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Polêmica do carnaval: veja 4 fatos sobre a Guiné Equatorial, ditadura que teria patrocinado a Beija-Flor

Por Ana Lourenço
Atualizado em 24 fev 2017, 15h38 - Publicado em 19 fev 2015, 18h08
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Pela 13ª vez desde sua fundação, a escola de samba Beija-Flor foi campeã do carnaval do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (18). Porém, a bela produção está sendo alvo de forte polêmica: o enredo da escola, que teve como tema a Guiné Equatorial, teria recebido patrocínio do governo deste país, em uma soma estimada entre R$5 e R$10 milhões. O problema? A Guiné Equatorial vive uma rígida ditadura há quase 36 anos, bem conhecida por suas violações de direitos humanos.

Apesar das especulações, nada foi confirmado oficialmente por nenhuma das partes. O governo do país negou, nesta quinta-feira (19), ter disponibilizado verba para a escola de samba. A Beija-Flor, também, apenas confirma que recebeu apenas apoio cultural e artístico do país.

Polêmica do carnaval: veja 4 fatos sobre a Guiné Equatorial, ditadura que teria patrocinado a Beija-Flor

Beija-Flor vence o carnaval carioca (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Enquanto a história não é esclarecida, veja quatro curiosidades interessantes sobre a realidade da Guiné Equatorial:

1. Único país de língua espanhola do continente africano

A Guiné Equatorial foi descoberta por navegantes portugueses, em 1470, mas colonizada por espanhóis. Por isso, é o único país de todo o continente africano a ter o espanhol como língua oficial.

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Em uma reunião em julho de 2014, foi inserido na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), devido a sua história com Portugal. As exigências para participação eram a adoção do português como língua oficial e a abolição da pena de morte. No entanto, a adesão foi bastante criticada por ativistas, que acusam a CPLP de aceitar a Guiné Equatorial apenas por razões econômicas, pouco fazendo para garantir que o país aceite os compromissos impostos.

2. Ditadura mais longa ainda vigente de um país africano

O ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo está à frente do poder na Guiné Equatorial desde agosto de 1979, ou seja, quase 36 anos – a ditadura mais longa ainda vigente de um país africano. Na verdade, em termos técnicos, o regime da Guiné Equatorial é republicano, mas todas as eleições são vencidas por Obiang em processos muito suspeitos de fraude.

Nos 35 anos em que está no poder, Obiang coleciona acusações de violação de direitos humanos no país, com execuções, prisões arbitrárias, tortura e forte repressão a protestos da população. Além disso, o país está na lista dos 12 países mais corruptos do mundo, de acordo com a ONG Transparência Internacional.

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Teodoro Obiang assiste ao desfile da Beija-Flor de um camarote (Foto: Getty Images)

3. Petróleo: governo rico, povo pobre

A Guiné Equatorial tem sua economia baseada na exploração do petróleo, que começou a utilizar na década de 1990. A partir de então, é uma economia que vem crescendo em um ritmo bastante considerável. Mas o povo guinéu-equatoriano pouco vê dessa riqueza.

O país ainda tem altos índices de pobreza, com desnutrição infantil alta (39% das crianças com menos de 5 anos), e estima-se que menos da metade da população tenha acesso a água potável. De acordo com o Banco Mundial, sete em cada dez habitantes sobrevive com menos de dois dólares por dia.

Enquanto isso, Obiang figura como o 8º governante mais rico do mundo, de acordo com um ranking da revista Forbes. Sua fortuna pessoal é avaliada em US$ 600 milhões.

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4. Filho do ditador gastou o dobro da dívida do país com o Brasil em apenas um dia

Parece mentira, mas não é. Em 2013, a dívida da Guiné Equatorial com o Brasil somava cerca de R$ 27 milhões. Quatro anos antes, em 2009, o filho de Obiang, Teodorín, gastou o dobro dessa quantia em apenas um dia, durante um leilão de arte em Paris, onde arrematou diversas obras de arte de pintores como Monet e Rodin.

Teodorín é acusado de lavagem de dinheiro na França e procurado pelo país, que emitiu dois mandados de prisão. O governo dos Estados Unidos também tentou congelar seus bens no país, que teriam sido obtidos através de esquemas de corrupção. Ainda assim, ele foi nomeado vice-presidente na Guiné Equatorial.

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Pela 13ª vez desde sua fundação, a escola de samba Beija-Flor foi campeã do carnaval do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (18). Porém, a bela produção está sendo alvo de forte polêmica: o enredo da escola, que teve como tema a Guiné Equatorial, teria recebido patrocínio do governo deste país, em uma soma estimada entre […]

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