Proposta: Preconceitos enfrentados pelos homossexuais na doação de sangue
Guia do Estudante vai distribuir 10 correções gratuitas por proposta em parceria com a Imaginie
A proposta de redação desta semana já está no ar! Envie seu texto até o dia 21 de julho e poderemos publicá-lo corrigido aqui no blog.
Para participar, é preciso criar um perfil de usuário na plataforma Imaginie, selecionar a proposta e seguir as instruções para o envio da redação diretamente pelo site. Os primeiros a se cadastrarem por meio desse link terão direito a uma correção, sempre feita por dois ou mais professores, seguindo os mesmos critérios do Enem. O Guia do Estudante vai distribuir 10 correções gratuitas por proposta.
ATENÇÃO: Para que sua redação seja publicada no blog, é preciso desenvolver a proposta correspondente à semana em curso! Ou seja, para os textos enviados até o dia 21 de julho, a proposta deve ser a que está descrita abaixo.
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “Preconceitos enfrentados pelos homossexuais na doação de sangue”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
A legislação brasileira não explicita a proibição da doação por parte dos homossexuais, mas, na prática, restringe a ação desses grupos. A Portaria 158, de 4 de fevereiro de 2016, que redefine o regulamento técnico de procedimentos hemoterápicos define, em seu artigo 64, grupos impedidos de doar por um período de um ano, entre eles, “homens que tiveram relações sexuais com outros homens e/ou as parceiras sexuais destes”.
Também estão incluídos nesse grupo pessoas que tenham feito sexo em troca de dinheiro ou drogas ou seus parceiros; que tenham tido um ou mais parceiros ocasionais e desconhecido; que tenham sido vítimas de violência sexual; ou tido relação com portadores de HIV, hepatites B e C ou outra infecção de transmissão sexual e sanguínea; que tenham sido presos; feito piercing, tatuagem ou maquiagem definitiva, entre outros casos. Todas as condições se aplicam ao candidato a doador e a seu parceiro.
Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2018/04/02/interna_gerais,948275/restricao-a-doadores-de-sangue-homossexuais-sera-analisada-pelo-stf.shtml Acesso em 03 julho2018. Adaptado
TEXTO II
Em 2014, o tio do jornalista João Teixeira* estava internado na UTI do Hospital 9 de julho, em São Paulo, e a família foi procurada para doar sangue. João, doador frequente desde os 17 anos, foi o único barrado no momento da entrevista. Ao responder que mantinha relações sexuais com homens, a médica disse que o sangue não seria aceito pelo fato dele ser gay. Perplexo, explicou que estava em um relacionamento sério há mais de um ano e que sempre usava preservativo. A resposta foi estarrecedora: “Você é uma exceção entre os gays, a maioria é promíscua e se você estivesse doente, também não ia querer um sangue ruim”. Desde então, João nunca mais doou sangue.
O designer Alexandre Macedo, de 42 anos, passou por uma situação parecida. Tentou doar sangue a pedido do Hospital Doutor Arthur Ribeiro de Saboya, no bairro paulistano Jabaquara, em retribuição aos cuidados que sua mãe recebera enquanto estivera na UTI. Alexandre, que estava em um relacionamento monogâmico há mais de 10 anos, ouviu que não estava qualificado por ser gay e não poder doar.
“Sou um ótimo candidato: tenho peso, altura, boa saúde, não tenho tatuagens, piercings, fui cobaia de testes do PREP (medicamento de profilaxia pré-exposição ao HIV) há 5 anos no Hospital das Clínicas, sou doador universal. É muito decepcionante saber que estou apto e que por uma regra que leva em consideração quem você transa, não poder mais “, afirma. Ele conta que esse foi o primeiro episódio direto de preconceito que sentiu na vida. Desde então, Alexandre nunca mais doou sangue.
Disponível em: https://super.abril.com.br/saude/brasil-desperdica-18-milhoes-de-litros-de-sangue-ao-ano-por-preconceito/
Acesso em 03 julho 2018. Adaptado
TEXTO III
Os argumentos a favor da proibição:
PROPORÇÃO DE INFECTADOS
Em nota enviada ao jornal Folha de S.Paulo, o Ministério da Saúde afirmou que não há discriminação e que a restrição por 12 meses busca evitar o risco da transmissão de doenças pela transfusão e parte do princípio da precaução. Ele se baseia “em dados epidemiológicos presentes na literatura médica e científica nacional e internacional”.
Em entrevista concedida em junho de 2016 ao Nexo, o infectologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo Ricardo Vasconcelos afirmou que: “A concentração da epidemia entre os homens que fazem sexo com outros homens infelizmente está aumentando nos últimos anos, portanto, pensando estritamente em controle da transmissão do HIV por essa via e em economia de recursos, faz sentido a restrição, apesar de [a definição de homens que fazem sexo com outros homens] ser um corte bastante grosseiro.”
PEGOS PELA TRIAGEM
Após entrevistas, candidatos a serem doadores passam por testes de sangue onde se busca detectar a presença de doenças como HIV. Pesquisadores fizeram entre 2009 e 2011 entrevistas com 341 pessoas que, após serem aprovadas pela triagem, foram barradas na doação de sangue por terem sido detectados como portadores do vírus.
Homens que fazem sexo com outros homens tinham 13 vezes mais chance de fazerem parte desse grupo. Os dados foram publicados em 2013 no periódico “Vox Sanguinis”, da International Society for Blood Transfusion (Sociedade Internacional para Transfusão de Sangue). Sabino foi uma das coordenadoras do trabalho, e disse ao Nexo que é possível que parte desse público use os testes da doação, e não centros de atendimento à população com HIV, como método para tentar detectar a doença.
Quais os argumentos contra a proibição:
COMPORTAMENTO DE RISCO
O simples fato de um homem ter relações sexuais com outro homem não pode ser considerado comportamento de risco para a contaminação pelo HIV. Casais gays monogâmicos ou gays que façam sexo exclusivamente com camisinha não estão se arriscando.
ORIENTAÇÃO SEXUAL
A portaria 1.353 de 2011 do Ministério da Saúde diz que a orientação sexual não deve ser usada como critério para barrar potenciais doadores de sangue e entra em conflito com as resoluções que vetam homens que fizeram sexo com outros homens. A portaria 158 de 2016 do Ministério da Saúde também diz que candidatos a doar sangue devem ser acolhidos sem discriminação sexual.
DETECÇÃO
Com os testes modernos, que são aplicados antes da doação, o tempo para a detecção do HIV no sangue diminuiu consideravelmente. Desde 2010 há no Sistema Único de Saúde também testes que detectam não os anticorpos contra HIV, mas o RNA, ou seja, o código genético do vírus. Isso faz com que esse possa ser detectado de 10 a 14 dias após a infecção do sangue do potencial doador. Esses não são, no entanto, os testes padrão.
Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/o-que-os-bancos-de-sangue-nao-contam-sobre-as-doacoes-ejxkwu1ble2kp85g0c3rvw9ji
Acesso em 03 julho 2018 Adaptado
TEXTO IV
Disponível em: https://aprendaavalorizar.blogspot.com/2014/06/1306-dia-mundial-do-heroi-ops-doador-de.html
Acesso em 03 julho 2018 Adaptado