A Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) está monitorando cerca de 300 pessoas que estiveram envolvidas com a primeira fase do vestibular, que ocorreu no último dia 10. Sejam candidatos ou funcionários envolvidos na aplicação, o motivo do acompanhamento são os casos de covid-19 que podem ter ocorrido após a realização da prova que garante vagas na Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com a Folha de S. Paulo, os indivíduos contataram a fundação após apresentarem sintomas da doença e questionaram quão seguras são as medidas de prevenção adotadas durante a prova. Em uma nota enviada ao jornal, a fundação afirma que uma assessoria médica “tem focado em acompanhar o estado de saúde dessas pessoas e no entendimento dos casos para eventuais aperfeiçoamentos dos protocolos de saúde”.
A Fuvest tem feito o acompanhamento entre os candidatos e colaboradores que apresentam sintomas por meio de um formulário online diário, com perguntas que podem ajudar o diagnóstico e prever uma possível abordagem médica. Dependendo das respostas, a fundação entra em contato pelo telefone.
Até o momento, apenas uma pessoa relatou ter contraído o coronavírus após a realização da prova. O candidato afirma que testou positivo no dia 11 de janeiro, no dia seguinte ao vestibular. Após avisar a fundação, ficou entendido que é provável que ele já estivesse contaminado antes da prova, porém é difícil saber se ele já poderia transmitir o vírus no dia 10. “No caso da sorologia apresentada, a presença de anticorpos IgM em 11/1 pode não indicar transmissibilidade do vírus à época da prova”, disse a Fuvest à Folha.
Além dos candidatos e funcionários apresentando sintomas, todos que estiveram na mesma sala que o candidato que testou positivo também estão sendo acompanhados e integram o grupo de 300 pessoas.
E os outros vestibulares?
Entre os vestibulares presenciais da temporada 2020/2021, apenas a Fuvest anunciou que faria o monitoramento de possíveis futuros casos. A Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest), responsável pelo vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) disse em resposta ao GUIA que não está fazendo o acompanhamento porque “não houve nenhum registro de candidato que levaria a monitorar os demais.”
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não prevê em seu edital nenhum tipo de monitoramento dos candidatos pós-prova.
Autorização do governo
A Fuvest tem autorização do governo do estado de São Paulo para realizar a prova em meio a qualquer uma das fases de classificação do Plano SP. Isso significa que, mesmo que a região esteja na fase vermelha, a mais restritiva, a segunda fase do vestibular, nos dias 21 e 22 de fevereiro, ainda acontecerá. O aval foi dado pelo Centro de Contingência da Pandemia, que entendeu que as medidas adotadas para organização da Fuvest reduzem significativamente a contaminação pelo vírus durante as provas.
O plano de biossegurança adotado pela fundação surpreendeu os candidatos com medidas mais severas do que as adotadas pelo Enem. Entre as normas para evitar o contágio estão a proibição de se alimentar dentro das salas de aplicação e a distribuição de sachês individuais de álcool em gel para higienizar mesas e carteiras. Não houve, porém, medição de temperatura para entrada nas salas – medida também ausente no Enem.
O vestibular da Fuvest teve 130.678 inscritos, e uma taxa de 13,2% de abstenção na primeira fase. As notas de corte para a segunda fase foram disponibilizadas na terça-feira (26) e mostram aumento nas notas mínimas. São disputadas 8.242 vagas para os cursos da Universidade de São Paulo.