Você já ouviu falar de “Eleanor & Park”, de Rainbow Rowell? A obra, que conta a história de amor entre dois jovens que se sentem deslocados na vida, conquistou até o autor de “A culpa é das estrelas”, John Green. Em uma resenha para o “The New York Times Book Review”, ele escreveu: “Eleanor & Park me lembrou não apenas de como é ser jovem e estar apaixonado por uma garota, mas também de como é ser jovem e estar apaixonado por um livro”.
O livro também conquistou a nossa leitora Isabella Lucena Santos, 18 anos, de Penedo (Alagoas). Leia a resenha que ela nos enviou e saiba mais sobre a história:
“Quando Eleanor, a garota nova, entra no ônibus escolar, é recebida por comentários sarcásticos e risadinhas por causa da sua aparência diferente – ela tem um cabelo ruivo cheio e usa roupas largas e masculinas com acessórios nada normais, como gravatas. Ali, acaba se sentando ao lado de Park, e é nessa situação embaraçosa que os dois se conhecem. Influenciado por esse clima, Park acaba não simpatizando com a garota de imediato. Mas, nos dias seguintes, os dois vão se aproximando aos poucos. Graças ao fantástico mundo dos quadrinhos e da música (a história se passa nos anos 80) se tornam amigos e acabam se apaixonando.
No decorrer do livro, vamos conhecendo melhor os dois personagens e as suas respectivas famílias. Eleanor é uma garota forte que não tem vergonha de ser quem ela é, mesmo tendo uma vida muito conturbada: sofre bullying na escola (naquela época o termo ainda não existia) e tem que conviver com um padrasto autoritário e sem noção (eu odeio o Ritchie), uma mãe submissa e fraca, pai ausente e irmãos que não a entendem.
Foto: Arquivo Pessoal/Isabella Lucena Santos
Já Park tem a família e a vida perfeitas. Sua mãe, coreana, e seu pai, um ex-soldado americano, são um casal que mesmo depois de vários anos casados ainda são apaixonados um pelo outro. Park tem também um irmão mais novo, Josh, que não é muito explorado na trama. Seu maior problema são as desavenças constantes com o pai, que não aceita seu jeito diferente.
Ao longo do livro, vamos acompanhando o relacionamento dos dois e é lindo perceber que o amor que eles sentem um pelo outro não tem nada a ver com a aparência e sim com o simples fato de amar, de precisar um do outro, mesmo com o preconceito e com todas as dificuldades que eles sofrem. É essa essência que torna o casal tão perfeito, tão diferente do comum, em que ‘a garota sem graça’ se apaixona pelo ‘gostosão da escola’.
Difícil definir o que eu senti lendo esse livro. Foi um misto de emoções tão grande… Sabe quando você quer entrar na história e interferir, dar um empurrãozinho ou mudar alguma coisa? Acho que me senti basicamente assim! O jeito com que a autora escreveu o livro é simplesmente perfeito. Ela soube apresentar os sentimentos e os anseios de cada personagem tão bem, que muitas vezes me sentia parte da história, sentia vontade de chorar e rir junto com eles. Em terceira pessoa, ele é composto por capítulos curtos, com o foco da narrativa alternada entres os dois, ou seja, facilita muito a leitura, dá aquela vontadezinha de não largar mais até acabar.
Por mais que você não goste de romances, vale dar uma chance a essa leitura. Duvido você se arrepender.
Minhas citações favoritas:
“Ela tinha o tipo de sorriso que você vê em um anúncio de pasta de dentes, onde você pode ver quase todos os dentes de alguém. ‘Ela deve sorrir o tempo todo’, ele pensou, o que fazia o rosto passar de estranho a bonito. Ele queria fazê-la sorrir constantemente.”
“Segurar a mão de Eleanor era como segurar uma borboleta. Ou um coração a bater. Como segurar algo completo, e completamente vivo.”
“- Não gosto de você, Park – ela confirmou, num tom que, por um segundo pareceu indicar que era sério mesmo. – Eu… – a voz dela quase desapareceu. – Eu acho que vivo por você. – Ele fechou os olhos e meteu o rosto no travesseiro. – Acho que nem respiro quando não estamos juntos – ela sussurrou. – O que significa que, quando te vejo na segunda de manhã foram umas sessenta horas sem respirar.”
“Ele parou de tentar trazê-la de volta. Ela só voltava quando bem entendia, em sonhos e mentiras e déjà-vus partidos.”
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