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Cinco estrelas: conheça o curso de Geografia da UFF

(Imagem: iStock) Das matérias que estudamos na escola, uma das mais diversas é a Geografia. Vemos aspectos físicos, climáticos, cartográficos e também temas voltados ao desenvolvimento humano, como geografia demográfica, urbana e geopolítica. Se esses assuntos fazem seus olhos brilharem, o curso de Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói (RJ), pode ser a […]

Por Malú Damázio
Atualizado em 24 fev 2017, 15h13 - Publicado em 11 fev 2016, 19h13
Cinco estrelas: conheça o curso de Geografia da UFF

(Imagem: iStock)

Das matérias que estudamos na escola, uma das mais diversas é a Geografia. Vemos aspectos físicos, climáticos, cartográficos e também temas voltados ao desenvolvimento humano, como geografia demográfica, urbana e geopolítica. Se esses assuntos fazem seus olhos brilharem, o curso de Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói (RJ), pode ser a escolha certa! A graduação, avaliada em cinco estrelas pelo GUIA DO ESTUDANTE, tem duração mínima de quatro anos e recebe 25 alunos a cada semestre. Com turmas de manhã e à noite, a carreira tem ingresso pelo Enem, através do Sisu.

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E não pense que a sala de aula é o único destino do geógrafo! Além da licenciatura, que oferece boas oportunidades na área, o bacharel em Geografia pode atuar na realização de avaliações de impacto ambiental, no monitoramento de áreas urbanas e florestas, através de técnicas de geoprocessamento, e também encontra mercado no planejamento e na gestão urbana. Este profissional realiza levantamentos de todos os tipos, desde análise das variações de marés a pesquisas populacionais e de mercado. “Quando é preciso espacializar – ou georreferenciar – um determinado tipo de informação, com certeza haverá um geógrafo na equipe”, explica Raphael Sá, estudante do oitavo período da UFF.

Por isso, levantamentos topográficos e estudos de tipos de solos de uma determinada região também são possibilidades para o formado em Geografia. Raphael ainda destaca que o profissional pode atuar inclusive na área da saúde, com mapeamento de focos endêmicos de doenças. “Ele pode identificar locais em que são encontrados casos de dengue, zika e chikungunya, por exemplo”, conta.

Estrutura do curso
O objeto de estudo dos futuros geógrafos é o espaço
. Raphael diz que tem o costume de comparar a Geografia com a Medicina para explicar o aprendizado na graduação. “Os alunos de Medicina estudam o corpo humano para depois se especializarem em uma determinada parte. O espaço é o nosso corpo humano na Geografia.” Assim, as disciplinas ao longo do curso tratam dos mais diversos temas, como Climatologia, Geografia Econômica, Sensoriamento Remoto, Práticas Educativas, Formação Sócio-Espacial Brasileira e História do Pensamento Geográfico.

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Para Jéssica Martins, do sexto semestre, as matérias que abordam Geografia Urbana e Geografia Agrária foram essenciais para “perceber a ligação e os conflitos existentes entre o campo e a cidade e verificar que um não vive separado do outro”, assim como os demais aspectos da Geografia. A estudante destaca que o curso não tem objetivo de formar geógrafos especializados. “Essa função caberá ao mestrado, pois, para ser geógrafo o aluno precisa entender todos os eixos. Mas é normal que, durante a graduação, cada um encontre afinidade com uma determinada área e queira seguir seus estudos por ela”, completa Raphael.

Para entender, na prática, o que estudam nas disciplinas teóricas, os estudantes da UFF realizam aulas laboratoriais e trabalhos de campo. A infraestrutura, que é compartilhada com os cursos de Geofísica e Ciência Ambiental, oferece desde instrumentos para medir a granulometria dos solos – ou, em palavras simples, o tamanho dos grãos – até computadores com programas específicos para realizar análises sísmicas e geoprocessamento. A técnica consiste em reunir dados e imagens de satélite para a construção de mapas e modelos que expliquem processos naturais ou sociais, como define Jéssica.

Cinco estrelas: conheça o curso de Geografia da UFF

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(Imagem: iStock)

Trabalhos de campo
Os trabalhos de campo são bastante esperados na graduação. Os alunos não só observam diretamente os conceitos estudados, como conhecem outros estados brasileiros e até as fronteiras de países vizinhos, como Paraguai e Bolívia. Raphael lembra que a maior parte das disciplinas do departamento de Geografia possui pelo menos um trabalho de campo. As viagens podem durar um, dois ou até dez dias! “Observamos transformações socioespaciais de diversas origens: desde uma ocupação de moradores de rua no centro de São Paulo, até extensões a perder de vista nas plantações de cana-de-açúcar em Recife.”

Em campos de geografia física, os estudantes analisam processos erosivos, como voçorocas e sedimentação de rios, e coletam amostras de solo para serem estudadas em laboratório. Após o processamento dos dados, os alunos elaboram um relatório com os resultados da pesquisa. Ah! Você deve estar se perguntando se sobra tempo para se divertir nas saídas. Raphael garante que sim: “festas sempre são bem vindas, ainda mais em viagens! Mas é necessário respeitar os horários impostos pelo professor para não por em risco todo o trabalho de campo.”

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Mão na massa!
Para conhecer o dia-a-dia fora da universidade, os alunos também podem participar de projetos de extensão. Neles, os conceitos aprendidos em sala de aula são aplicados para beneficiar a comunidade local. Jéssica foi parte do programa Navegando na Baía de Guanabara, que busca resgatar e valorizar a história e a cultura da população pesqueira de Jurujuba, bairro de Niterói, por meio da cartografia social – ciência que trata do mapeamento dos saberes e das manifestações populares. “Foi incrível! Tive a oportunidade de conhecer e estabelecer relações com pessoas que possuem uma cultura riquíssima. E por meio da convivência com a comunidade pude melhorar tanto minha formação acadêmica quanto a pessoal”, conta.

Os estágios profissionais também são uma boa forma de ingressar no mercado de trabalho. Jéssica, que é estudante da licenciatura, participa de um projeto de iniciação à docência, com estágio em uma escola pública da cidade. “A experiência me acrescenta de forma singular. Estar no cotidiano escolar me faz perceber os pontos positivos e negativos da carreira de docência e é uma forma de observar quais aspectos da educação precisam ser melhorados em nosso país.”

Raphael também passou por escolas de ensino básico e médio, e estagiou no Laboratório de Aplicação de Geografia Física da universidade. O aluno auxiliou a equipe a realizar uma pesquisa de contaminação do solo por metais pesados. Para verificar se havia, de fato, o contágio e calcular a extensão da área afetada, ele trabalhava com a coleta de amostras e realização de testes químicos. “O estágio me mostrou que as pessoas que, assim como eu, achavam que Geografia não tinha nada a ver com matemática, física e química, estavam completamente enganadas”, diverte-se.

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