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7 autores para quem quer começar a ler poesia

Confira uma seleção poetas que vão fazer você gostar do gênero

Por Luccas Diaz
Atualizado em 8 mar 2021, 19h47 - Publicado em 20 out 2020, 16h43

Há quem diga que os poetas são uma raça em extinção. Esses seres que expressam seus mais profundos sentimentos em textos que podem, ou não, seguir as mais meticulosas regras da combinação e do ritmo das palavras são os responsáveis por dar vida ao gênero da poesia. Esta terça, 20 de outubro, é comemorado no Brasil o Dia do Poeta – em homenagem ao dia que, em 1976, teve início o Movimento Poético Nacional, na casa do artista brasileiro Paulo Menotti Del Picchia.

A interpretação de poemas vem sendo cobrada cada vez mais nas provas e vestibulares. Para celebrar essa data, o GUIA trouxe uma seleção de 7 autores para quem quer começar a ler poesia e começar a curtir esse gênero literário tão especial. Vale lembrar que, este ano, foi uma poetisa, a americana Louise Glück, a ganhadora do Nobel de Literatura.

Para cada autor listado, recomendamos uma obra que funciona como porta de entrada para a poesia.

Carlos Drummond de Andrade

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(Carlos Drummond de Andrade/Reprodução)

Falar de poesia sem falar de Drummond é basicamente um crime literário. O poeta de Itabira é o campeão em referências nas provas e vestibulares e suas obras são frequentemente cobradas na lista de leituras obrigatórias. A poesia de Drummond é uma das maiores marcas do modernismo brasileiro. Os principais temas encontrados em seus textos são a família, os relacionamentos e o passado. Uma boa obra para iniciar a leitura de Carlos Drummond de Andrade é Sentimentos do Mundo, o terceiro livro de poemas do autor, lançado em 1940.

Hilda Hilst

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(Hilda Hilst/Reprodução)
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Hilda Hilst é um dos maiores talentos da literatura brasileira; escreveu poesia, crônica, romance e até mesmo peças de teatro. Com uma personalidade forte, a autora só foi ter o devido reconhecimento no final de sua vida, deixando um legado de mais de 40 títulos publicados. Hilda era dona de uma língua afiada que se traduzia em sua poesia crítica e ao mesmo tempo romântica. Uma sugestão para entrar no universo de Hilda é a coletânea De amor tenho vivido.

Paulo Leminski

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(Paulo Leminski/Reprodução)

Um dos mais populares poetas contemporâneos é Paulo Leminski. A obra do autor é tida como um dos grandes expoentes da Poesia Marginal, movimento literário nascido durante o período da ditadura militar, e é marcada por uma coloquialidade e uma concisão herdada da poesia concretista. Também chamada de poesia de mimeógrafo porque muitos poetas recorriam à máquina para realizar cópias, com um original escrito ou desenhado em relevo para reproduzirem seus textos e livros. Além de escritor, Leminski era crítico literário, tradutor, professor de História e diretor de criação em agências publicitárias. Essa pluralidade é identificável por meio de suas ligações com a cultura popular, suas inspirações nos haicais e o seu uso de recursos visuais. Para iniciar a leitura da obra de Leminski, sugerimos Toda Poesia.

Ana Cristina Cesar

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(Ana Cristina Cesar/Reprodução)
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Outro nome da Poesia Marginal, a carioca Ana Cristina Cesar era uma defensora da coloquialidade e da doçura do cotidiano. Sua poesia, ao contrário de seus colegas da “Geração 77” (nome dado por Elio Gaspari para os poetas das décadas de 70 e 80 da Poesia Marginal), desfrutava de um senso estético muito aguçado e não necessariamente se apegava às agendas ideológicas ou aos contextos externos. O texto de Ana Cristina Cesar é minucioso e protagonizado pelos pequenos fatos do dia a dia. Por isso, a leitura de seus poemas funciona tão bem para quem quer começar a ler poesia. O título Ao Teus Pés, o primeiro e único livro de poemas que a autora lançou em vida, é um bom exemplo.

Mario Quintana

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(Mario Quintana/Reprodução)

Mario Quintana é comumente citado como o poeta das coisas simples. O autor é dono de uma poética conhecida pela simplicidade do vocabulário e pelo apreço aos momentos do cotidiano. Sua obra nem sempre gozou dessa liberdade formal e seu primeiro livro, “A rua dos cata-ventos” (1940), apresentava traços de inspiração no parnasianismo. A coloquialidade e a quebra da formalidade, porém, se iniciam a partir de sua segunda obra, “Canções”, em 1946. Apesar de associações ao modernismo, os estudiosos defendem que Quintana não pertence a nenhum movimento literário. A Antologia Poética é uma boa escolha para mergulhar nas obras do autor.

Conceição Evaristo

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(Conceição Evaristo/Reprodução)
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Conceição Evaristo é uma das poetas mais inspiradoras da atualidade. Superando todas as estatísticas, Conceição, mulher negra nascida na periferia de Belo Horizonte, é, além de autora, graduada em Letras, mestre em Literatura Brasileira e doutora em Literatura Comparada. Sua poesia dá voz, sobretudo, aos marginalizados e oprimidos da sociedade, por isso, ela é tida como uma das maiores representantes da poesia afro-brasileira. A autora desde cedo foi ativa na luta dos movimentos sociais e em sua poesia é possível observar uma busca pela valorização da cultura negra no país. Seus textos já foram publicados nos Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra. Para quem quer começar a ler Conceição Evaristo, o livro Poemas da recordação e outros movimentos é uma boa pedida.

Sérgio Vaz

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(Sérgio Vaz/Reprodução)

Conhecido como o poeta da periferia, Sérgio Vaz nasceu em Minas Gerais e foi criado no interior de São Paulo. Desde muito cedo escrevia letras de música para a banda que fazia com os amigos e seu interesse pela literatura não demorou muito para se tornar algo maior. Em 2001 ,criou a Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia), um movimento que basicamente transformou um bar na periferia da zona sul de São Paulo em um centro cultural. Desde então, semanalmente, o Bar do Zé Batidão recebe saraus e eventos literários que abrem espaço para artistas periféricos. Sua poesia retrata situações do cotidiano da periferia e não se apega a formalidades ou ornamentos.  Vaz é considerado um dos principais nomes da Poesia Periférica. Por onde começar a ler? Experimente o livro Flores de alvenaria 

 

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