É fato: quanto mais você pesquisar sobre as diferentes opções de cursos superiores (são mais de 200 possibilidades!), mais chances terá de encontrar uma graduação que combine com o seu perfil. Além das opções tradicionais, vale descobrir atuações que você nem sabia que existia.
Um exemplo é o curso tecnológico em Sistemas Biomédicos, que mistura conhecimentos de três áreas básicas: mecânica, eletrônica e biologia. Primeiramente, é preciso explicar que se trata de um curso superior de tecnologia, que possui duração menor (3 anos) do que um curso tradicional (bacharelado) e tem foco na prática profissional – no caso, projetar e realizar a manutenção de aparelhos médico-hospitalares.
Áreas de atuação
Além de hospitais, consultórios médicos e laboratórios de análises clínicas, o profissional formado em Sistemas Biomédicos pode atuar em indústrias (na manutenção e montagem de equipamentos), na comercialização desses aparelhos e também em órgãos governamentais e de pesquisas relacionados a tecnologias na área da saúde.
O professor André Paschoal, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), uma das instituições que oferecem o curso, explica que os profissionais de nível tecnológico podem trabalhar ainda em conjunto com engenheiros e físicos e além do ambiente hospitalar. “Um exemplo é no campo das Ciências dos Materiais, desenvolvendo novos materiais para serem utilizados na área médica. Outro é na criação de aplicativos voltados ao setor”, diz.
Gestão
Marcos Oliveira Rocha, de 32 anos, é aluno do curso de Sistemas Biomédicos da FCMSCSP e trabalha como técnico em equipamentos médicos no setor de Engenharia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Ele vê, ainda, uma outra possibilidade para sua carreira – a gestão. “Como já possuo uma experiência técnica na área de equipamentos médicos, o curso está me qualificando para o lado de gestão, para um cargo de liderança tanto em hospitais como na área de indústrias de equipamentos médicos”, diz. “Atuar em hospital e poder trabalhar para o bem estar dos pacientes é uma experiência inexplicável”, afirma.
Disciplinas
Segundo o professor Paschoal, desde o primeiro semestre, os alunos já adentram o ambiente hospitalar. “Eles assistem aulas no hospital, no laboratório de anatomia e no setor de radiologia e têm contato com peças cadavéricas”, conta.
Entre as principais disciplinas básicas estão Física, que dará o suporte de como os equipamentos médico-assistenciais funcionam, Anatomia e Fisiologia. Já Automação e Engenharia Clínica são os destaques entre as disciplinas específicas, também chamadas de profissionalizantes. “A Engenharia Clínica ensina o aluno a gerenciar o parque tecnológico de uma instituição na área da saúde, verificando, por exemplo, a incorporação, a manutenção e a obsolescência de um equipamento médico-assistencial”, conta o professor.
Relação com a Engenharia Biomédica
O curso de Sistemas Biomédicos é semelhante à Engenharia Biomédica, mas tem diferenças. “A atuação profissional acaba sendo quase a mesma, quando se trata de equipamentos médicos, mas a Engenharia Biomédica acaba permeando outras áreas de tecnologia em saúde, que não só os equipamentos”, diz o professor Paschoal. “Além disso, a Engenharia Biomédica é uma graduação classificada como bacharelado, em que o aluno se depara com uma gama de áreas bem mais ampla. Já os Sistemas Biomédicos é uma graduação classificada como tecnológica, mais focada para o parque tecnológico”, completa.
Onde estudar: instituições que oferecem o curso
- Faesp-PR – Faculdade Anchieta – Curitiba (PR)
- Fatec Bauru – Faculdade de Tecnologia de Bauru (SP)
- Fatec Sorocaba – Faculdade de Tecnologia de Sorocaba – José Crespo Gonzales (SP)
- FCMSCSP – Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (SP)
- Unifesp – Universidade Federal de São Paulo (SP) – oferece o curso de Informática em Saúde