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Análise de redação: Caminhos para combater o crack

Veja a correção e os comentários dos professores para uma das redações enviadas pela proposta de 14 de agosto

Por redação
29 ago 2017, 18h30
Análise de redação: Caminhos para combater o crack
(Marilyn Nieves/iStock)

Com base na proposta do dia 14 de agosto (acesse aqui), os estudantes deveriam escrever uma dissertação sobre o tema Caminhos para combater a epidemia de crack no Brasil”. Leia abaixo uma das redações enviadas e veja, em seguida, a análise feita pelos professores da plataforma de correção Imaginie.

[11]O crack é uma droga derivada da cocaína que surgiu em meados de 1970 nos Estados Unidos, [14]onde se tornou extremamente popular, onde acabou ultrapassando fronteiras e chegando a diversos locais no mundo, [1]se tornando uma epidemia mundial. Apesar de ser conhecida e utilizada por muitas pessoas, essa droga acarreta consigo efeitos nocivos, que podem acarretar a morte do usuário. [15]Todavia, para conter essa epidemia, [2]deve se impedir a produção e a distribuição dessa droga e tratar os já viciados nela.[12]

Entende-se que a produção e o tráfico de crack continuem ocorrendo, mesmo com o conhecimento geral dos problemas que ela causa, com seus produtores procurando viciar as pessoas e [13]lucrar com a venda desse. A produção do crack é feita em laboratórios, com o uso da pasta de coca[16] que combinada com o bicabornato de sódio[17] forma o produto. Essa droga é repassada aos traficantes, que [3]vende o produto para viciados atuais, ou tentam formar uma nova clientela, prejudicando a saúde dos viciados. O tráfico de drogas é também constantemente associado [4]a violência causada por esse, [18]onde é comum se ver o armamento de traficantes e criações de facções do tráfico como o Primeiro Comando da Capital (PCC).

O crack possui[19] dezenas de milhões de usuários mundialmente, porém, segundo pesquisas do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), o Brasil é o país com mais consumidores, ultrapassando 2 milhões de pessoas. Os dependentes químicos dessa substância sofrem com graves problemas de saúde, como a corrupção do tecido pulmonar, espasmos musculares, danos cerebrais e [20]como [5]ultimo efeito a morte. Além disso, quando um indivíduo é viciado e [6]possuí vontade de consumir a droga, e não a porta no momento, ele passa por transtornos psicológicos, [7]o levando[21] a se tornar mais agressivo e estressado do que o normal.

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[23]Portanto, para reter essa epidemia, deve-se acabar com as fontes de produção do crack e a reabilitar o seus dependentes químicos. Para cessar a produção da droga, o Ministério da Justiça e da Segurança Pública [8]pode se associar com a [9]Policia Militar e realizar uma operação para encerrar a fabricação desse, por meio da força bruta. Também é preciso de um controle mais rigoroso nas fronteiras brasileiras, regulando a passagem de drogas que [10]vem de outros países. Além desses, ONGs como a Associação Parceira Contra Drogas (APCD), podem auxiliar na recuperação de dependentes químicos, fornecendo abrigo e tratamento químico e psicológico, [22]reabilitando e os inserindo de volta na sociedade.

Análise da redação do aluno

Olá, estudante! Seu texto está muito bom, mas não observa certas exigências cobradas ao gênero e ostenta expressivo número de incorreções gramaticais. Atente-se às recomendações feitas ao longo da correção a fim de adequá-lo. Com critério e atenção suas notas hão de melhorar em todos os quesitos avaliados. Espero ter ajudado. Bons estudos!

Competência I – Demonstrar domínio da norma culta:

[1]Nunca inicia sentenças com pronome oblíquo átono. O correto é “tornando-se”.
[2]Em locuções verbais com verbo no infinitivo, o pronome oblíquo não poderá vir solto entre o verbo auxiliar e o principal. Prefira, neste caso, “deve-se impedir” (entre “se deve impedir” e “deve impedir-se”).
[3]Não houve, aqui, concordância verbal. O verbo em questão é regido pelo sujeito “traficantes”, com o qual deve, portanto, concordar. O correto é “vendem”.
[4]Faltou o acento grave à letra “a” para indicar a ocorrência de crase, que é a contração entre a preposição “a” e o artigo definido “a” (a + a = à). O correto é “associado à violência causada por ele”.
[5]Faltou acentuar o termo “último”.
[6]O verbo “possui” não leva acento.
[7]Não comece sentenças com pronome oblíquo.
[8]Há três opções: “se pode associar”, “pode-se associar” ou “pode associar-se”.
[9]O termo “polícia” traz acento.
[10]Faltou concordância verbal aqui. Sempre que o verbo “vem” for regido por um sujeito composto ou no plural, acrescente-lhe o acento circunflexo. Ex: eles vêm sempre aqui / quando vocês vêm? Só no singular, o verbo não traz acento de nenhum tipo. O certo, portanto, é “vêm”.

Competência II – Compreender a proposta:  

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[11]Embora pertinente, faltou à introdução de seu texto a proposição de uma tese.

Competência III – Selecionar, relacionar argumentos:

[12]Recomendo-lhe, da próxima vez, propor explicitamente uma tese no momento da introdução, de modo a defendê-la nas linhas vindouras. Você sugere o motivo que está na raiz do problema, comprova esta relação de causa e consequência com uma argumentação consistente e lógica e, ao termo, propõe um plano de ação que se lhe articule diretamente, isto é, que ataque, de forma objetiva, o foco do problema apontado.
[13]Exemplo: tal problema ocorre por causa da razão tal (introdução); é fácil percebê-lo ao se averiguar tal coisa, com base em tais ocorrências, nas circunstâncias tais, conforme atestam os dados tais (argumentação); portanto, deve-se agir do modo tal, pois, assim, erradicar-se-ia o problema.

Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação:

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[14]Remova tanto a vírgula quanto o pronome relativo “onde”. Empregue em seu lugar a conjunção coordenativa “e”.
[15]Não há motivo aparente para o uso desta conjunção concessiva, já que as ideias envolvidas não guardam relação de oposição ou tensão.
[16]Faltou a vírgula antes do pronome relativo “que”, a fim de explicar a informação anterior, e não a restringir. Perceba as diferenças de sentido operadas pela vírgula: “eu gosto de biscoitos que são doces” (só dos doces); “eu gosto de biscoitos, que são doces (todos os biscoitos são doces).
[17]Introduza uma vírgula no espaço indicado a fim de isolar o aposto (“combinada com o bicarbonato de sódio”) e não render avarias à oração em que o mesmo se inscreve (observe que você trunca a oração ao empregar apenas uma vírgula).
[18]Restrinja o uso do pronome relativo “onde” para retomar lugares/locais, coisa que não acontece aqui. Exemplo: o lugar onde moro é bonito / depois passamos na feira, onde compramos muitos ovos. Diga “no que é comum”.
[19] Evite associar o verbo “possuir” a objetos, animais, abstrações ou locais, já que, procedendo assim, você lhes atribui a capacidade humana de se apossar de algo. Prefira “conta com”.
[20] Opte por isolar o aposto “como último efeito” entre vírgulas.
[21] Prefira dizer “o que o leva”.
[22] Pronominalize também este verbo: “reabilitando-os”.

Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:

[23]Embora boas, as medidas sugeridas não integram um único plano de ação devidamente detalhado, articulado e unificado. Da próxima vez, elabore um só plano de ação, que congregue o que fazer, como fazer, que meios utilizar e que agentes designar.

Nota: 720

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