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Dicas de redação, propostas e análises de texto para mandar bem no Enem e nos vestibulares
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Análise de redação: Violência contra a mulher

A Lei Maria da Penha acaba de completar 13 anos

Por Ana Lourenço
Atualizado em 8 ago 2019, 15h51 - Publicado em 30 set 2016, 19h59
 (Pixabay/Reprodução)
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O tema da redação do Enem 2015 foi A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira. Leia abaixo uma das redações enviada por um de nossos leitores e veja, em seguida, a análise feita pelos professores da Imaginie.

Análise de redação: Violência contra a mulher

Caminhada da Não-Violência Contra a Mulher (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Segundo o filósofo Michel Foucault, todas as relações humanas são permeadas por relações de poder. Esse conceito também se aplica à relação entre os gêneros. Historicamente, as mulheres são subjugadas desde a formação da sociedade civil, e, como em todas as relações desarmônicas de poder, isso leva a violência. No Brasil, não é diferente. Em três décadas, o número de feminicídios cresceu 230%, levando-nos a crer que somos contemporâneos de um genocídio silencioso contra a população feminina. Essa violência, porém, se revela um corolário natural de nossa cultura do amor romântico, em que abusos verbais, físicos e emocionais são vistos como “demonstrações de amor e afeto”.

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Se olharmos para o nosso passado, veremos que, na História, a regra dos relacionamentos heterossexuais foi a do abuso e da verticalização. Por milênios, a sexualidade da mulher foi vista como um acessório para o uso livre masculino, o que normatizou o estupro marital, já que este não era visto como um crime. Essa cultura da coletivização do corpo feminino, bem como a incapacidade estrutural de ver a mulher como agente ativo e moral sobre sua própria vida, é a grande raiz de onde germina a ainda prevalente violência contra esse grupo. Torna-se, portanto, um dever coletivo desconstruí-la.

É de caráter basilar ainda salientar que a violência nem sempre é explicita. No Brasil, são regularmente veiculadas na mídia propagandas de caráter misógino e desumanizador. De forma recorrente, tais anúncios exploram o corpo feminino, usando-o como estratégia de vendas e sobrepondo corpos seminus à essência individual. Também podemos tomar como exemplos de violência sutil e estrutural a disparidade salarial que, no Brasil, pode chegar a 30% de diferença entre homens e mulheres ocupando os mesmos cargos. Essa desproporção acentua uma estratificação social que ajuda na manutenção da relação de poder entre os gêneros, uma vez que pode fazer com que mulheres se tornem financeiramente dependentes de seus companheiros. A violência inexplícita promove a marginalização, que tem como consequência a violência tangível.

Fica claro, portanto, que a violência contra a mulher é consequência de diversos problemas estruturais e que é preciso combatê-la. Para tanto, o Ministério da Educação pode incluir nos currículos escolares das escolas públicas oficinas nos moldes do Programa Espaço Jovem, que, em São Paulo, trabalha a questão de gênero em suas atividades de forma concreta, buscando aflorar preconceitos que cada um carrega, possibilitando uma reflexão sobre o tema.

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Além disso, as redes sociais podem ser usadas por ONGS para promover campanhas de conscientização e criar canais anônimos e facilitadores de denúncia. No âmbito familiar, é dever dos pais ensinar aos filhos homens a importância da alteridade, de forma que eles vejam a mulher como um igual. Talvez assim, possamos nos livrar das amarras de uma sociedade patriarcal e deixarmos de ser como as mulheres de Atenas.

>> Veja aqui algumas dicas para melhorar sua redação

Análise da redação do aluno:

 A redação atende as exigências de uma redação dissertativa-argumentativa contendo introdução, desenvolvimento e conclusão. O estudante compreendeu bem a proposta da redação e organizou o texto de forma lógica e produtiva.

Competência I – Demonstrar domínio da norma culta:

O estudante demonstrou domínio da norma culta e não cometeu nenhum erro grave que pudesse comprometer o entendimento do texto. Obedeceu às regras gramaticais e não apresenta marcas de oralidade.

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Competência II – Compreender a proposta:

Compreendeu muito bem a proposta. Desenvolveu o tema com argumentação consistente, além de apresentar bom domínio do texto dissertativo-argumentativo, com tese, argumentação e conclusão.

Competência III – Selecionar e relacionar argumentos:

O estudante apresentou informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma organizada em defesa de sua tese.

 Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação:

 Poderia ter usado melhor os recursos coesivos para enriquecer o texto.

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Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:

Elaborou boa proposta de intervenção. A proposta foi relacionada ao tema e associou a discussão desenvolvida em todo o texto.

Nota: 820

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