Aproveitando a importância e a força do Mês da Mulher para mostrar mais um projeto importante que entrou para fortalecer a luta por igualdade na ciência e na tecnologia. A aluna do Ensino Médio do Colégio Poliedro de São José dos Campos Briza Matsumura, 16 anos, junto com outros jovens, sentiu a necessidade de discutir o espaço e o papel das meninas e das mulheres na ciência e na tecnologia. E, assim, criaram, durante um workshop na III Conferência de Protagonismo Juvenil, o elaSTEMpoder.
Trata-se de uma conta no Instagram para falar sobre mulheres inspiradoras e as consequências da desigualdade de gênero. O perfil também divulga oportunidades para as meninas que querem se dedicar a essas áreas. Importante iniciativa diante do cenário atual: um estudo da Unesco publicado em 2018 mostra que as mulheres representam menos de 30% dos cientistas do mundo.
Outro objetivo do projeto é o desenvolvimento de um curso de soft skills (habilidades e competências) para encorajar meninas do Ensino Fundamental e Médio a tentarem uma carreira em áreas ocupadas majoritariamente por homens, como é o caso das áreas de STEM (sigla em inglês que representa as áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática – daí o nome do projeto).
“A ideia do curso é desenvolver habilidades que fortaleçam as meninas para que elas se tornem protagonistas nas áreas e posições que desejarem, incluindo as áreas de ciência e exatas”, explica Briza, que desenvolveu sua primeira startup aos 13 anos e foi a pessoa mais jovem a participar do programa ProLíder, uma iniciativa da Fundação Estudar, parceira do GUIA DO ESTUDANTE, que visa estimular o empreendedorismo de impacto social.
Iniciativas como a desses jovens e tantos outros projetos que lutam pela igualdade de gênero nas instituições de ensino, apesar do cenário negativo, comemoram importantes vitórias. Como é o caso da crescente participação feminina na produção científica dentro das universidades brasileiras. No levantamento realizado pelo Centro de Estudos da Ciência e Tecnologia da Universidade de Leiden, na Holanda, o Brasil está entre os 10 países do mundo com mais mulheres na pesquisa.
A Universidade Estadual de Maringá (UEM), do norte do Paraná, é a segunda instituição de ensino no mundo com mais cientistas mulheres atuando. De acordo com a pesquisa, dos 7.861 autores da instituição, 54,1% são mulheres. Ao todo, 4.254 pesquisadoras fazem parte da universidade. Assim, no ranking mundial, a UEM fica atrás apenas da Universidade Médica de Viena, na Áustria, onde 56% dos pesquisadores são mulheres.
Além dela, outras duas instituições brasileiras aparecem entre as 10 primeiras: a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Mais abaixo, no 36º lugar, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) também figura na lista. O ranking, divulgado em 2019, considera artigos publicados por 963 universidades do mundo todo entre 2014 e 2017 e catalogados pela Web of Science.
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