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Variantes do coronavírus: os perigos das mutações

Três novas variantes do coronavírus, identificadas no Reino Unido, África do Sul e Brasil, preocupam cientistas; Entenda o porquê

Por Redação
4 fev 2021, 14h23

Desde que o coronavírus foi detectado pela primeira vez no fim de 2019, na cidade de Wuhan, na China, ele já passou por várias modificações em seu código genético. E entre dezembro do ano passado até o momento, novas variantes do coronavírus foram identificadas no Reino Unido, África do Sul e recentemente no Brasil

Embora sofrer mutações seja comum entre os vírus, essas novas variantes deixaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) em alerta. No Brasil, a nova variante foi encontrada em Manaus no começo de janeiro. A nova cepa, que ganhou o nome de P.1, foi identificada em indivíduos que desembarcaram no Japão, após uma viagem para o Amazonas. 

Na última semana, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo também confirmou três casos da P.1 no estado. É a primeira vez que a variante do Amazonas foi confirmada em outro estado brasileiro. Além da variante de Manaus, nos últimos dias cientistas brasileiros encontraram novas cepas do coronavírus no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul – mas ainda não se sabe o impacto delas. 

Junto com o agravamento da pandemia no País, a identificação de uma nova variante fez com que diversos países restringissem ou proibissem voos que têm como origem ou destino o Brasil. De acordo com o Estadão, mais de 100 países mantêm restrições à entrada de viajantes provenientes do território brasileiro. Entre eles, estão Estados Unidos, Espanha, Itália, Alemanha, Portugal, Colômbia e Peru. 

Mas por que essas variantes do coronavírus encontradas no Brasil, Reino Unido e África do Sul preocupam tanto? São perigosas? Quais as semelhanças e diferenças entre elas? O GUIA explica a seguir esses e outros detalhes que envolvem o tema. 

O que se sabe sobre as novas variantes e as preocupações

Durante uma pandemia, é esperado que os vírus sofram mutações. Por isso, esse fenômeno já era acompanhado pelos pesquisadores mundo afora. Mas as primeiras variantes do coronavírus que causaram preocupação nos cientistas foram detectadas ao longo do mês de dezembro no Reino Unido e na África do Sul e foram batizadas de B.1.1.7 e 501Y.V2, respectivamente. A do Brasil, a P1, foi flagrada em janeiro.

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Em seu informe epidemiológico divulgado semanalmente, a OMS alertou que a linhagem do Reino Unido já foi detectada em 70 nações, enquanto a da África do Sul em ao menos 31 países. A do Brasil, por sua vez, já está em oito países. 

As três variantes geram preocupação por acumular uma série de mutações nos genes que codificam a espícula, uma estrutura que fica na superfície do vírus e que permite a entrada dele nas células do corpo humano. De acordo com a BBC, pesquisas indicam que essas alterações tornam o vírus mais contagioso e permitiria que ele se espalhasse mais entre a população. Conforme informações do governo britânico, a variante do Reino Unido pode ser até 70% mais transmissível. Ainda não há comprovação científica de que a variante encontrada no Amazonas seja mais transmissível.

Além disso, estudos apontam que as variantes da África do Sul e do Brasil, por possuírem a mutação E484K que ocorreu na proteína Spike, podem dificultar a ação de anticorpos de quem já teve a doença, assim aumentando as chances de reinfecção.  

De acordo com a biomédica Mariene Amorim, membro do Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes da Unicamp, em entrevista ao Portal R7, a mutação E484K dá ao coronavírus uma maior capacidade de escapar do sistema imune. “Os anticorpos neutralizantes [que protegem as células contra invasores] têm uma possibilidade 10 vezes menor de matar o vírus”, explica.

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Um caso de reinfecção pela nova variante já foi, inclusive, descrito no Brasil por uma equipe de pesquisadores. Trata-se de uma mulher de 29 anos que mora no Amazonas. Ela teve covid-19 pela primeira vez em 16 de março. No dia 19 de dezembro, a mulher voltou a apresentar sintomas de infecção pelo coronavírus e um teste comprovou a doença novamente.

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Por que as variantes começaram a ficar mais frequentes?

Nos últimos meses, o surgimento de novas variantes se tornou mais frequente. E algumas, inclusive, apresentam mutações iguais. Mas há uma explicação para esse fenômeno?

Para o virologista Fernando Spilki, professor da Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul, e coordenador da Rede Corona-Ômica, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, em entrevista à BBC, isso pode estar acontecendo porque, na segunda onda, as medidas de restrição não foram tão efetivas quanto na primeira. “Com isso, o vírus ganhou muito espaço para se disseminar e sofrer essas mudanças”, afirma.

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As vacinas são eficazes contra as novas variantes?

Acredita-se que sim, por enquanto. Testes feitos com as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna, por exemplo, mostram que os imunizantes são capazes de proteger contra as variantes encontradas na África do Sul e no Reino Unido.

Para a CNN Brasil, o imunologista e professor universitário Eduardo Nolasco afirma que a vacinação pode, sim, combater as novas variantes. “Os anticorpos induzidos pela vacina atuam bloqueando [no novo coronavírus] a proteína que ele usa para entrar na célula [a proteína S]. E estimula também a produção de células T, que atacam as nossas células que já foram infectadas. Com base nisso, a vacinação também é um mecanismo eficiente contra esta nova cepa”, explica.

Por outro lado, alguns especialistas especulam que pode acontecer uma diminuição de eficácia em algumas vacinas. Contudo, nada que comprometa o seu uso e proteção. 

Como se proteger das novas variantes?

As orientações de proteção continuam as mesmas para as novas variantes. Ou seja, usar máscaras, manter distância mínima de 1 a 2 metros de outras pessoas, lavar as mãos com água e sabão ou passar álcool em gel. Além disso, ficar em casa sempre que possível e, ao sair, preferir ambientes abertos.

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