Retrospectiva 2015: Confira os cinco fatos mais importantes do ano no mundo
*por Fabio Sasaki
Refugiados são escoltados em campo pela polícia, na Eslovênia. Foto: Jeff J. Mitchell/Getty Images
Jornal francês Charlie Hebdo é alvo de atentado
No dia 7 de janeiro, dois homens armados invadiram a sede do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, matando 12 pessoas. O atentado aconteceu durante a reunião editorial da equipe do jornal e teve como alvo alguns dos principais cartunistas da França. A motivação para o ataque teria sido a publicação de charges e artigos que ridicularizavam a figura do profeta Maomé e dos fundamentalistas islâmicos.
Dois dias depois, os atiradores foram mortos – eram dois irmãos franceses de origem argelina, supostamente membros da Al Qaeda na Península Arábica. Os atentados provocaram comoção mundial. Em 11 de janeiro, 1,5 milhão de pessoas saíram às ruas de Paris para homenagear as vítimas e manifestarem-se a favor da liberdade de expressão.
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Potências fecham acordo nuclear com o Irã
No dia 14 de julho, o Irã e as principais potências mundiais assinaram um acordo histórico para restringir o alcance do programa nuclear iraniano. A conclusão das negociações coloca um ponto final em um impasse que já durava desde 2001, quando a comunidade internacional descobriu que o Irã mantinha um programa de enriquecimento de urânio.
Em termos gerais, o acordo determina que o Irã terá sua atividade nuclear monitorada e restrita. Alguns dos principais termos do documento estabelecem que o país reduzirá em dois terços o número de centrífugas em suas usinas durante 15 anos e reduzirá seu estoque de urânio enriquecido. Em contrapartida, serão gradualmente retiradas as sanções que provocaram perdas significativas na economia iraniana.
Número de refugiados é o maior desde a II Guerra
Em 2015, o mundo enfrentou a mais grave crise migratória desde a II Guerra Mundial. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), existem mais de 60 milhões de refugiados em todo o planeta.
A crise ganhou enorme visibilidade na Europa. Mais de 300 mil pessoas tentaram cruzar o Mar Mediterrâneo para chegar ao Velho Continente em 2015. A maioria dos refugiados vem da África e do Oriente Médio, fugindo de perseguições políticas e guerras, como a que castiga a Síria desde 2011. Como a travessia é feita em embarcações precárias e superlotadas, os naufrágios são frequentes. Durante o ano, cerca de 3 mil pessoas morreram afogadas no Mar Mediterrâneo. Entre as vítimas está o garoto sírio Aylan Kurdi – a imagem de seu corpo estendido na praia turca de Bodrum comoveu o mundo e simbolizou o drama dos refugiados em 2015.
A Alemanha se dispôs a acolher até 1 milhão de refugiados, mas nações como Hungria, Eslovênia e Áustria resistem em deixar que os estrangeiros cruzem as fronteiras e dificultam sua movimentação pelo continente, agravando a crise.
Estado Islâmico realizam atentados em Paris
No dia 13 de novembro, Paris voltou a ser alvo de atentados terroristas. A organização fundamentalista Estado Islâmico (EI) realizou uma série de ataques simultâneos na capital francesa, que deixou 127 mortos e mais de 180 feridos. Os ataques atingiram seis locais diferentes – bares, restaurantes, uma casa noturna e a entrada do Stade de France. Nos dias seguintes à tragédia, Bruxelas, capital da Bélgica, entrou em alerta máximo devido a suspeitas de atentados terroristas.
Os ataques dão uma nova dimensão ao EI, que, desde 2014 vem expandindo as áreas sob seu controle no Iraque e na Síria. Após o episódio, a França intensificou os bombardeios a bases do EI no Oriente Médio. Em resposta, o grupo extremista ameaçou realizar outros atentados em cidades europeias.
Líderes mundiais assinam acordo ambiental em Paris
No dia 12 de dezembro, representantes de 195 países assinaram o Acordo de Paris durante a 21ª Conferência Geral das Partes (COP-21), realizada na capital francesa. Trata-se do mais abrangente entendimento ambiental desde o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997. O acordo também representa um marco histórico, pois obriga todos os países a apresentar metas para reduzir as emissões de carbono – até então apenas os países ricos tinham este compromisso.
O objetivo é que todos os países signatários organizem estratégias para limitar o aquecimento médio do planeta em 1,5 graus centígrados até 2100. No entanto, o acordo é criticado por não criar mecanismos que obriguem o cumprimento dessas metas. Mesmo com alguns pontos estabelecidos em termos genéricos, o documento é considerado a melhor oportunidade para que os países trabalhem de forma conjunta e tentem minimizar os efeitos do aquecimento global.