O profissional de Comércio Exterior trabalha com as técnicas utilizadas na relação de compra e venda de produtos e serviços com empresas do exterior ou órgãos governamentais de outros países.
Para falar mais sobre a carreira, o Por Dentro das Profissões conversou com o professor Manoel Antonio dos Santos, coordenador do curso de Comércio Exterior da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). A graduação na universidade é considerada cinco estrelas pelo Guia do Estudante – Melhores Universidades.
São oferecidas, no total, 165 vagas. 90 são preenchidas pelo vestibular próprio da universidade e 75 são preenchidas a partir do Enem.
Há uma turma de 55 alunos no período matutino e duas turmas de 55 alunos no período noturno. O curso começou na Univali como Administração com habilitação em Comércio Exterior, mas, em 2000, após reformas curriculares, ele se transformou em um curso de Comércio Exterior puro.
O curso dura quatro anos. Todas as matérias são obrigatórias, com exceção de uma optativa.
A maioria têm pré-requisitos, ou seja, o estudante deve cursá-la somente depois de ter sido aprovada em outra específica, mas algumas são livres e podem ser feitas no período que o estudante desejar. O aluno estuda, entre outras, Mercadologia, Câmbio, Negociações Internacionais, Vendas, Exportação e Importação. A disciplina Práticas de Comércio Exterior, aliás, trabalha com uma simulação em software das negociações. Outra disciplina, Tópicos de Comércio Exterior, é rediscutida anualmente, para estar sempre alinhada com os pontos contemporâneos mais importantes.
Na Univali, o curso é voltado para vendas, pensando no mercado externo e interno.
“Estamos redirecionando o curso após percebermos certas tendências no mercado e a transformação do perfil do profissional. Há cinco anos, o despachante aduaneiro era tudo. Hoje não é mais, ele é um apêndice de um serviço feito por uma empresa de comércio exterior”, explica o professor dos Santos.
O estudante é obrigado a cumprir 200 horas de atividades extracurriculares
O estudante pode optar por ensino, pesquisa ou extensão para cumprir essa carga. Ele pode participar de palestras e eventos tanto da universidade quanto externos.
Outra atividade extracurricular do curso é a empresa júnior, formada por três professores e 40 alunos. “A empresa passou a trabalhar como braço de compras da própria universidade, utilizando benefícios fiscais. Ela ajuda a Univali a comprar equipamentos de cursos diversos. Na empresa, há o departamento voltado para a Univali e outro voltado para outras universidades da região”, explica o professor.
Para se formar, o estudante escolhe dois tipos de trabalho final: uma monografia ou um trabalho a partir do estágio.
No caso da monografia, ele escolhe um tema acadêmico e trabalha nele durante um ano com o auxílio de um orientador indicado pela universidade. No caso do trabalho a partir do estágio – que é obrigatório para todos os estudantes a partir do sexto período – um orientador da universidade e outro da empresa auxiliam o estudante, que deve embasar cientificamente sua análise.
A Univali tem uma revista acadêmica anual, que publica artigos dos melhores trabalhos de conclusão de curso dos estudantes
A Coleção de Negócios Mundiais do curso de Comércio Exterior da Univali publica artigos produzidos pelos estudantes e é enviada anualmente para bibliotecas de todo o país e até para o exterior.
Há diversos programas de intercâmbio com universidades estrangeiras
A maioria dos estudantes vai para a Europa, principalmente Portugal, onde podem estudar por um semestre. O aluno também pode viajar no programa “work experience”, que conta como atividade extracurricular.
Saber línguas estrangeiras e se dar bem com números e cálculos é essencial para quem quer estudar Comércio Exterior
O aluno deve gostar de matemática e cálculos, já que lida a todo momento com finanças. Ele também precisa ter uma visão geopolítica e interesse por geografia e economia nacional e internacional.
Sobre as línguas estrangeiras, Inglês e Espanhol são obrigatórias, o aluno já deve entrar sabendo. No curso há matérias de línguas, mas voltadas para a parte técnica, ou seja, ensinando termos específicos da profissão naquele língua. Se o estudante optar por estudar uma outra língua estrangeira durante a faculdade, receberá créditos de atividade extracurricular.
Muitos estudantes entram na Univali pensando em ter um negócio próprio
Os alunos desejam montar suas próprias empresas de consultoria, mas muitos optam por vagas contratadas, que são abundantes, como na Receita Federal. Para isso, é preciso se dedicar aos concursos públicos.
A região de Itajaí também oferece muitas oportunidades para estágio e emprego. A própria universidades cria um banco de talentos de seus alunos para empresas consultarem.
A demanda e as oportunidades variam muito de acordo com o mercado
“Esse ano o boom foi de importação, então o mercado chamou pessoas com mais experiência na área. É o mercado de acordo com seus ciclos que puxa a demanda e vagas. Se agora é importação, nos próximos anos provavelmente o foco será a exportação”, diz o professor dos Santos. //
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