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Redação para o Enem e Vestibular

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Dicas de redação, propostas e análises de texto para mandar bem no Enem e nos vestibulares
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Correção da redação com o tema “Viver em rede no século XXI – Os limites entre o público e o privado”

Por Ana Prado
Atualizado em 24 fev 2017, 16h02 - Publicado em 27 set 2012, 22h17
SAN ANSELMO, CA - MAY 09: The Facebook website is displayed on a laptop computer on May 9, 2011 in San Anselmo, California. An investigation by The Pew Research Center found that Facebook has become a player in the news industry as the popular social media site is driving an increasing amount of traffic to news web sites. (Photo Illustration by Justin Sullivan/Getty Images) (/)
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Confira a seguir a correção da redação “Exibição nas redes sociais: liberdade ou subordinação?”. O texto foi enviado por um de nossos leitores a partir do tema proposto no Enem 2011, que era “Viver em rede no século XXI – Os limites entre o público e o privado”.

Correção da redação com o tema “Viver em rede no século XXI – Os limites entre o público e o privado”

Texto selecionado

“Exibição nas redes sociais: liberdade ou subordinação?

                Em ‘1984’, livro de George Orwell, retrata-se uma sociedade controlada pelo ‘Grande Irmão’. A invasão atingia a total observação das ações e controle do pensamento. Igualmente, a tecnologia da sociedade do século XXI facilita o acesso a dados da população por grandes empresas e governos, além de expressiva exposição pessoal. Apesar de ser considerada um direito fundamental pela ONU em 2011- remetendo-os à noção de liberdade– podem ser instrumentos de dominação.

Dentre os aspectos negativos da informática, está a alienação. Ao configurar uma conta em redes sociais, diversas informações devem ser preenchidas, as quais, se não forem devidamente preservadas podem ser instrumentos de propagandas, de produtos ou governos, personalizadas. Esse marketing, que já era massivo, adquire, por causa da tecnologia, um poder de persuasão maior. No caso de produtos, favorece o consumismo. Na política, a imagem de Estado e estadista é, muitas vezes, transmitida idealizada, dificultando o surgimento de opositores.

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Segundo pesquisas recentes, nos Estados Unidos, o avanço das redes sociais alavancou a Internet como o principal entretenimento dos norte-americanos, superando a televisão. No Brasil e no resto do mundo ocorre um processo similar. A disseminação delas é nítida ao se analisar, por exemplo, a supervalorização da empresa Facebook. Isso possibilita a divulgação instantânea de informações para milhões de usuários. Dependendo-se do conteúdo veiculado, como a difamação pessoal, esse alcance é bastante prejudicial.

Todavia, ele democratiza a participação política. Para os discordantes de alguma lei, por considerá-la injusta, esses meios de informação se tornam uma interessante alternativa. Permitem a apresentação e o esclarecimento de opiniões de maneira abrangente e veloz. Alguns dos exemplos correntes são: os protestos de jovens do Oriente Médio por liberdade e emprego; e a campanha pelo veto do novo Código Florestal à Dilma Rousseff, no Brasil, com o post ‘veta, Dilma!’, no Facebook.

Assim, a subordinação causada pela exibição nas redes sociais é resultado da escravização ao consumo indiscriminado e da alienação. Além disso, pode ser ferramenta de arruinação da imagem pessoal. Entretanto, o uso crítico é capaz de selecionar adequadamente informações e fazer do indivíduo um ativista pacífico de seus valores. Nesse sentido, viver no século XXI é sinônimo de liberdade.”

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Análise do texto*

O texto analisado dificilmente seria considerado acima da média. Apesar de bem escrito, tendo algumas marcas características do gênero textual dissertativo, ele possui problemas importantes não apenas na estrutura argumentativa, mas também no tratamento dado ao tema proposto.

O tema (comunidades virtuais, redes sociais) foi abordado com um foco diferente do esperado. O texto deveria ser sobre “viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado”, esperando-se que fossem analisados os limites das publicações e interações virtuais. Tal informação era claramente dita na proposição e, com uma leitura atenta da coletânea, é possível encontrar uma hipótese (No segundo fragmento: Especialistas recomendam que não deve ser publicado o que não se fala em público).

Ao invés disso, o candidato discorreu sobre o poder de alienação da informática e sua possibilidade de democratização política. Note que não houve o foco nos limites e, até mesmo, indicações de como devem ser usadas as redes sociais digitais. Isso já reduziria a nota em relação à abordagem do tema, mas não foi o único problema.

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Uma das principais instruções do Enem não foi cumprida: a proposta de conscientização social. Muito provavelmente, o tema foi estabelecido com o intuito de indicar como a população pode usar as ferramentas digitais, mantendo sua privacidade. Não houve,  em parte alguma do texto, uma análise nesse sentido. Pelo contrário, o autor ficou apenas nos famosos “prós e contras”, não cumprindo a proposta integralmente.

Para melhorar o texto, uma das ações poderia ser sua melhor organização, deixando mais claras quais as ideias centrais “defendidas” em cada um dos parágrafos – note-se, por exemplo, que o terceiro parágrafo da redação não traz nenhum argumento novo, o que não é recomendável para um texto no qual se espera uma argumentação crescente.

Temos um texto mediano. Cumpre as características básicas da dissertação, mas não desenvolve uma argumentação consistente a partir do tema e da coletânea apresentada.

* Análise feita pela professora Lilica: Liliane Negrão Pinto – professora de Redação do Curso e Colégio Oficina do Estudante – Campinas/SP

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