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Ministro usou técnicos do MEC para tentar apagar seu verbete da Wikipédia

O ministro trava uma disputa judicial por discordar das informações sobre suas "controvérsias" divulgadas na página

Por Taís Ilhéu
Atualizado em 5 nov 2019, 15h34 - Publicado em 5 nov 2019, 15h34
 (Wikimedia Commons/Reprodução)
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Desde junho, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, trava uma disputa com a plataforma Wikipédia para tentar retirar seu verbete do ar. Ontem, a informação de que o ministro usou uma equipe de técnicos do MEC para tentar derrubar a página foi divulgada pela Folha de S. Paulo. Weintraub, que ignorava os questionamentos da imprensa sobre o assunto, foi obrigado a esclarecer-se depois que o deputado federal Marcelo Freixo enviou um requerimento de informações ao seu gabinete.

No documento enviado de volta ao deputado, em outubro, Weintraub justifica que o uso da equipe de técnicos nesse caso não é ilegal.  “A utilização das equipes técnicas deste ministério da Educação fundamentou-se na competência regimental prevista no Decreto nº 9.665/2019”, afirma. O decreto fala sobre o uso da equipe jurídica do MEC.

A nota justifica que a página do verbete faz referências à figura do ministro da Educação e não somente à pessoa física Abraham Bragança de Vasconcelos Weintraub, o que, segundo eles, justificaria a atuação dos técnicos da pasta. Freixo, no entanto, diz que a situação se configura como uso da máquina pública para fins pessoais. 

O que diz o verbete de Weintraub

A página de Abraham Weintraub foi criada na Wikipédia em 8 de abril, quando ele foi anunciado como Ministro da Educação por Bolsonaro. Desde então, vem sofrendo edições. A parte do verbete que incomoda o ministro é uma listagem, ao final da página, de “controvérsias” em que ele está envolvido. Entre elas, constam os cortes das universidades federais, seu histórico escolar, que chegou a inspirar uma festa na USP, discussões travadas com estudantes e a própria tentativa de interferência na Wikipédia. 

Por fim, constam também informações sobre a família do ministro. As acusações de nepotismo, depois que ele ingressou em um cargo na mesma universidade que sua esposa e irmão lecionam, aparecem nesse trecho, bem como menções sobre o pai do Weintraub. O verbete conta que o psiquiatra Mauro Weintraub, que foi professor da USP, escreveu um livro defendendo a descriminalização do uso de maconha. 

Na página da Wikipédia em inglês a descrição do ministro é bem mais curta que a em português, mas no subtítulo “Controversy” a página informa, com base em notícias internacionais, que o ministro foi classificado pelo jornal britânico The Guardian como adepto de teorias da conspiração. 

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“Em uma entrevista em 2018, Weintraub afirmou que o crack foi introduzido no Brasil pelos comunistas para enfraquecer o país. Ele também disse que as Farc foram convidadas de honra do Foro de São Paulo, um encontro anual de partidos de esquerda latinoamericanos. Esses comentários levaram o jornal The Guardian a classificar o Weintraub como um teórico da conspiração”, informa o site. 

 

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