Como transformar autossabotagem em disciplina nos estudos
Sabe aquela tarefa que demandaria duas horas de dedicação, mas você gasta o dobro de tempo sofrendo por ter que começar?
Vamos supor que você é um estudante que odeia fazer redação. Concorda que a simples tarefa de escrever um texto já é uma dificuldade para você? Agora imagine que a essa dificuldade, que já existe, vai se somar mais uma: a resistência em executar essa tarefa. Não entendeu muito bem? Calma que eu desenho:
O que eu quero dizer, em outras palavras, é que por mais que determinada atividade nos estudos seja chata e te exija esforço, se você procrastina e se autossabota durante o processo, o que deveria durar duas horas de repente te já te consumiu seis – porque em mais da metade do tempo você ficou só pensando naquilo que precisaria fazer. O que era trabalhoso fica ainda mais penoso e cansativo.
Um jeito de eliminar esse problema é transformar a autossabotagem em disciplina, e é isso que eu te ensino a fazer neste texto em quatro passos.
Entenda a resistência
O primeiro passo para se livrar da autossabotagem é entender o que te paralisa. Pare para analisar quais disciplinas ou tarefas normalmente te exigem mais esforço, aquelas em que você gasta metade do tempo de fato estudando e a outra sofrendo por ter que estudar aquilo. É redação? Química? Anote aí qual é a resistência e vamos para o próximo passo.
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Tarefa “cachinhos dourados”
Conhece a história da “Cachinhos dourados”? Na fábula infantil, a menina encontra uma casa vazia que tem todos os objetos em três versões diferentes: uma cama de cada tamanho, uma sopa em cada temperatura e por aí vai. Ela então começa a provar cada uma dessas coisas para ver qual lhe agrada mais.
Historinhas à parte, a minha proposta aqui é que você pegue essa tarefa que normalmente te exige muito esforço e adapte para você. Se escrever uma redação inteira é muito, que tal só escrever um rascunho? Ou então ler o tema e escrever a introdução? A ideia é que você desenhe uma maneira de cumprir essa atividade no tamanho, na intensidade e na complexidade que você dá conta.
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Como encaixar na rotina
O terceiro ponto é organizar a sua rotina ao redor dessa resistência. Que tal começar o dia já fazendo a redação e se livrando da tarefa de uma vez? Assim a preocupação fica para trás e você consegue fazer o que mais for preciso sem pensar nisso.
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Sem preocupação com resultado
Essa aqui vai exigir um pouco mais de treino emocional, mas garanto que vale a pena. Não comece uma redação pensando que ela precisa ficar perfeita, digna de nota mil no Enem, ou com uma argumentação de aplaudir de pé. Essas expectativas muito altas não servem para nada além de nos paralisar e impedir que a gente execute a tarefa. Que tal, ao invés disso, escrever a redação pensando no processo? Em como você está aprimorando o uso dos conectivos, aprendendo a desenvolver melhor seu argumento? Baixe as expectativas e foque no momento, e não no resultado final que idealizou para a tarefa – isso vale para a redação e muitas outras situações na vida.
Susane Ribeiro foi aprovada em engenharia aeronáutica no ITA, em medicina na USP e na Unicamp e criou o Método Sniper de Questões. Ela tem um canal no YouTube onde dá dicas para estudar melhor e manter a motivação.