5 vestibulares com listas de obras obrigatórias não convencionais
A exigência de leituras obrigatórias é comum a muitas instituições que contam com vestibular próprio. Normalmente, tais listas são compostas por clássicos da literatura brasileira e mundial, que visam estimular o aluno a estabelecer correlações entre obras e períodos históricos, narrativas e personagens. Os conteúdos dos livros costumam aparecer nas questões objetivas e dissertativas, e contam pontos importantes nas provas de língua portuguesa e literatura.
Existem, no entanto, universidades e faculdades que inovam na sua relação de obras, fugindo das leituras tradicionais e cobrando também a análise de outros tipos de produção artística. Há as que indiquem filmes, gêneros menos convencionais ou até mesmo músicas. Separamos alguns vestibulares 2017 que são bons exemplos dessa opção.
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Cásper
A Faculdade Cásper Líbero conta com o maior número de filmes indicados. O documentário Notícias de uma guerra particular (1999) de Kátia Lund e João Moreira Salles, aborda o cotidiano dos moradores do Morro Santa Marta, na capital carioca, destacando a atuação da polícia no controle do tráfico de drogas. Uma verdade Inconveniente (2006), do diretor Davis Guggenheim, traz uma análise do ex-vice presidente dos EUA, Al Gore, sobre o aquecimento global, e seus impactos a longo prazo na vida humana. O dia que durou 21 anos (2013), produção de Camilo Tavares sobre a participação dos EUA no golpe militar de 1964 e o premiado Que horas ela volta? (2015), de Anna Muylaert, fecham a lista das produções obrigatórias.
IFNMG
Além de três obras literárias, o exame do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais também indica o filme de Anna Muylaert. Que horas ela volta? é a novidade para a prova de literatura do vestibular deste ano, sendo o primeiro filme a constar na relação obrigatória, que é atualizada anualmente.
UESB
Além de clássicos como Auto da Barca do Inferno e Capitães da Areia, o vestibular da Universidade Estadual da Bahia, inclui em sua lista três longa-metragens. São eles: o premiado documentário Doméstica (2012), de Gabriel Mascaro, Ele está de volta (2016), filme alemão que imagina um retorno de Adolf Hitler, e Uma história de amor e fúria (2013), dirigido por Luiz Bolognesi, cuja trama acompanha diferentes períodos da história brasileira, projetando um futuro de escassez hídrica.
UFGD
Machado de Assis tem lugar na lista da Universidade Federal da Grande Dourados, mas não com os clássicos dos vestibulares, como Dom Casmurro ou Memórias Póstumas de Brás Cubas. A obra cobrada é a peça teatral Quase Ministro, sátira política escrita em 1862. As produções nacionais A Poeira: uma História do Pantanal (2008) e Em Nome da Lei (2016), trazem histórias ambientadas na região pantaneira e na divisa Brasil-Paraguai. A animação brasileira O Menino e o Mundo (2013), que concorreu ao Oscar da categoria neste ano, completa a lista.
UFRGS
Alguns dos principais nomes da música brasileira têm lugar de destaque no vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A instituição inova ao cobrar como obra obrigatória o álbum Tropicalia ou Panis et Circensis (1968), que conta com Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé. Outra peculiaridade da lista são os Sermões de Padre Antônio Vieira (das Armas de Portugal Contra as de Holanda, da Sexagésima e de Santo António aos Peixes). Um dos nomes mais importantes da literatura jesuítica, produção literária de cunho religioso feita na época do Brasil colônia, Vieira escreveu mais de 500 cartas e profecias, além de 200 sermões.
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