Tarifaço do Trump: quais são os outros parceiros comerciais do Brasil?
Diversificação dos parceiros comerciais nos últimos anos pode "salvar" o Brasil no cenário de taxação dos EUA
Ainda que o ‘tarifaço‘ de Donald Trump tenha se mostrado mais brando do que aparentava, com uma lista extensa de produtos poupados, a taxação de 50% às importações brasileiras colocou a balança comercial do nosso país sob atenção. Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro do Brasil, e responderam a cerca de 12% das vendas externas no primeiro semestre deste ano. Caso as exportações sejam de fato afetadas pela barreira tarifária de Trump, com quais outros países o Brasil poderia contar? Há outros parceiros comerciais relevantes?
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Apesar da boa e estável relação comercial com os Estados Unidos, o Brasil diversificou significativamente seus parceiros comerciais na última década. Isto é, ainda que o impacto do tarifaço de Trump seja sentido por aqui, outros mercados já consolidados poderiam ajudar a absorver parte dessa demanda e equilibrar os prejuízos.
Para começar, o maior parceiro comercial brasileiro não é os EUA, mas a China. Sozinha, ela responde por quase 29% de todas as exportações nacionais.
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Os principais itens vendidos ao país asiático são commodities que movem boa parte da economia brasileira, como soja, minério de ferro, petróleo, carne bovina e celulose. Apesar de algumas oscilações internas na China e no mercado global, o fluxo comercial tem se mantido estável, e o presidente Lula cultiva uma boa relação com o presidente chinês, Xi Jinping.
Quem são os parceiros do Brasil?
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que a China, maior parceira do Brasil hoje, absorve 28,7% das exportações. Na sequência, a Argentina também aparece relevante (5,5%), sobretudo no comércio de automóveis, máquinas e autopeças.
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A União Europeia aparece com destaque para os Países Baixos (3,4%) e Espanha (2,8%), que atuam como portas de entrada para o mercado europeu comprando produtos agrícolas, minérios e combustíveis.
México (2%), Canadá (2%), Singapura (1,9%), Chile (1,8%) e Alemanha (1,7%) completam o quadro dos 10 principais destinos das exportações do primeiro semestre de 2025, seja em bens manufaturados, produtos de alto valor agregado ou commodities. A totalidade dos outros países que mantém relação comercial com o Brasil soma 37,7%, representando US$ 62,66 bilhões.
Por que as taxas?
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A adoção de uma política protecionista sob o lema “América para os americanos”, que mira incentivar a economia interna dos EUA, não tem poupado os parceiros comerciais do país. Trump chegou a apelidar de “Dia da Libertação” a data em que anunciou boa parte das tarifas de importação às outras nações.
Desde então, uma sobretaxa de 40% foi anunciada para os produtos brasileiros (taxados em 10% até então) e oficializada nesta quarta-feira (30) – mas excluindo itens importantes que impactariam a economia americana, como o suco de laranja e o petróleo.
O ‘tarifaço’ contra o Brasil, no entanto, não tem motivação meramente econômica, mas sim política. Trump usa a taxação como instrumento de chantagem para mobilizar temas de seu interesse.
A absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro, o freio ao PIX frente aos cartões de débito e crédito (que têm, em sua maioria, bandeiras americanas) e a exploração das terras raras, que contam com minérios estratégicos para o setor de tecnologia, estão no pacote que o presidente pede como moeda de troca para diminuir a taxa.
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