Litosfera: Tipos de relevo
ALTOS E BAIXOS Exemplos de relevo (da esquerda para a direita): Depressão do Mar Morto (Israel), Cordilheira do Himalaia (Nepal), Planalto do Apalache (EUA) e Planície Amazônica (Brasil)
As quatro faces da terra
Conheça os principais tipos de relevo que constituem o cenário global
DEPRESSÕES
São áreas da superfície localizadas em altitude inferior à das regiões próximas (depressão relativa) ou abaixo do nível do mar (depressão absoluta). As depressões podem ser formadas de várias maneiras: por deslocamento do terreno, remoção de sedimentos, dissolução de rochas ou até por queda de meteoritos. O Mar Morto, situado 416 metros abaixo do nível do mar, é a maior depressão do globo. Ele banha Israel, Jordânia e Cisjordânia e leva esse nome em razão da elevada concentração de sal de suas águas – dez vezes superior à dos demais oceanos –, o que impede a existência de qualquer forma de vida.
MONTANHAS
Também chamadas de dobramentos modernos, são grandes áreas elevadas resultantes do choque de placas tectônicas. Os maiores picos do mundo ficam na cordilheira do Himalaia, um complexo montanhoso que se estende por cinco países asiáticos: Paquistão, Índia, Nepal, Butão e China. Sua formação, iniciada há cerca de 70 milhões de anos, resulta do choque entre a placa tectônica Indiana e a placa Eurasiática. O curioso é que a placa Indiana continua a se mover, fazendo com que o Himalaia se eleve a uma taxa de 5 milímetros por ano.
PLANALTOS
São elevações de altitudes variadas, em que predomina o processo de erosão e cuja composição rochosa pode ser de rochas sedimentares, cristalinas ou metamórficas. Os planaltos apresentam superfície irregular, como serras e chapadas, e são delimitados por áreas rebaixadas em em de seus lados. O continente Africano se destaca pela presença de planaltos, com altitudes predominantes entre 400 e 2 mil metros. Na porção leste/nordeste, destacam-se os planaltos da Etiópia e o dos Grandes Lagos.
PLANÍCIES
São áreas de superfície relativamente plana, formadas por rochas sedimentares e nas quais predominam os processos de deposição e acúmulo de sedimentos. Na maior parte das vezes, as planícies são encontradas em baixas altitudes. Em geral, localizam-se próximas do litoral, como a planície do norte europeu, ou de grandes rios ou lagos, como ocorre com a planície do Rio Amazonas. Mas é bom ficar atento: não é a altitude de um relevo que determina se ele é uma planície; o principal fator definidor é o acúmulo de sedimentos. Nas regiões elevadas, por exemplo, existem as planícies de montanha, que são formadas de rocha sedimentar e delimitadas por aclives.
SAIBA MAIS
O RELEVO SUBMARINO
Escondido sob o cobertor das águas marinhas, o solo oceânico apresenta um rico relevo de montanhas, planaltos e fossas profundíssimas. Como essas formas não estão expostas à erosão de agentes externos, como o vento e as chuvas, os perfis são mais contrastantes e escarpados. Podemos destacar três porções desse relevo submerso:
Plataforma continental: terras submersas que se prolongam das terras emersas, como uma orla em torno dos continentes. Topograficamente, ela é uma superfície quase plana, formada pelo acúmulo de sedimentos de origem continental. Vai até os 200 metros de profundidade, que também é o limite da penetração da luz solar.
Cordilheira submarina: elevações de forma regular que surgem ao longo dos oceanos, como a Dorsal Mesoatlântica. Essa cadeia de montanhas submersas tem mais de 10 mil quilômetros de comprimento e se estende no sentido norte-sul pela região central do Oceano Atlântico. Sua formação se deve ao afastamento das placas tectônicas, que permitiu que o magma chegasse à superfície. Em alguns pontos, os picos se elevam acima do nível do mar e formam ilhas, como é o caso do arquipélago de Fernando de Noronha, no Brasil.
Há outras cordilheiras submarinas nos ocea-nos Índico e Pacífico, todas com uma caracte-rística em comum: formam-se em locais onde as placas tectônicas estão se afastando umas das outras. O afastamento é lento (menos de 2 centímetros ao ano), impulsionado pelas correntes convectivas do magma, que se eleva e forma novas rochas ao se resfriar.
Fossas oceânicas: também conhecidas como fossas abissais, são gigantescos abismos submarinos formados quando uma placa tectônica é forçada para debaixo de outra, após uma colisão. O local mais profundo dos oceanos é a Fossa das Marianas, um enorme vale submarino com 10.920 metros de profundidade, localizado a leste das Ilhas Marianas, no Oceano Pacífico. Ela tem por volta de 2,5 mil quilômetros de extensão e fica na fronteira entre duas placas tectônicas, a do Pacífico e a das Filipinas. Caso o Monte Everest fosse colocado dentro da Fossa das Marianas, ainda restariam mais de 2 mil metros de água entre seu pico e o nível do mar.