Gosto de Química na escola. Isso pode me ajudar a fazer Farmácia?
Escolher um curso superior somente a partir das matérias que conhecemos no ensino médio é uma tarefa bem complicadinha. Além do frio na barriga ao pensarmos se iremos nos adaptar à faculdade, muitas vezes não sabemos exatamente qual a realidade da profissão pela qual optamos. Para conseguirmos nos decidir é legal reparar também em detalhes do nosso comportamento, em coisas que gostamos de fazer, e em outros aspectos que não estejam só ligados às disciplinas que vemos na escola. A dúvida de hoje, enviada pela leitora Mariana Dutra, é se gostar de Química é decisivo para cursar Farmácia e ser satisfeita com a graduação.
“Olá, tenho 17 anos e estou no terceiro ano do Ensino Médio. Gosto muito de Química e até pouco tempo não tinha ideia de qual carreira seguir, por insistência do meu pai vou fazer o vestibular para Farmácia, gostaria de saber se gostar de Química é o suficiente para se dar bem na faculdade e quais os principais desafios do curso. Obrigada!”
(Imagem: Thinkstock)
Para entender melhor o que um aluno de Farmácia estuda, o Guia do Estudante conversou com Mônica Gabriela, que está no quarto ano do curso da Faculdade de Medicina do ABC (Fmabc), em Santo André (SP). Ela explica que gostar de Química já é um grande passo, porque uma das áreas de trabalho que o farmacêutico pode seguir é a industrial, em que ele atuará em campos como desenvolvimento analítico, desenvolvimento farmacotécnico e controle de qualidade dos medicamentos.
Entretanto, Mônica lembra também que é importante que o vestibulando tenha afinidade com Biologia e goste, principalmente, de lidar com pessoas, já que muitos dos profissionais têm contato direto com o paciente. “A maior parte das disciplinas que você terá na faculdade irão abordar temas como o funcionamento do organismo em geral, para que você possa entender o mecanismo de ação dos fármacos para orientar os pacientes”, conta.
Confira seu depoimento!
“Olá, Mariana! Para escolher o curso de Farmácia é importante gostar de Química, mas creio que só isso não seja o suficiente para ser feliz com a graduação. No caso da minha faculdade (Fmabc), nos dois primeiros anos nós temos muitas matérias relacionadas com Química, entre elas, químicas analítica, orgânica, inorgânica, físico-quimica e química farmacêutica. Porém, após o terceiro ano, a grade curricular é preenchida por disciplinas mais relacionadas com o curso de Farmácia em si, que são mais aplicáveis e práticas, como, por exemplo, farmacologia, farmacoterapia, bromatologia, bioquímica, imunologia.
É muito importante que o estudante de Farmácia tenha afinidade com a área clínica e, no caso de um aluno do ensino médio, as matérias que mais se aproximam são as relacionadas à Biologia. A maior parte das disciplinas que você terá na faculdade irão abordar temas como o funcionamento do organismo em geral, para que você possa entender o mecanismo de ação dos fármacos para orientar os pacientes.
O campo de atuação do farmacêutico é bem amplo, são mais de 70 áreas de atuação. Na maior parte das faculdades, os alunos saem com o diploma de farmacêutico generalista, então você poderá atuar tanto na área de analises clinicas, como na área industrial.
No campo de análises clínicas, o farmacêutico irá trabalhar em contato direto com o paciente. Assim, ele pode atuar em hospitais ajudando o médico a ver possíveis interações entre medicamentos, ou entre medicamentos e alimentos, analisando também qual droga de cada classe de medicamento é mais indicada de acordo com o seu quadro dos pacientes etc. Além do trabalho em manipulação e drogaria, o profissional pode seguir também a área de pesquisa.
Se você escolher atuar na área industrial, terá como parte do seu dia-a-dia atividades mais praticas que envolvem trabalho em laboratório. Geralmente, pessoas que têm mais afinidade com Química – o que é também o meu caso – preferem trabalhar com isso. Controle de qualidade, desenvolvimento analítico, desenvolvimento farmacotécnico são alguns exemplos de atuação. Existem também campos de trabalho administrativos, como garantia da qualidade, assuntos regulatórios e pesquisa clínica.
Eu escolhi ser farmacêutica porque gostava muito de Química e Biologia. De fato, amo o curso, mas às vezes acho que talvez tivesse me identificado mais com Engenharia Química ou Química, já que me dava melhor com matérias exatas do que com as biológicas. Ainda assim, não me arrependo de ter escolhido Farmácia. E, no seu caso, Mariana, não se preocupe tanto com isso porque, como há muitas áreas de atuação, sempre haverá algum campo em que você conseguirá se relacionar. Espero ter ajudado!”
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