico, filho de pai da Jamaica e mãe da Guiana, radicado no Canadá, desenvolveu este trabalho por cerca de 20 anos. Começou a elaborar a história em quadrinhos aos 22 anos de idade, terminou com mais de 40.
Enquanto mergulhava na vida do líder político, pesquisava também a linguagem dos quadrinhos. Não se propôs a fazer uma elegia – uma biografia elogiosa –, e produziu, em seu retrato do líder negro, uma personalidade combativa, ética e solidária, mas também permeada por dúvidas, vaidades e ambições. No fim, o que emerge é uma figura humana de primeira grandeza, apresentada com um roteiro criativo e um visual impactante. Sua trajetória, de defensor da mobilização nos marcos da “não-violência” – como o indiano Mahatma Gandhi –, foi construída em disputa com líderes moderados, que evitavam questionar as leis discriminatórias, mas também com os que defendiam o enfrentamento violento com a opressão do Estado, simbolizada no slogan “Black Power” – “Poder Negro”.
Para o estudante de hoje, é uma obra muito bem-vinda. A linguagem dos quadrinhos é lúdica, familiar e divertida, enquanto o tema é abordado com profundidade histórica e muito rigor nos fatos. O leitor é transportado para a época e o palco dos acontecimentos, e sai com mais referências sobre um dos acontecimentos que molda o mundo atual e envolve temas que continuam com grande atualidade nos Estados Unidos e no Brasil.
Você pode aproveitar um momento de descanso e lazer enquanto aumenta o seu repertório em um tema sensível e relevante para vestibulares e o Enem. Vale muito a pena!
King
Obra em quadrinhos de Ho Che Anderson
254 págs. – Editora Veneta – 2021
R$ 82,38 – edição impressa (Amazon)
R$ 82,48 – edição para Kindle (Amazon)
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