Fique por dentro das notícias da semana de 1º a 5 de julho
Dezenas de milhares de egípcios comemoram golpe que depôs presidente na Praça Tahrir (Spencer Platt/Getty Images)
Golpe depõe presidente no Egito
O primeiro presidente eleito pelo voto direto no Egito, Mohamed Morsi (já falamos sobre essa eleição, que ocorreu em 2012) foi deposto na quarta-feira (3) por um golpe militar. Na segunda, 1º de julho, o Exército egípcio havia anunciado um ultimato de 48 horas para o governo de Morsi “atender às demandas do povo” ou deixar o poder, mas ele foi rejeitado. O golpe também suspendeu a Constituição do país, em vigor desde dezembro, e o presidente da Corte Constitucional vai assumir um governo tecnocrático interino que vai reescrever a Constituição e convocar eleições parlamentares e presidenciais. A população que havia tomado a Praça Tahrir e as principais avenidas do Cairo festejou intensamente. Morsi, preso preventivamente pelo Exército, convocou seus apoiadores para uma “resistência pacífica”. No entanto, pelo menos 17 pessoas morreram e outras 246 ficaram feridas nesta sexta-feira (5) nos enfrentamentos entre partidários e opositores.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu a volta do poder ao presidente o quanto antes, destacando que ele havia sido eleito democraticamente. Também ordenou a revisão da ajuda de US$ 1,5 bilhão que o país concede anualmente ao Egito.
>>Acompanhe as notícias sobre o Egito aqui (Exame.com).
Caminhoneiros param estradas
Na segunda-feira, caminhoneiros e manifestantes bloquearam estradas em nove estados com 35 protestos em 35 rodovias. Eles pediam redução no preço dos pedágios e dos combustíveis, mudanças na legislação e mais segurança. Os protestos continuam, apesar de alguns estados terem imposto multas para esses bloqueios.
>> Leia também: Sindicatos ameaçam fechar rodovias dia 11
Balança comercial do Brasil tem pior déficit em 18 anos
A balança comercial brasileira teve o pior semestre dos últimos 18 anos. É que entre janeiro e junho deste ano, o Brasil comprou US$3 bilhões a mais em mercadorias do que vendeu ao exterior. Desde 2001 o país não registrava déficit no primeiro semestre – ou seja, ele sempre exportava mais do que importava. Parte da culpa é da contabilização atrasada de importações da Petrobrás feitas em 2012; outro motivo, segundo o governo, foi o esfriamento do comércio exterior por causa da crise internacional. Em junho, o saldo foi positivo e o governo aposta em um bom resultado para o saldo anual.
Senado aprova 75% dos royalties para educação e 25% para a saúde
O Senado votou na terça, 2 de julho, a favor da destinação de 75% dos royalties do petróleo para investimento em educação e 25% para a área da saúde. A proposta original do governo era destinar 100% dos recursos para a educação, mas acredita-se que a presidente Dilma Rousseff aprove a lei sem vetos. O texto ainda deve voltar para aprovação na Câmara. Também foi aprovada a PEC que determina que todas as pessoas em cargos públicos cumpram as exigências da Lei da Ficha Limpa.
Avião de presidente da Bolívia, Evo Morales, é retido na Europa
O avião do presidente boliviano Evo Morales, que levava a ele e a sua comitiva da Rússia, onde havia participado de uma reunião de países produtores de gás natural, para seu país, foi proibido de aterrissar em Portugal para uma escala de reabastecimento de combustível e também de entrar no espaço aéreo francês, espanhol e italiano. Tudo por causa de uma denúncia (declarada falsa pela Áustria) de que o ex-agente americano da CIA Edward Snowden estivesse a bordo. Pouco antes, o presidente havia declarado, em Moscou, estar disposto a avaliar um pedido de asilo feito por ele. Edward Snowden revelou ao mundo um projeto secreto de espionagem do governo norte-americano (PRISM) realizado por meio da internet e ligações telefônicas. Vários países já lhe negaram o pedido de asilo.
O caso causou mal-estar na Europa e revolta na América Latina. Em um comunicado, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que representa os 12 países da América do Sul, expressou “indignação e profundo rechaço por tais fatos, que constituem atos inamistosos e injustificáveis que, além disso, puseram em sério risco a segurança do chefe de Estado boliviano e sua comitiva”. O ato viola regras do direito internacional registradas na Convenção de Viena. A presidente Dilma Rousseff afirmou que “o constrangimento ao presidente Morales atinge não só a Bolívia, mas a toda a América Latina”.
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